59- Graves notícias

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— Mais uma? — Dulce perguntou após um longo suspiro.

— É a última de hoje. — Belinda confirmou checando aquela maldita caderneta que levava de um lado a outro. Dulce não entendia que com tanta tecnologia, ela ainda precisava daquilo.

— Eu quero ir pra casa. — Murmurou abraçando o próprio corpo quando um arrepio passou por ela.

— Dulce-

— Belinda, por favor. — Sua voz embargou. E nem ela sabia o porque.

Estava agoniada e cansada, precisava de um banho e que Christopher desse sinal de vida. Pois já faziam horas que ele não a respondia e ela já havia enviado tantas mensagens.

— Dulce você está chorando? — Belinda virou-se para ela. E ela não se deu conta disso, até que sentiu o gosto salgado das lágrimas.

Algo lhe sufocava, aquela maldita sensação ruim que não a deixava em paz.

— Por favor, me leve pra casa. — Sussurrou.

— Rick, você ouviu. — Belinda instruiu o motorista quando viu a amiga encolher-se no assento.

— Você está chateada? — Murmurou

— Você não está em condições de sorrir pra uma câmera. Se aparece aflita dese jeito, amanhã mesmo estarei sendo presa por negligência profissional. — Ela deu de ombros. — Ele ainda não respondeu?

Dulce somente baixou a cabeça em negação.

— Eu odeio não saber o que está acontecendo. Já é quase final do dia e nada. Quanto tempo demora pra chegar lá? — Soluçou. — E agora eu tô chorando, nem sei porque.

— Você só está cansada. É fim do dia e eu sei que você não dorme a um bom tempo. — Indagou.

— É, talvez seja isso. — Encarou o celular mais uma vez, na esperança de que Christopher tivesse respondido. Mas não havia nada, e ela encolheu-se mais no banco.

Aquilo era loucura, não podia ser assim tão dependente de alguém. Ele só ficaria fora por um tempo e ela poderia muito bem sobreviver com isso. Passou catorze anos sem sequer ter notícias dele, ela não podia dar uma de grudenta a essa altura do campeonato.

Mas então, porque estava tão agoniada? Por que sentia tanto medo? O que diabos estava de errado com ela?

— Você quer passar no hospital? — Belinda perguntou em voz baixa.

— Não. — Embora tivesse ido ver Jade todos os dias antes ou depois de acabar seus afazeres. Hoje ela só queria deitar na sua cama e ficar por lá mesmo. — Ela vai receber alta ainda essa semana. Oportunidade de vê-la não irá faltar.

Belinda não fez mais perguntas. E Dulce agradeceu por isso, não tinha muito o que dizer a final.

***

— Achei que você chegaria mais tarde hoje. Eu e seu pai vamos levar a Luna e o Henrique para jantar, então dispensamos a Meire. — Blanca disse assim que encontrou a filha no corredor do segundo andar.

— Eu não estou me sentindo muito bem. Não se preocupe, estou sem fome. — Respondeu.

—O que houve? Está doente? — Preocupou-se em medir a temperatura da filha.

— Nada, mãe, para. — Afastou-se. — Quem está com a Jade?

— Seu pai. Nós dissemos a Alexandra que eu podia ficar com ela essa noite. Mas ela insistiu que poderia fazer isso, então ficamos com os outros dois. — Sorriu animada. Dulce sabia que estar com os netos fazia muito bem a sua mãe. E sabia também que não havia nada que a magoasse mais do que lembrar o que havia feito no passado. — Quer ir conosco?

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