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SOFIA BORGHETTI

Como estava fazendo compras em um shopping ali por perto do escritório do meu pai e onde meu marido trabalha fui fazer uma visitinha para ele. Reconheço que adquiri uma tamanha estupidez com todos que estavam ao meu redor depois que tive aquele aborto espontâneo e perdi meu filho. Principalmente com meu marido. Meus nervos ficaram a flor da pele e tudo era motivo para uma briga nossa. Não estava dando a atenção que meu marido merecia, não "correspondia suas indiretas" na cama, e já fazia algum tempo que não transávamos ou tínhamos um ato quente, eram somente selinhos e tchaus. Nossa relação estava um completo e enorme iceberg.
Admito que estava errada em algumas partes e com medo do meu pior pesadelo se tornar realidade, ele me trair, coloquei meu plano de reconciliação em prática.

– Bom dia dona Sofia! (Diz Júlia, uma das secretárias do escritório)

– Meu marido está na sala dele?

– Sim.

– Ótimo. (vou até lá)

Júlia
Não suporto a arrogância dessa mulher. Patricinha nojenta com esse narizinho empinado até o céu, só porque é filha de um dos empresários mais importantes de Sp. Pisa e se acha melhor que todo mundo, uma perfeita cópia da mãe. Não se compara em nenhum quesito com a dona Clara. Aquela sim, sabe bem, como tratar as pessoas inferiores a ela com respeito e educação. Não sei como o Sr. Felippo aguenta essa bruxa.

SOFIA BORGHETTI
Passo pela mesa aonde deveria estar a oferecida da Stella, secretária do meu marido, que não deixa escapar uma oportunidade de para destilar seu veneno sobre mim e se oferecer para ele. Vou exigir que papai coloque ela no olho da rua.
A porta estava entre aberta, então entro sem me anunciar (até porque não era necessário) e me deparo com ela toda empinada com os braços encima da mesa e meu marido aparentemente assinando algo.

– Oi meu amor!  (digo irônica e visivelmente incomodada com aquilo)

– Sofia?! Que surpresa! (se levanta vindo até mim e ela tentando disfarçar o quanto estava babando por ele antes que eu chegasse, se vira e eu fico mais irritada ainda ao vê-la com alguns botões da blusa desabotoados quase fazendo aqueles seios siliconados pularem para fora, sua boca com o batom espalhado como se tivesse acabado de ganhar um beijaço, e aquela cara de ironia para mim.
Notei meu marido que também estava com a reação diferente e sem o paletó)

– Estava por perto então resolvi passar aqui para fazer uma visitinha ao meu marido. Mas, atrapalho alguma coisa?!

— Claro que não. (sorri)

— Gostaria de conversar com meu marido a sós. Poderia nos dar licença querida? (digo irônica)

– Claro! Depois trago esses papéis para o Sr. terminar de assinar. Com licença!

mais tarde, em casa
– Você está criando paranóias na sua cabeça meu amor, eu não tenho e nem quero absolutamente nada com a Stella.

– Não? Então o que aquela vagabunda estava fazendo na sua sala com aquele imenso decote com os seios quase pulando para fora, ela quase se sentando no seu colo, e com o batom rebocado? Aquela cara de safada e irônica que eu odeio!

– Ela tinha ido levar alguns papéis para que eu assinasse, você sabe o quanto o seu pai cobra de mim ali naquela empresa, acho que é justamente por ser seu marido, enfim.. eu juro que não aconteceu nada entre mim e ela, e nem vai acontecer. Você que é a mulher da minha vida, nunca que te trocaria por outra.

– Hoje você dorme no quarto de hóspedes.

– O que? Mas porque?

– Porque eu estou de saco cheio de tudo, de tudo mesmo, principalmente do nosso casamento. (falo da boca pra fora)

– Eu não acredito que você está dizendo isso. Só pode estar falando da boca pra fora movida pelo ciúmes sem sentido. Mas acho que essas palavras se encaixam melhor se fossem ao contrário, eu que estou de saco cheio de tudo. Me esforço ao máximo sempre para te ver feliz, satisfaço todas suas vontades, e aguento esse seu humor azedo depois do seu último aborto.
Mas quer saber de uma coisa? Eu também não aguento mais você que somente olha para o próprio umbigo, não se importa em como trata mal as pessoas, é uma mulher mesquinha, que vai totalmente contra tudo que sonhei em uma parceira de vida. É o amor da minha vida sim, não nego, mas se quiser o divórcio fique a vontade.

– Não, se atreva a colocar a culpa de nada em mim, o nosso casamento anda de mal a pior desde o dia em que sofri aquele aborto espontâneo e perdi novamente o nosso filho, a culpa foi sua que ao invés de estar ao meu lado no momento em que mais precisava não estava.  (ela retira a aliança do dedo com lágrimas nos olhos e a joga em mim)

FELIPPO PONTES
Não quis continuar discutindo com ela, afinal, estávamos falando coisas da boca pra fora que poderia sim machucar um ao outro mais ainda.
Liguei o carro e sai sem rumo, parando alguns minutos depois em um bar.
Gastei tudo o que tinha na carteira com bebida, no máximo R$ 150,00. Às horas foram se passando e eu lá ainda no bar relembrando a semana difícil que tive.
Primeiro algumas causas que não haviam solução e eu perdi, segundo o anúncio de namoro da Clara, não deveria e nem entendi o porque fiquei tão incomodado por ela estar namorado aquele carinha. Mas todas as minhas reações mudam quando ela chega perto de mim; vice-versa, ou a vejo. E terceiro, essas paranóias da minha esposa, que resultou nessa nossa briga e talvez até, no fim do nosso casamento.

Fico no bar chorando minhas mágoas até que o garçom me pedir para ir embora, porque eles já iriam fechar o estabelecimento.

CLARA BORGHETTI
Estava em casa com a cabeça explodindo e com a mínima vontade de sair naquela noite. Tomei um banho relaxante na banheira (estava precisando), quando sai troquei de roupa e desci para jantar. Miguel veio aqui para casa na intenção de sairmos para fazer alguma coisa, mas expliquei a ele que não estava me sentindo bem, e então que somente tivéssemos um jantarzinho e outro dia saíssemos. Nosso relacionamento estava chegando ao quinto mês, e tínhamos a mesma ideia de comemorar, mas, ainda não conversamos claramente sobre o assunto.

——————
Continuo??

O MARIDO DA MINHA IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora