O que se pode dizer de uma mãe que abandona os filhos? Fria, cruel, egocêntrica? Sim, esses são todos os adjetivos que você pode dar a Dulce María.
Ao descobrir a gravidez aos dezesseis anos, Dulce vê-se desnorteada e somente o aborto lhe parecia...
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Eu sempre amei o mar. O barulho das ondas me acalma, a brisa soprando meus cabelos, beijando minha pele. Sempre amei o mar e como sua imensidão faz com que ele seja misterioso e ainda assim belo. Como as pessoas.
Eu estou na minha segunda lua de mel, um ano depois de ter me casado com o amor da minha vida. Aquele que eu conheci na adolescência, aquele que assim como o mar, sempre fez com que eu me sentisse em casa.
Deitada nessa espreguiçadeira, eu o observo brincando com nossas filhas, como se elas ainda fossem crianças. Sim estamos todos os aqui, eu amo quando estamos todos juntos. Eu amo a sensação de paz que isso que tráz, eu amo saber que finalmente faço parte de alguma coisa. Christopher sorri para elas, ele as ama, ele faria tudo por aqueles trigêmeos e agora eu sei, que eu também.
Mais a frente, Henrique e Larissa caminham de mãos dadas. Eles têm um longo caminho pela frente. Mas todas as vezes que encaro meu filho, vejo uma versão 2.0 do pai dele. Ele é tão forte quanto, ele vai ficar bem.
Eu já passei por muitas coisas nessa vida, já cometi tantos erros que mal posso contar. Mas, ainda assim, me sinto orgulhosa da mulher que sou e da mãe que me tornei. Demorou, levei mais que o necessário para aceitar aquelas três partes do meu coração vivendo fora de mim. E agora, toda vez que encaro aquelas pessoas, que aos poucos estão virando adultos independentes, me pergunto: Como consegui viver tanto tempo sem eles? Sem ele?
Amar é se doar de corpo e alma para alguém, é saber que pode sim viver sem a outra pessoa, mas se você puder escolher, acredite, não irá escolher viver sem.
Amar Christopher não é difícil, nunca foi. Ele consegue ser perfeitamente imperfeito, consegue me fazer amar até os seus defeitos. Porque afinal, o amor é isso, não é mesmo? É deixar que até o imperfeito seja o ideal.
- Um doce por seus pensamentos. - A voz que eu tanto amo soou ao meu lado.
Eu me arrepiei imediatamente. Ele tinha aquele poder sobre mim e eu amava aquilo também.
- Você. - Respondi ainda encarando as gêmeas que agora jogavam água em Henrique e Larissa.
- Como?
Eu me virei para ele e imediatamente um sorriso brotou em meus lábios.
- Meus pensamentos, sempre estão em você.
Ele depositou um leve beijo nos meus lábios, rápido demais, longe demais de me satisfazer.
- Isso é bom.
- Eu sei.
- É bom porque eu também sempre estou pensando em você.
Eu sorri mais, ele sorriu. E eu estava tranquilamente repousando no patamar mais alto do paraíso.
- Será que sempre vou me sentir assim?
- Assim como? Se sentir linda? Sim, porque você é.
- Bobo. - Murmurei me aconchegando em seu peito assim que ele deitou ao meu lado. - Me refiro a você. Será que nunca vou parar de tremer e de sentir toda essa adrenalina quando vejo você?
