Minhas Marés

M I N H A H I S T O R I A

LOWIS.

Quando eu a vi dentro do carro condenada a ficar em um lugar horrível por longos dias, meu coração se despedaçou, mas como eu havia prometido, visitaria todos os dias e tentaria fazê-la ter dias mais suportáveis. Porém, quando o carro tomou a pista e sumiu entre outros faróis, Oliver chamou minha atenção.

— Lowis?
— Sim?
— Eu sei que é difícil te falar isso, mas...
— Houve uma longa pausa e ele colocou uma mão no bolso do seu casaco. — Precisa sair da vida dela.
— Como? — Fiquei sem entender.
— Ela é minha filha, eu a amo, quero o melhor pra ela.
— Então não me peça isso.  — O iterrompi.
— O que realmente sente por ela?
— Mesmo sabendo a resposta levei alguns segundos para dizer algo. — Muito mais do que possa imaginar.
— Ela gosta de você, é notável, o jeito que ela te olha, e até mesmo quando ficam juntos. Nós nunca tivemos uma relação boa de pai e filha, nunca conversamos sobre relações amorosas mas eu sei que ela ama você, e isso é um problema agora.
— Um problema?
— Sim, significa que pode machuca-la a qualquer momento, e ela se encontra muito sensível eu não posso deixar que...
— Eu não pretendo magoar ela, nunca.
— O interrompi outra vez.
— Talvez acha que não, mas vocês tem vidas totalmente diferentes, por favor, não vá visita-la, deixe que ela o odeie, se gosta mesmo dela, faça isso.
— Sr Hughes, me desculpa, eu não posso.
— Não é um pedido Lowis. Você é um bom rapaz, eu só não quero que minha menininha tenha um amor agora, eu já tenho idade suficiente pra saber o que o amor pode causar.
— Notei que lágrimas escorreram pelo seu rosto.
— Ela está vulnerável agora, e precisa se refazer sozinha, ela precisa estar sozinha e superar isso, antes de se entregar para alguém. Por favor, compreenda essa situação.
— Ok. — Consegui dizer por fim.

Eu não sabia o que ele pretendia com tudo isso, eu só não queria aceitar. Mas e se fosse mesmo o melhor pra ela? eu teria que fazê-lo não é? pensei com a cabeça totalmente bagunçada.

Cheguei em casa encontrei minha mãe tossindo, sua saúde estava ficando cada vez pior, eu sentei do lado dela e contei toda situação.

— Querido, olhe pra mim.
— Ela disse baixo e devagar, levando uma mão no meu rosto. — Se você a ama, não a deixe.
— Eu não quero deixá-la. Eu ainda não a pedi em namoro mãe, é um caso indefinido, mas eu pretendo, eu só estou triste por ter que desistir de tudo agora.
— Não desista. — Ela sussurrou.
— Não vou.

Abracei minha mãe e fui para o meu quarto. Meu pai estava ocupado demais no seu escritório com compras e uísque, embora eu precisasse de opinião masculina,não quis atrapalhar.

Decidi que Oliver poderia estar certo, e se nosso romance não fosse ideal no momento? eu precisava deixá-la.

Passei a noite meditando, uma dor enorme me consumia, e não era só por minha mãe, era uma insegurança, um medo de não conseguir suportar viver sem aquele sorriso.

No dia seguinte entrei no carro em direção a ela, não importava nada, o sr Russel que fosse se lascar, eu precisava dela, e pronto.
Quando eu estava mais ou menos na metade do caminho, voltei. Decidi que teria forças, por ela, por tudo o que sentia, e pedi aos céus pra que ela ficasse bem logo.

Fui para escola só no dia seguinte, e notei o quão vazia estava.
Clair e Gregg vieram comentar que iriam visitá-la e me perguntaram como é que ela estava.

— Eu não sei.
— Não sabe? — Indagou Clair.
— Eu não a vi.
— Mas ela disse que você iria. Todos os dias.
Senti vontade olhar para Gregg e gritar "Pergunta para o seu pai porque eu não fui." mas apenas disse:
— É, eu queria.  — Inspirei, e olhei firme para eles. — Queria muito.

Cheguei em casa totalmente desequilibrado, conversei um pouco com minha mãe, e quando passava pelo escritório, meu pai me chamou.

— Lowis, tem um segundo?
— Sim.
— Sente-se. — Ele disse firme como se eu fosse um quase desconhecido.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não, não é isso, eu só preciso de um favor.
— Claro.
— É meio complicado de dizer, eu sei que esses dias trouxe uma garota aqui e me pareceu apaixonado...
— Pai, do que está falando?
— O interrompendo, coloquei um pouco de uísque em um copo.
— Eu preciso que namore a filha do Calebe, por favor, é por...
— DE JEITO NENHUM.
— Me levantei imediatamente incrédulo.
— Lowis é uma ordem.
— Como assim, você não pode me dizer quem namorar, e eu, ela, nós...
— Passei a mão na cabeça. — Nunca sentimos nada um pelo outro, fora de cogitação!
— Não foi isso o que ela disse.
— O que? ela sabe? como assim, porque?
— Sim, ela sabe. Calebe a informou sobre toda situação.
— Toda situação?
— Você sabe que eu e ele somos grandes amigos a muito tempo, e no profissionalismo também, ele está investindo muito na compra de navios, achamos que se ajuntasse nossa família, a construções de prédios também poderia melhorar, nós estamos projetando um grande capital em construções de novos prédios.