confused boy. [ᴄʜᴀɴʙᴀᴇᴋ]

6.8

Fiquei olhando para o chinês com uma expressão incrédula pelo que ele acabara de falar; seria mais uma de suas piadas sem graça? Só podia ser, porque eu não conseguia acreditar no que ele havia acabado de falar. Começo a rir ironicamente em deboche, até ver que ele permanecia com a mesma expressão de antes; ele estava realmente falando sério.

— Você não tá falando sério né? Aonde estão as câmeras? — Olho ao redor para conferir se não tinha nenhuma câmera escondida para uma possível pegadinha. — Você enlouqueceu, garoto?! Eu que levei uma bolada na cabeça e você que ficou maluco!

— Eu estou falando sério, Baekhyun. Nunca ouviu falar que o amor e ódio andam lado a lado? — Ele arrumou sua postura na cama, ficando com as pernas cruzadas. — Nunca fui muito bom em me expressar, por isso eu sempre peguei no seu pé, para tentar chamar a sua atenção de alguma forma. Por isso que eu sempre impliquei com você.

Voltei a rir, pois eu não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo; Luhan, uma das pessoas que eu havia aprendido a odiar, havia confessado gostar de mim? Aquilo tudo era uma grande palhaçada.

— E jogar uma bola na minha cara, cortar o meu cabelo, e me ofender de diversas formas é a maneira que você arrumou para chamar a atenção de uma pessoa que você diz gostar? — O encaro, vendo ele assentir com a cabeça rapidamente. — Sinceramente, você é maluco!

— Não fala assim, Baekhyun... você precisa entender o meu lado... — Ele mordeu o lábio inferior e arrumou uma mecha atrás da orelha, ser quebrar o contato visual comigo. — Meus pais sempre foram muito ocupados por causa do trabalho, eles nunca me deram amor e carinho, sabe? Então eu não sei como demonstrar para as pessoas que eu gosto delas, pois eu nunca recebi isso em casa.

Uni as sobrancelhas e o analisei por alguns segundos, vendo que ele aguardava uma resposta, seja ela qual fosse. Confesso que fui pego de surpresa, pois nunca na minha vida me passou pela cabeça que talvez toda aquela implicância que ele tinha comigo podia ser algo mais forte. Eu não sabia o que falar.

— Olha só, eu realmente sinto muito se você não recebeu amor em casa, e eu até consigo entender isso. Mas você fez com que eu odiasse você, pois em todos esses anos que a gente se conhece a única coisa que você fez foi tentar me prejudicar — digo em um tom firme para o chinês que prestava atenção em mim.

— Eu sei que você me odeia, Baekhyun, não tiro sua razão. — Ele soltou um longo suspiro e desviou o olhar do meu. — Não sou muito bom em demonstrar o que sinto, mas só peço que você me dê uma chance... eu quero ser seu amigo. Não quero prejudicar seu namoro com o Chanyeol.

Suas palavras me atingem em cheio; eu conseguia sentir que ele realmente estava sendo sincero comigo. Eu não podia julga-lo por suas atitudes, porque eu não era ninguém para fazer isso, mesmo que ele tivesse me prejudicado muito nos últimos anos. Talvez ódio fosse uma palavra muito forte, e talvez as pessoas realmente precisem de uma chance para se mostrarem melhores do que foram.

Continuei o analisando, vendo ele virar a cabeça novamente em minha direção. Luhan estava sério, mas sem aquele ar de deboche que sempre tinha estampado no seu rosto.

— Tudo bem — digo por fim, após longos segundos em silêncio apenas o analisando. Assim que digo isso, seus olhos se arregalaram e sua boca ficou entreaberta, como se não acreditasse no que eu acabara de falar. — Eu não sou ninguém para julgar suas atitudes, então por favor, só peço que não pise na bola comigo.

— Você tá falando sério?! — ele questiona, com olhos brilhantes e sorriso enorme, logo vendo eu assentir com a cabeça. — Obrigado por isso, Baekhyun. Você realmente é uma pessoa muito boa, como o Chanyeol sempre falou.

Não consegui evitar um sorriso em pensar em todas as coisas que o Chanyeol poderia ter falado de mim para seus parceiros de time. Luhan fez uma breve reverência e voltou para sua cama, antes de murmurar um "boa noite" para mim.

Sinceramente, eu não sabia o que pensar sobre essa revelação; não sabia se eu devia contar para o Yeol, pois fizemos um acordo que iríamos contar tudo um para o outro.

Acho que a melhor escolha é ser sincero, sempre.

Afundei a cabeça no meu travesseiro e consegui escutar o barulho da porta do banheiro sendo fechada, e não demorou muito até eu sentir a cama afundar com o Park sentado nos pés da mesma. Ele tocou na minha perna com suas digitais frias por conta do banho, e eu me virei para conseguir enxerga-lo; ele tinha um pequeno sorriso, que logo foi morrendo ao ver que eu não estava aparentemente normal.

— Tudo bem, Baek? — Assenti, dando espaço para ele deitasse do meu lado. Ele se posicionou atrás de mim e me abraçou por trás, descansando a cabeça na curva do meu pescoço, onde deixou um selar delicado. — Quer conversar, amor?

— Agora não. Podemos conversar amanhã quando estivermos em casa? — Solto um suspiro e escuto ele murmurar um "tudo bem" baixinho. Virei meu corpo em direção do dele e entrelacei minha perna em volta da sua, tendo os braços dele em volta do meu corpo em um abraço apertado. — Eu te amo, tá? Muito, muito, muito, meu garoto confuso — sussurrei contra o seu ouvido, para que apenas ele conseguisse ouvir.

— Eu também te amo, meu baixinho — disse em um doce sussurro, deixando um beijinho na minha cabeça, entre os meus fios dourados. — Obrigado por existir e por nunca ter desistido de mim.

— Eu nunca desistiria de você, Yeol. — O aperto contra o meu corpo, conseguindo sentir que ele estava sem nada por debaixo da bermuda que ele usava para dormir.

Muito provavelmente estaríamos fazendo outras coisas caso não estivéssemos em um quarto com outras duas pessoas. Felizmente no próximo dia estaríamos de volta para Seoul, e eu poderia abrir o jogo com o Park sobre a revelação do Luhan.

eai, acharam certo o baek dar uma chance ao luhan? me digam, quero saber <3

vocês acham que o luhan tá esperando uma chance de aprontar com o baek ou ele tá sendo sincero? rs