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"Haja naturalmente, não pira e nem dá nenhuma bola fora, pelo amor de Deus Clara!" (falo para mim mesma entender)

— Já vai?!
(sorri e me olha de cima a baixo)

— Sim, tenho aula agora!
Subconsciente; — Delícia de homem, gozei, imagina só esse pedaço de mal caminho na cama, deve ser um espetáculo; se ele sorrir de novo não respondo por mim.

— Quer que eu te dê uma carona?! Estou indo lá buscar sua irmã.
(enxuga suas mãos e pega a chave do carro. Ele já estava com outra roupa, então provavelmente, quando sai do quarto deles e fui me trocar no de hóspedes, ele se vestiu)

— Se não for te incomodar, quero sim por favor! Estou sem carro hoje!
Subconsciente: Se essa carona aí for até sua cama pra me mostrar tudo que sabe fazer, eu aceito. (fico olhando fixamente para ele ouvindo as besteiras do meu subconsciente até ser puxada de lá, ao ouvir ele me chamando por todo nome terminado com um "vamos".

— Obrigada pela carona!
— Por nada! (me dá um beijo no rosto me fazendo arrepiar e eu saio do carro indo direto para a sala de aula sem olhar para trás, envergonhada).

Chego a sala de aula e vejo que Gabi não foi, que ótimo, ficaria sozinha! Mas, acho que seria bom ficar sozinha, poder pensar nas coisas que iria dizer ao Fernando. Como ainda não havia chegado professor na sala de aula, pego meu celular e mando uma mensagem para ele (Fernando) marcando de nos encontrar amanhã. Como sempre Madá estava certa, precisava me resolver com Fernando, antes de tudo, ele era meu noivo.

Durante todo o tempo que fiquei na faculdade não troquei uma palavra com ninguém. A não ser para apresentar meu trabalho a todos da minha sala e o professor. Por mais que eu fosse considerada uma das "gatas" e irmã "da popular" não era amiga de ninguém naquela sala de aula e nem fora. A não ser com o Mat e sua turma de amigos gatos. Vergonha é meu sobrenome, e tinha um sério problema em confiar nas pessoas, fazer amizades era o obstáculo mais difícil.

No intervalo e um período depois, dividi meus turbilhões de pensamentos com os fones de ouvidos e uma playlist definida para o momento e um bom livro. E quando todas as aulas acabaram fui embora para casa em um táxi do Uber.

[...]

Dia seguinte; 14:00h.
Optei que nosso encontro fosse em um lugar mais calmo, fomos caminhando um pouco até o parquinho perto da minha casa. O sol estava bastante quente, e antes de tudo, ele compra um picolé para gente.

— Tem ideia do porque te chamei
para essa conversa?!

— Imagino os motivos sim.
Quer dizer, o motivo.

— Você precisa me dizer toda a verdade de uma vez por todas Fernando, realmente quer que esse nosso casamento aconteça?!

— Não, e eu sei que você também.

— Claro que não quero mesmo, somos tão jovens ainda, tenho 20 anos e você 19, não foi isso que eu imaginei pro meu futuro. E casarmos sem nenhuma das ambas partes querer, é bobagem.

— Nos deixamos levar por essa loucura dos nossos pais, que não se preocuparam em nenhum instante em saber nosso desejo, opinião, enfim...

— Mas sinto que não é só isso. Está escondendo mais alguma coisa de mim?! Se lembra que antes dessa loucura toda, éramos grandes amigos?!

— Realmente, estou cansado, parece que a qualquer momento vou explodir pelo fato de guardar isso comigo. Não sei por onde começar.

— Te sugiro pelo início. (sorrio)

O MARIDO DA MINHA IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora