56- Destinados

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— Quando é que você vai parar de me ignorar? Christopher indagou assim que ela atendeu o telefone, antes que desligasse como das outras vezes.

Ela a ouviu suspirar do outro lado da linha e sabia exatamente o que viria a seguir.

— Se você desligar esse telefone, Dulce. Eu vou atrás de você e não vai ser nada bonito. Ameaçou.

— O que você quer? Depois de uma semana ela finalmente falou.

— O que eu quero? No mínimo que me deixe conversar com você. Você tem ido ver a Jade somente quando eu não estou no hospital e tenho absoluta certeza de que está aí nesse exato momento. — Resmungou.

Dulce não sabia como responder, mas sabia que ele estava certo. Também não sabia porque estava adiando conversar com ele. Talvez porque temesse que ele a mandasse pro inferno na primeira oportunidade. Não queria deixá-lo com a lembrança amarga dele lhe dando o fora.

— Eu estou sem tempo. Explicou, o que era meia verdade. Sua agenda havia sido reativada e com essa história de assumir os filhos, não havia um só programa de tv, revista, rádio ou jornal que não quisesse uma entrevista. Em uma semana já havia passado por quatro delas e o número aumentava.

Seu número de seguidores nas redes sociais também havia aumentado significativamente. E com seu retorno após o período em que Jade estava em perigo a mídia estava mais que povorosa. Ela não queria que achasse que estava ganhando fama em cima dos filhos. Pelo contrário, prezava pela privacidade deles e evitava trazer informações sobre o quadro de Jade.

— Eu te vi na tv ontem. Você falou de mim, sinal de que ainda sabe que eu existo.  Permitiu-se fazer drama. Meio que confessando que as vezes tirava de seu tempo para acompanhar alguns programas de tv em que ela aparecera.

"E como eu poderia esquecer?" Ela pensou. Estava com saudades dele. Mas temia que com o retorno de sua vida agitada ele não a aceitasse mais. E ela não poderia desistir de sua carreira, não quando abriu mão de tanta coisa para conquistá-la.

—Christopher-

— Eu preciso te ver. Não precisa falar se não quiser. Só quero que me escute. Ela suspirou enquanto caminhava para o estacionamento do hospital, em vista que sua mãe já havia chegado para fazer companhia a Jade. Eu sei que já passamos por muitas coisas, no passado e até mesmo agora. Dulce, eu achei que jamais iria te encontrar novamente, se estamos aqui hoje, é por alguma razão. Então por favor, fala comigo.

— Estou livre depois das sete. Indagou ignorando as batidas irregulares de seu coração, antes que ele pudesse responder, ela desligou.

— Mulher maluca. — Resmungou pra si.

***

— E você só disse isso? — Belinda questionou jogada na cama da amiga.

— E o que queria que eu dissesse?

— Algo mais que "estou livre as sete" — Deu de ombros — Esse jogo de louca desinteressada não vai funcionar.

— Não estou bancado a desinteressada, Belinda. Só estou tentando não acreditar muito que daremos certo.

— Ahhh Dulce, me poupa, se poupa, nos poupa. — Revirou os olhos.  — Aquele cara é louco por você.

Frutos Por Trás Da FamaOnde histórias criam vida. Descubra agora