— Tem certeza que já não se passaram três horas? — Larissa Perguntou acariciando a mão que segurava a sua.
— Amor, acabou de completar uma hora.
— Seu relógio está quebrado.
— O meu e o de todo mundo né? Por que em todo canto desse país se passou somente uma hora. — Ele respondeu.
Somente uma hora de cirurgia. Mas parecia que dias estavam se passando diante de seus olhos. Dulce estava sentada em um canto isolado da sala. Henrique sabia que o clima entre eles estava estranho, mas não era de sua conta. Ainda estava exitante sobre Dulce, embora ela já tivesse lhe dado mil motivos para acreditar. O relacionamento entre eles era algo que sinceramente não lhe dizia respeito. Sabia como todos ali que Dulce sempre fora o amor da vida de seu pai, e que ele estaria fazendo o que era melhor pra si.
Henrique não sabia dizer exatamente se era o certo que seu pai estava fazendo naquele exato momento. Poderiam estar juntos, apoiando-se nas horas que teriam pela frente. Entretanto, ao invés disso, estavam um em cada canto da sala de espera, muito mais fragilizados do que poderia imaginar.
Blanca e Alexandra estavam na capela do hospital. Fernando em algum canto do prédio conversando com Belinda sobre a carreira de Dulce. É ele havia se encarregado disso pela filha e Dulce podia admitir que ele estava fazendo um ótimo trabalho. E o relógio, bem, parecia estar se arrastando em seus malditos ponteiros.
— Olha na internet quanto tempo duram essas cirurgias. — Larissa pediu depois de um tempo calada.
Ela havia chegado a pouco mais de meia hora. Christopher pediu para que ela viesse, em vista que os filhos não quiseram ir embora e ele acreditou que seria bom para Luna ter o apoio da amiga e Henrique da namorada.
— Larissa, a Dra.Miller estudou pra isso. Ela passou anos da vida dela estudando e exercendo a profissão. Sabe quantos processos cirúrgicos desse tipo ela já realizou? Ela disse que a cirurgia leva de três a quatro horas. Será que você pode aceitar isso? — Ele a encarou indicando que havia chegado ao seu limite.
— Vai que ela tenha se enganado? — Arqueou uma sobrancelha.
— Estou ignorando você. — Respondeu.
— Chato. — Ela o empurrou. — Luna?
Luna estava ali com eles, embora não tivesse dito muita coisa. Apenas derramara algunas lágrimas quando a amiga chegou e agradeceu por ela estar ali. Segurando um terço entre as mãos, ela olhava para um ponto fixo da sala, e todos decidiram respeitar seu momento.
Mas agora, ela havia saido de seu estado de quietude e encarava a si mesma de um jeito estranho.
— Luna? Luna tá tudo bem? — Larissa voltou a chama-la.
— Olha todo esse sangue. — Ela murmurou encarando seu corpo.
— Sangue? Onde? — Henrique procurou por algo vermelho em suas roupas.
— É muito sangue! Está doendo! — Em algum segundos ela estava no chão.
— Pai! — Henrique gritou, mas Christopher e Dulce já estavam ali no exato momento em que ela atingiu o solo.
— Luna, fala comigo. — Dulce pediu segurando sua cabeça entre as mãos.
— Sangue, muito sangue, olha tudo isso. Eu estou morrendo, não me deixem ir! — Gritou se contorcendo.
— Sangue onde!? — Christopher gritou segurando o corpo da filha. — Luna me diz onde está? — Foi nesse momento que seus olhos encontraram os dela que já estavam banhados por lágrimas. Mas aqueles olhos...— Jade? — Sua voz soou espantada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Frutos Por Trás Da Fama
FanfictionO que se pode dizer de uma mãe que abandona os filhos? Fria, cruel, egocêntrica? Sim, esses são todos os adjetivos que você pode dar a Dulce María. Ao descobrir a gravidez aos dezesseis anos, Dulce vê-se desnorteada e somente o aborto lhe parecia...