78- Hora da verdade

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— Daniel não vá tão longe! — A mulher alertou ao pequeno garoto que correu em direção aos brinquedos dispostos no parque.

A tarde estava ideal para sair de casa e fugir dos seus problemas, basicamente com um certo cara rico com quem ela tinha um acordo nada honesto e que com certeza custaria a sua liberdade e talvez até a de seu filho.

— Não acho que ele possa ir tão longe, esse mundo é tão pequeno. —  Murmurou a voz desconhecida acomodando-se ao lado dela no banco.

— Perdão, te conheço?

— Me chame de Dulce, Dulce María. — Retirou os óculos escuros encarando pela primeira vez os olhos azuis da mulher que ela tinha vontade de matar.

A forma como a moça em questão arregalou os olhos e fez menção de levantar deixou Dulce ciente de que ela sabia exatamente de quem se tratava, ainda sim, tentou levantar-se do banco para afastar-se ato este que a Saviñón impediu.

— Não tão longe querida. — Ironizou. — Temos que muito que conversar, Catarina Gattai.

— Eu não tenho do que falar com você. Eu nem te conheço, se me der licença, eu preciso ver meu filho.

— Aquele que deveria estar no escorregador? — Arqueou a sombrancelha da direção dela.

Catarina correu sua vista pelo local onde viu seu filho há poucos instantes, mas não havia nem sinal dele. Desesperou-se de imediato, passou a chamar seu nome repetidas vezes, causando tédio na mulher ao seu lado.

— Ora cale-se e vamos conversar. — Dulce nem sabia como estava mantendo seu tom de voz controlado e sua postura calma.

A vontade que tinha era de arrancar cada órgão do corpo daquela mulher até que não restasse mais nada, até que ela se arrependesse do que estava fazendo.

— O que você fez com meu filho? O que você quer de mim? Eu sequer conheço você! — A raiva na voz da morena estava crescendo a cada palavra proferida.

— Ele está bem. E você vai me dar algumas respostas.

— Devolve meu filho ou eu vou gritar.  — Ameaçou.

— Grita e eu vou daqui direto para delegacia contar como você escondeu o meu namorado e pai dos meus filhos por dois anos. — Frizou as palavras. — Grita Srt.Gattai e eu vou acabar com cada porra de chance que você tem de ver o seu ,e somente seu, filho crescer.

— Não sei do que está falando.

— Eu tô falando do homem que você engana há dois anos e que chama de Dominic. — Cuspiu. — E eu sei que não trabalha sozinha, não poderia criar um passado inteiro e tão sólido sem que tivesse o mínimo conhecimento de quem ele é. Então eu só quero um nome, só me dê um nome vadia, e deixarei que suma do país com suas tralhas e seu bastardo.

— Isso é loucura. — Desconversou. — Eu e meu esposo nos mudamos para cá por motivos financeiros. Mas se eu soubesse que seria para trabalhar com uma louca jamais teria permitido. Eu não sei o que aconteceu com você, mas com certeza não tem a ver com o meu Dominic.

— Christopher, o nome dele é Christopher e você vai tratá-lo como tal. — Indagou irritada pela forma como o nome falso soava nos lábios dela. — Eu não sou ele, tampouco sofri um acidente que me causou perda de memória sei exatamente o que está se passando aqui e só quero que você me dê a porra do nome de quem está te ajudando, para que eu possa mandar ambos para o inferno.

— Gostaria de te ver tentar. — Desafiou. — O que você diz quando está na cama com ele? Dominic ou Christopher? Se ele ainda não sabe, suponho que deva chamá-lo de Dominic.

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