G R E G G O R Y

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Segundo os meus pais, quando Gregg nasceu, eu queria vesti-lo como uma garotinha. Insistia para que colocassem nele meu pijama da Barbie, e dizia que emprestava sem problema algum. Ao passar do tempo entendi os gêneros e aceitei que ele não era uma menina, mas em dúvidas adoraria se ele fosse gay.

— Linda.
— Eu não sou gay Carrie. — Gregg estava no meu quarto, arrumando o cabelo. Seria seu primeiro dia de aula depois da transferência.
— Então me explica esse cabelo. — Dei-lhe um empurrão e analisei o meu look.
— Vai à merda. — Ele pegou a mochila e saiu.
— Também sentia sua falta. — Gritei e sorri sozinha.

Fazia muito tempo que entre irmãos não brincavamos assim, ou pelo menos nem passávamos algum tempo juntos, e eu imaginei que talvez, eu já estivesse curada.

— Querem que eu levo vocês? — Jenna tomando chá, falava em uma entonação pesada.
— Valeu, a gente vai de ônibus.

Na escola, o tempo de intervalo estava sem muita emoção, até encontrarmos a Clair.

— Oi Clair, esse é meu irmão, Gregg.
— Oi. — Ela disse tímida mas com os olhos cheios de encanto.

Passei meus olhos por toda a cantina e não achei o Lowis, nas primeiras aulas ele não teve matéria comigo, então, nada garantia se ele tivesse ido ou não.

— Clair, você acha que o Lowis faltou? Clair? — Clair?

Enquanto eu estava de braços cruzados insatisfeita, meu irmão havia achado a garota perfeita, pois os risos eram contínuos, e houve até tapinhas no ombro.

Fiquei totalmente abandonada, até que decidi ir fumar em algum lugar. Achei que não fumaria to cedo, porque já me sentia melhor, só que naquela manhã, umas tragadas parecia uma boa déia.

Assim como eu, Gregg tinha olhos azuis. Ele adorava usar fones de ouvidos, era preciso socos nas suas costas, até conseguir uma resposta.
O que eu não imaginaria, é que ele e Clair se daria tão bem assim.

Comecei andar pelos corredores e em uma sala com a porta aberta, consegui ver uma pessoa, o Lowis na verdade. Eu o reconheci na hora. Mas quando eu entrei, percebi que ele não estava sozinho, havia outra menina. Com uma mão posta sobre a mesa a outra apontando para ele, como se estivesse furiosa.

Fui me afastando de vagar para que não me vissem, meu sangue esfriou, algo forte que eu conheço como ciúmes, tomou conta de mim.

Ele pode estar alí com quem for, até a Megan fox, mas por favor, não seja a Katy.

Meu corpo travou, e eu não conseguia mais manter distância. Até que ambos me viram. Era a Katy, percebi assim que ela virou rapidamente jogando os cabelos ao sentido contrário.

— Carrie? — Ele se virou em um movimento ágil.
— Carrie? — Katy repetiu, e com raiva.

Eu fiquei parada, nem um passo a mais nem a menos, só permaneci do mesmo jeito. Sem conseguir discernir que droga eles estavam fazendo.

— Eu já ia te procurar, eu estava...

Eu não meu lembro do resto da frase, as minhas veias doeram e eu caí no chão, desmaiada.

Minhas MarésOnde histórias criam vida. Descubra agora