Noite passada eu tive insônia, mais uma vez pra variar. Eu me senti tão sozinha e triste. Olhei para o meu violão, o coração estava tão apertado, lembrei de você.
Toquei nossa música. Eu não queria, mas parecia que não era eu quem estava controlando as cordas do instrumento. Quando acabei, estava chorando e mais triste do que quando acordei.
Eu sinto sua falta, eu sinto muito a sua falta. E a cada dia que passa está mais difícil conviver com isso, eu me sinto tão inútil e incopetente. Viver tem sido insuportável e dois anos não foram o suficiente para sanar essa necessidade que tenho de você.
Preciso tanto de você...***
— Ele queria entrar no seu decote. — Belinda afirmou quando atravessou as portas de entrada do hall da casa de Dulce. —- Foi Ilário.
— Se ele chegasse mais perto, eu ia enfiar meu microfone no-
— Mamãe querida, que surpresa você aqui. — A voz soou amistosa.
— Luna, eu moro aqui. — Encarou a filha com mirada confusa.
— Eu também! Olha só que coincidência maravilhosa? — A menina sorriu. — Oi tia Bell. — Acenou para Belinda.
— O que você quer? — Dulce perguntou quando deixou a bolsa sobre um móvel.
— Por que eu iria querer alguma coisa? — Ela seguiu a mãe quando esta passou por ela.
— Você só chama a Belinda de tia quando quer que ela me convença a deixar você fazer algo. — Fez o caminhou até a cozinha.
— Eu me sinto tão usada. — Dramatizou Belinda.
— Então, o que é? — Voltou a perguntar levando uma garrafa de água a boca.
Luna suspirou antes de responder:
— Sabe, uma amiga está fazendo aniversário hoje. Ela vai dar uma festa, só gente conhecida. Eu posso ir?
Dulce cuspiu a água que bebia, fazendo Belinda dar um salto do balcão.
— Luna, hoje é quarta feira.
— E amanhã quinta, ora. — Deu de ombros.
— Uma festa no meio da semana? Tá maluca? Óbvio que não.
— Você vai em festas no meio da semana. — Afirmou.
— Eu estou lá a trabalho, meu bem. Não pra ficar bêbada e chegar em casa de madrugada como você fez da última vez. Você é menor de idade! — A encarou frustrada.
— Eu nunca posso fazer nada. — Revirou os olhos.
— Pode ir pro seu quarto e começar a estudar para as provas.
— Tia Bel. — Encarou a melhor amiga da mãe com um olhar de súplica.
— Eu não vou me envolver nessa. Da outra vez sobrou até para mim.
— Eu já disse, você não vai.
— Tudo bem. — Deu de ombros e saiu da cozinha.
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Frutos Por Trás Da Fama
Fiksi PenggemarO que se pode dizer de uma mãe que abandona os filhos? Fria, cruel, egocêntrica? Sim, esses são todos os adjetivos que você pode dar a Dulce María. Ao descobrir a gravidez aos dezesseis anos, Dulce vê-se desnorteada e somente o aborto lhe parecia...