L A R

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Nosso vôo chegou de volta à Nova Iorque e nós fomos ao encontro de um homem que estava parado em pé, segurando uma placa "Lowis".

Ele usava terno e sapatos de couro.
— Oi Alfred. — Lowis ergueu a mão com um gesto de comprimento.
— Esses são Carrie e Gregg.
— Oi. — Abri um sorriso.
— Oi senhorita Carrie. — Oi jovem Gregg.
— Oi Alfred.
Gregg falou na mesma tonalidade de Lowis, e em uma tentativa de parecer formal passou por nós e foi até uma geladeira comprar refrigerante.

Alfred me pareceu totalmente simpático, tanto que até as rugas em sua pele o fazia parecer gentil.

Lowis abriu a porta para mim, sentou ao meu lado, e Gregg sentou no banco da frente.

— Então essa é a Carrie. — Alfred olhou para o espelho fixado no centro do vidro frontal do veículo e abriu um sorriso.
— É. — Lowis me olhou e apertou a minha mão.
— Você já disse sobre mim? — Falei sussurrando, surpresa.
— Alfred é um bom amigo.

O carro nos conduziu até o Empire, e por uma entrada que eu não imaginava existir, fomos até a garagem.

— Caramba! — Gregg desceu de um carro babando em outros que estavam encostados.
— Obrigada, agora gente pega um táxi. — Falei pegando a minha mala na mão.
— Nada disso. A janta já deve estar pronta.
— Lowis, não precis...
— Vem. — Ele me puxou pela mão, e fomos até um elevador.

Estavamos além dos andares quando percebi que Gregg não estava conosco.
— Droga, meu irmão.
— Calma, ele deve ter encontrado a Dora.
— Dora?
— Deixa pra lá.

Quando ele abriu as portas de sua casa, eu me esforcei o máximo para não deixar meu queixo cair, mas sem dúvida, era o apartamento mais lindo que eu já estive.

— Lowis, seu pai quer te ver, ele esta no escritório. — Uma senhora com trage de empregada veio até nós.
— Certo.

Ele sorriu para mim, um sorriso cansado mais sincero. E me indicou um lugar para sentar.
— Eu já volto, se precisar de algo chame a Justine.
— Justine, essa é a Carrie, minha namorada. — Ele continuou e sorriu pra mim.
— Olá senhorita Carrie, precisa de algo?

um choque de realidade

Não, obrigada. — Falei gentilmente.

Me levantei do sofá e comecei observar alguns quadros posto na parede.
Em um deles estavam três pessoas, um menino com um casal, uma família. Peguei o quadro na mão e entendi que era a família do Lowis, que infelizmente daqui uns dias tinha uma grande chance de diminuir.

Depois de vinte minutos sozinha, Lowis pareceu.
— Desculpe a demora.
— Não se preocupe. Está tudo bem?
— Sim, do jeito que deixei quando saí.
— Menos mal.
— Eu quero que conheça minha mãe.
— Lowis sentou ao meu lado e pegou minhas duas mãos.
— Eu adoraria conhece-la.
— Olhei dentro dos seus olhos e encontrei um ponto de tristeza que ele tanto lutava para esconder.
— Por aqui.

Nós levantamos e fomos andando devagar até um local que estava com a porta trancada.

— Medeline? — Ele chamou dando socos leves na porta.
— Lowis, entre. — A porta foi aberta por uma mulher de uns quarenta anos e eu o acompanhei.

Medeline era quem cuidava de Susan Russel. Que no momento se encontrava deitada, embaixo um enorme edredom.

— Oi mãe. — Lowis sentou na cama e passou a mão nos cabelos dela.
— Oi querido. — Susan disse baixo e rouco.
— Como você está hoje?
— Estou bem meu filho. Quem é ela? — Susan me olhou com sorriso calmo.
— Essa é a Carrie. — Ele me conduziu para perto dela com uma mão.
— Oi Susan. Lowis fala muito bem de você, deve ser uma mãe incrível.
Os seus olhos brilharam.
— Oi.

Os dois ficaram em silêncio e eu me afastei um pouco.

— Então ela é a garota?
— Sim. — Ele me olhou satisfeito.

Minhas bochechas coraram, e eu arrumei franja.

— É linda. — Susan passou a mão sobre o filho.
— Obrigada mãe. Precisa de alguma coisa?

Sem que ela respondesse ele agiu.
— Medeline, um chá com alguns biscoitos por favor.
— Eu estou bem, vá ficar com sua garota.
— Susan se arrumou na cama e ele se levantou.
— Eu volto mais tarde.

Eu estava impressionada com a maturidade do Lowis, no jeito que ele a tratava, e o agir tão seguro e forte.

Voltamos para sala e ficamos a observar Justine arrumar a janta.

— Ela é uma ótima mãe. — Lowis soltou o ar dos pulmões.
— E tem um ótimo filho.

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