— Como assim impossível? Minha filha deveria estar sendo preparada para a cirurgia nesse exato momento! — Ele gritou levantando-se fazendo a cadeira arrastar-se pelo piso perfeitamente polido.
— Christopher as circunstâncias-
— Que se fodam as circunstâncias! O que aconteceu com o doador?
— Ele era portador do vírus HIV. — A doutora Miller explicou.
— E como não descobriram isso antes? — Dulce perguntou. Em seu interior sentia-se quebrando. Não quer presenciar outro episódio daquele, não queria ter Luna chorando em seus braços novamente. Em toda a sua vida nunca sentiu dor maior do que a que sentiu enquanto as ouvia conversar sobre voltar pra casa.
Ainda havia tanto por fazer. Sequer tinha conseguido falar com seu garoto. Pensar em Henry estava lhe deixando nervosa, o menino estava irredutível. E ela sabia que ele era apegado a ela mesmo quando ela não esteve lá.
— Nós ainda não sabemos o porque dos exames não terem nos mostrado isso. — Respondeu. Em todos os seus anos trabalhando naquele hospital, Julie Miller jamais presenciara um caso tão complexo e do qual ela se envolvesse tanto. Era triste saber que uma garota tão jovem e com um grande futuro estava definhando numa cama por culpa de uma maldita doença.
— Então voltamos a estaca zero. — Christopher sussurrou.
— Não podemos transplantar o rim e por o vírus na sua filha. É como dar a ela uma bomba relógio. — Ela explicou óbvia.
— E por quanto tempo? — Indagou Dulce. — Por quanto tempo teremos que vê-la nessa situação? Uma hora Ela está bem, na outra... — As palavras morreram em sua garganta. Em duas semanas presenciou coisas terríveis acontecerem com sua filha. E ela se questionava, do porque de todo esse martirio. Era só uma criança! Eram suas reclamações ao céus.
— Eu realmente gostaria de saber. — A doutora se levantou. Estava inquieta e irritada. Havia gritado e brigado com muita gente do hospital por esse erro. Num momento eles tinham uma chance, no outro... — Eu sinto muito.
— Não mais do que eu doutora. Não mais do que eu. — Christopher murmurou quando sentou-se em uma poltrona enterrando as mãos nos cabelos.
E agora? Ele podia ver, ele conseguia vê-la deixando um pouco mais a cada dia. Deus sabia o medo que ele tinha quando ela fechava o olhos e não sabiam se iria acordar. Ela estava fraca, comia pouco, dormia muito mais. Ela estava indo.
— Eu vou deixa-los a sós. — Ela anunciou sentindo a tensão espalhar-se pelo ambiente. Logo eles ouviram a porta bater, e o silêncio se instalou.
— Christ-
— Agora não, Dulce. Por favor, agora não. — Quando ele a olhou, seus olhos estavam repletos de lágrimas. O que era novidade. Dulce sabia que ele esteve se segurando todos esse dias. Que ele lutou contra as lágrimas não querendo parecer fraco, pelos filhos. Ele estava sendo o super pai, mas também é humano é toda essa situação que ele tem reprimido está o quebrando muito mais.
— Amor. — Ela praticamente correu até ele sentando-se em seu colo, ele se agarrou a ela e as lágrimas já corriam soltas por sua face. — Eu queria tanto-
— Shhh — Ele pediu afundando seu rosto nos cabelos dela. — Só fica aqui. — E soluçou, uma, duas, tantas vezes que ela não pode mais contar. Então ficou ali, acariciando suas costas, emaranhado suas mãos nos cabelos que ele provavelmente não havia cortado.
— Eu os protegi de tudo, eu dei o mundo a eles. Eu podia secar as lágrimas, aquietar a briga, sanar o medo. No entanto-
— No entanto você é humano, e você sangra quando cai. Nenhum de vocês poderiam impedir isso.
