Após ter feito os pedidos, voltei para a minha mesa com um semblante sério e sentei em uma das cadeiras, ficando de lado para o atendente que já não estava mais na minha vista. Chanyeol me analisou por alguns segundos — talvez imaginando que havia acontecido alguma coisa —, e então esbocei um pequeno sorriso, para que ele não se preocupasse. A última coisa que eu gostaria que acontecesse, era que ele surtasse ali mesmo.
— Aconteceu alguma coisa, Baek? — perguntou desconfiado, e eu neguei com a cabeça freneticamente. Ele deslizou o braço por cima da mesa e segurou minha mão esquerda, e entrelaçando nossos dedos enquanto acariciava o dorso da minha mão com o polegar. — Eu te conheço e sei quando alguma coisa está errada.
Ele realmente me conhecia muito bem, e isso se dava ao fato de nos conhecermos desde pequenos. Ambos sabíamos quando alguma coisa estava acontecendo, e era difícil de fingir, pois sempre saíamos quando um estava mentindo. Desvantagens de conhecer alguém há tanto tempo.
— Só estou um pouco cansado — menti, fingindo um sorriso. Dei um beijo em sua mão, que agora já estava seca por conta do sol e ele sorriu de modo caloroso. — Nossos pedidos não devem demorar, Yeollie.
— Certo, certo. Me espera aqui, amor? — ele perguntou, soltando a minha mão e ficando de pé em frente da mesa. — Vou até em casa pegar a minha carteira.
— Você vai me deixar aqui sozinho?! — Arregalei os olhos, conseguindo ver o atendente me olhando de canto de olho. O gosto de sangue na minha boca estava voltando, e isso sempre acontecia quando eu me sentia nervoso.
— Eu não demoro, pequeno. Nem vai dar tempo de você sentir minha falta — falou brincalhão, sem ao menos entender a gravidade que seria caso eu ficasse sozinho naquele quiosque com aquele atendente cara de pau.
— Por favor, vai correndo — pedi baixinho, e ele deu um pequeno sorriso, assentindo com a cabeça.
Chanyeol jogou um beijo no ar e saiu correndo pela areia em direção da casa que estávamos, logo sumindo da minha visão e me deixando sozinho no quiosque. Cruzei os braços e inclinei minha cabeça em direção do mar na tentativa de tentar relaxar, pois foi exatamente para isso que eu vim até Busan.
A praia estava começando a ficar mais cheia por conta do horário, e isso já estava resultando em choros vindo de algumas crianças, o que não me irritava porque eu amava crianças, tanto que um dos meus planos para depois da faculdade era adotar um menino ou uma menina. Existiam tantas crianças precisando de um lar, que meu coração apertava só de imaginar.
Escutei passos vindo da minha direção e era o atendente com a porção de camarões e os dois sucos de laranja. Ele colocou os pedidos em cima da mesa com calma pois não haviam mais pessoas para serem atendidas, e isso estava me deixando, digamos... desconfortável. Murmurei um "obrigado" para ele e comecei a tomar o meu suco em silêncio, sentindo que ele estava me observando.
Minha vontade era de perguntar de ele tinha perdido alguma coisa na minha cara.
— Você não é daqui, não é? Nunca te vi aqui antes —começou, em uma tentativa óbvia de puxar assunto comigo.
— Não. Estou passando as férias na casa da família do meu amigo — respondi, vendo ele assentir com a cabeça e arrumar uma mecha escura que caía sobre um de seus olhos. Ele visualmente não parecia tão mais velho do que eu, mas as aparências podem enganar.
— Ah sim, entendi. Bom, eu nasci em Hoengseong, Gangwon. Me mudei para cá com meus pais quando era adolescente — ele falou de forma nostálgica, exibindo um sorriso de canto enquanto fazia contato visual comigo.
Apenas assenti com a cabeça e continuei bebendo o meu suco — que estava muito bom, por sinal —, precisando desviar o meu olhar daquele homem que já estava me deixando constrangido pela forma que ele me analisava.
— Bom, espero que esteja gostando de Busan — falou após ver que eu não estava a fim de conversar. — Não é sempre que eu tenho a honra de atender alguém bonito como você. É realmente uma pena que tenha namorado. — Ele sorriu, visivelmente relaxado e tranquilo, tanto que só faltava sentar na mesma mesa que eu.
Era só o que faltava.
— Obrigado. — Forcei um sorriso e bebi um gole do meu suco, avistando o Chanyeol à menos de cinquenta metros de mim com a carteira na mão correndo até onde eu estava.
O atendente olhou na direção em que eu estava olhando e fez uma breve reverência para mim, antes de voltar para dentro do quiosque. Agradeci mentalmente à todos os Deuses que ouviram minhas orações naquele momento; e senti uma vontade absurda de matar o Park por ele ter demorado.
Minha intenção não era ser grosso com o atendente, mas eram claras as suas segundas intenções comigo, ainda mais após ele ter falado que era uma pena que eu tivesse namorado.
Felizmente namorado de Park Chanyeol.
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confused boy. [ᴄʜᴀɴʙᴀᴇᴋ]
Fanfiction❝ Onde Baekhyun se oferece para ajudar seu melhor amigo Chanyeol a descobrir sua orientação sexual, vendo que o grandão estava confuso sobre o que realmente gostava. ❞ #1 in fanfic - 20/12 #1 in chanbaek and exo © winngs 2017 Não aceito adaptações!