68- Recaída

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— As meninas não estão aqui. — Henrique disse quando viu Larissa surgir na esquina do corredor de sua casa.

— Eu sei. Só vim deixa algo que a Jade me pediu. — Ela sequer o encarou quando passou por ele. Deixando-o levemente inebriado com o seu perfume.

A pontada de decepção que sentiu, ele não fez questão de esconder. "Pelo menos ela está falando comigo" pensou conformado quando a viu desaparecer dentro do quarto da irmã.

Ele esperou pacientemente, o quê? Não sabia exatamente. Mas se tinha mais alguma oportunidade de vê-la, não perderia. Alguns minutos depois ela saiu do quarto.

— Avisa a Jade que está no closet. — Novamente passou por ele sem sequer encará-lo. Caralho, como aquele ignorância doía.

Agarrou o braço dela, fazendo com que cambaleasse para trás, para perto dele.

— Você está me tocando. — Disse entre um suspiro.

— Eu gosto de tocar você. — Murmurou.

— E outras garotas também. — Respondeu amargurada puxando seu braço.

— Fique, e fale com a Jade você mesma. — Ignorou a referência dela.

— Não sabe mais dar um recado? — Revirou os olhos buscando manter distância.

— Não quero te ver ir embora. Toda vez que faz isso, sinto que estou te perdendo de novo. — Confessou.

— Me procura na boca da Celine. Funcionou naquela noite. — indagou dando as costas para ele. Não podia ficar tão perto por tanto tempo. Não podia deixá-lo perceber o quão fraca ainda era. O quão apaixonada ainda estava. Não acreditava que Henrique fosse sair de seus sentimentos tão cedo. Era forte demais, intenso demais. Jamais existiriam palavras para explicar tudo que aquele menino causava em seu corpo e na sua mente.

— Uma chance, amor. Só mais uma. — Quando foi que chegou tão perto? Ele não sabia. Mas a respiração irregular dela soprava seu rosto. As pupilas dilatadas naquela imensidão azul, demonstravam a ele o mesmo desejo de antes, a mesma paixão de antes.

— Por favor, não faz isso. — Ela sussurrou quase inaudível. Sabendo exatamente o que viria a seguir. Tentando convencer-se de que não queria, de que era errado. Mas seus corpos estavam próximos demais, ele estava próximo demais. — Ah, Henrique. — Entregou os pontos, cedendo aos lábios dele quando ele inclinou-se em sua direção. Deixou suas mãos se perderem nos cachos negros e bagunçados que era o cabelo dele, permitindo que seu cérebro se desligasse completamente quando a língua dele buscou a dela, quando estavam num único ritmo, bom demais para parar.

Quando sentiu o impulso, permitiu que suas pernas prendessem no quadril do garoto. Henrique a prensou na parede, roçando a recente ereção no centro pulsante dela. Ela gemeu com o contato, inferno, como sentia saudades.

— Henrique. — Conseguiu dizer quando ele liberou seus lábios, beijando cada centímetro do seu rosto e pescoço, os lábios dele estavam em todo lugar.

— Não me faça parar agora. — Ofegou na orelha dela.

— Estamos no corredor. — Sua cabeça tombou pra trás quando ele beijou a parte do seus seios que o decote deixava a mostra.

Henrique a empurrou para a primeira porta aberta. Que por sorte, ou não, era o quarto dele. Larissa sabia que era errado, que aquilo acabava com toda a proteção que construiu contra ele. Mas precisava senti-lo, ansiava por isso.

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