— Se eu, se eu tivesse prestado mais atenção na rotina dela. Mas inferno eu estava sempre ocupado, o dia todo fora, programando não sei o que. E agora? O que eu tenho? Sem a minha filha nada disso vai valer algo. — Murmurou em sofreguidão.
A sua voz estava tão embargada, que ela podia sentir o medo através de seu corpo. As lágrimas que agora molhavam seus ombros, ela sabia que eram as mais dolorosas já vistas. E o que ela podia fazer para impedir que as suas próprias lágrimas não caíssem? Já chorou tanto nessas duas semanas. Pelos filhos, por ele, por ela. E Christopher tem sido forte por tantos anos, era o momento dela ser.
— Vai ficar tudo bem, Chris. Você tem que acreditar que vai.
— Você ainda tem esperanças? Por que as minhas se foram.
— Tudo que eu sei, é que eu tenho que recuperar catorze anos. Eu não posso perder a esperança. Tudo que eu tenho é esperança.
— Eu te odeio, sabe. — Ele Suspirou recostando-se a poltrona a trazendo consigo. — Eu te odeio por conseguir me acalmar até nesses momentos. — Seu queixou descansou sobre o topo da cabeça dela. — Eu te odeio por ter sumido por catorze anos e quando voltar conseguir por tudo do jeito que você quer. Eu te odeio porque mesmo tentando te odiar todos esses anos, eu te amo tanto.
Ela ajeitou-se no colo dele, para encara-lo. Seu coração estava aos saltos era a sensação que ela tinha toda vez que ele confessava seu amor, toda vez que ele dizia que não conseguiu esquece-la. E isso acontecia com ela também.
Durante essas duas semanas, ele pisou, massacrou, bailou sobre os seus sentimentos. Mas ela seguia ali, pelo simples fato de que essa era a vingança dele. E podia parecer masoquista de sua parte, era a tortura mais deliciosa que ela tinha. E quando ele ia embora, ela aceitava. Por que ela já havia ido embora também.
— Somos dois fodidos de merda. — Ele sussurrou quando pôs uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. — Te quero tanto.
— Eu sinto que isso é tão errado. — Ela encarou a sala ao redor.
Que espécie de pais eles eram? Estavam pensando em contato físico quando sua filha estava doente no terceiro andar daquele hospital. Porém, essa era a maneira que eles encontraram para se manterem calmos, buscavam calmaria nos braços um do outro e não importava com o quanto aquilo estava ferrando com seus sentimentos, se pareciam dois adolescentes brincando de sexo sem compromisso. Suas feridas eram algo que não estavam dispostos a tocar, não agora.
— Eu preciso de você. — Ele sussurrou próximos aos lábios dela. Como imãs estavam atraindo-se ao outro. Sede, sede dela.
— Pai eu precis- O que diabos é isso!?
Ambos saltaram em velocidade, a tempo de encontrarem o olhar acusatório de Henrique.
— Deus tem um puta senso de humor.
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Oi gente turubom? Ksksksks
Então desculpa por não ter postado ontem. É que pela manhã eu tinha aula de inglês, a tarde eu saí e não tinha concluído o capítulo ainda, a noite teve uma festinha por aqui, muito barulho, muita gente usando a internet. Em resumo: 0 condições de escrever e postar um capítulo.
MAS EU TÔ AQUI HJ 🙃❤Sorry pela simplicidade do capítulo, mas eu tinha que fazer um momento assim e tals. Principalmente porque ficou todo mundo muito puto com o Christopher em um dos capítulos anteriores 😂😂😂
Algo me diz que agora quem tá puto da vida é o Henry!!
Segue o baile 😂😂😂👌Beijoks até terça 😘❤
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Frutos Por Trás Da Fama
FanficO que se pode dizer de uma mãe que abandona os filhos? Fria, cruel, egocêntrica? Sim, esses são todos os adjetivos que você pode dar a Dulce María. Ao descobrir a gravidez aos dezesseis anos, Dulce vê-se desnorteada e somente o aborto lhe parecia...