— E agora? — Belinda questionou a amiga que estava largada sobre a cadeira do escritório.
Dulce estava só o pó, sua postura indicava cansaço, tanto quanto as olheiras sob seus olhos, o trabalho estava atrasado e Belinda assistia ela se perder cada vez um pouco mais.
— Pedi que voltasse para Catarina e tentasse ao máximo agir com normalidade, para segurá-la no país. Até que eu possa resolver a situação com as crianças, a Alexandra e todo o resto do mundo que acha que ele está morto. — Suspirou. — Eu não sei como eles irão reagir, e ainda tem o fato de que a Larissa sabe, o Henrique pode ficar chateado por ela não ter contado e ela está grávida não pode passar por situações estressantes. Tá tudo uma confusão.
— E agora? — Repetiu a pergunta.
— Eu não sei caramba! Eu não sei! — Resmungou.
— Precisa saber. Mais um pouco e você vai se perder em tanta mentira. Ainda acho que você devia ter contanto pra todos assim que ele apareceu. Não sei porque não te obriguei a isso.
— E ver decepção na cara dos meus filhos porque ele não faz a mínima ideia de quem eles sejam? Não obrigada. O que eu preciso agora é de uma pista, saber quem está ajudando aquela mulher.
— Você já pensou que pode ter sido alguém de dentro?
Dulce havia afastado os pensamentos tanto quanto pode sobre isso. Quem de dentro do círculo mais próximo poderia ter feito isso com Christopher? A desconfiança não tinha cabimento.
— Quem? Alexandra? Meu pai? Oh não, minha mãe? — Ironizou. — Não diga bobagens.
— Não falei deles.
— O fato de você não gostar do Ian não significa que ele tentou matar o melhor amigo. — Revirou os olhos.
Dulce não entendia a repulsa que sua amiga tinha por Ian, logo quem lhe ajudou bastante em todo esse tempo. Ela não tinha como e nem poderia desconfiar dele. Afinal, quando ela perdeu o amor da sua vida, ele perdeu o melhor amigo.
— Você confia demais nas pessoas.
— Belinda já tá difícil demais tentar entender o que aconteceu. Não preciso de você levantando falsas suspeitas.
Belinda revirou os olhos não querendo entrar numa discussão. Mas ela aprendeu desde cedo a não confiar em quem é bom demais. Talvez realmente tivesse uma visão errada sobre o homem, mas era melhor manter um pé atrás.
— E o pedido de exumação? — Mudou o rumo da conversa
— Foi autorizado, mas preciso do consentimento da Alexandra. — Contou. — Mas não posso chegar até ela e simplesmente pedir que assine um documento que permite a retirada do corpo do seu filho do túmulo.
— Sabe que isso é desnecessário, não sabe? Quero dizer, você já sabe que o corpo dele não está lá.
— Mas pode ser uma pista. — Insistiu. Ela tinha tão pouco com o que agir que qualquer coisa que pudesse fazer acalmava a sua mente perturbada.
— A sua pista é aquela mulher. E aonde ela está agora? Já devíamos ter chamado a polícia.
— E fazer disso um escândalo maior? Você não viu o que eu vi. — Suspirou. — Sabe, você não teve que olhar na cara do homem que ama e fingir que não o conhecia por meses. Não teve que dizer a ele que o mesmo esqueceu parte de sua vida.
— Eu nunca vou saber o que você está sentindo Dulce. Mas se continuar com medo de machucar todo mundo, vai acabar machucando a si mesma. Você já fez o que pôde, agora é hora de deixar a polícia agir. O que fizeram com ele é crime, errado em tantos níveis que mal posso compreender e não dá pra consertar o mundo com chave de fenda. — Aconselhou.
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Frutos Por Trás Da Fama
FanfictionO que se pode dizer de uma mãe que abandona os filhos? Fria, cruel, egocêntrica? Sim, esses são todos os adjetivos que você pode dar a Dulce María. Ao descobrir a gravidez aos dezesseis anos, Dulce vê-se desnorteada e somente o aborto lhe parecia...