O MARIDO DA MINHA IRMÃ

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Minha filha estava super bem, e ansiosa para vir ao mundo, assim como eu estava para ver seu rostinho logo.

Os preparativos para o casamento que seria daqui alguns dias e da minha formatura que seria no fim de semana estavam a todo vapor, Gui depois que pegou férias da faculdade dele me liberou dos trabalhos na biblioteca por ser a reta final da minha gestação, dizendo que não iria me deixar trabalhando mais, estando todo preocupado. (sorrisos)

— E aí filha, está preparada?!

— Para o que exatamente?

— Tudo!

— Não, confesso que estou morrendo de medo primeiramente de não conseguir ser uma boa mãe, de dar alguma coisa errada no dia do meu casamento, da minha formatura, enfim.. esse mês será concluído com tantas coisas importantes para mim e para minha vida, que é impossível não sentir um frio na barriga.

— Não pense assim filha, palavras negativas atrai acontecimentos negativos, então é melhor pensar sempre positivo, e vai dar tudo certo não só nessas datas especiais, mas em todos os momentos da sua vida..

— Amém mamãe... mas mudando de assunto, e você e o papai?! Fiquei sabendo que vão viajar?

— Assim como sua história entre você e seu marido, também precisou acontecer muitas coisas para mim e seu pai ficarmos finalmente juntos. Mas felizmente, depois que a Sara foi presa, que ele descobriu que aquela golpista da Juliane só queria saber do dinheiro e luxos que ele a proporcionava, acabou dando o braço a torcer e se rendeu ao nosso amor mais uma vez. Agora estamos mais felizes do que nunca, e ele inventou essa viagem para fazermos juntos.

— Fico imensamente feliz por saber disso mamãe, vocês merecem tanto serem felizes. E você vai nessa viagem sim, não adianta nem questionar.

ding...dong...
Somos interrompidas pelo toque da campainha e eu vou atender. Me surpreendendo com quem era.

— So...Sofia! (digo espantada segurando a porta)

— Podemos conversar?

— O que você está fazendo aqui? Como tem coragem de procurar a minha filha depois de tudo que a fez passar e... (diz Madá nervosa)

— Mamãe se acalma, eu vou ouvir o que a Sofia tem a me dizer, até porque com certeza ela não veio até aqui atoa, deixa a gente conversar a sós por favor.

—  Tem certeza de que...

— Sim!

— Está bem, qualquer coisa eu estou lá encima.

Ela sobe e eu congelo com medo do que estava por vir, principalmente porque viria da minha "irmã".

— Então, posso saber qual o motivo da sua visita?! (quebro o silêncio)

— Sai a alguns dias da cadeia, daquele maldito lugar.

— É, eu fiquei sabendo..

— Sabe Clara que ficar trancada naquele lugar, convivendo com aquelas outras detentas, comer daquela comida, sobreviver naquelas condições tão precárias e etc, por esse tempo me fez pensar em tudo que aconteceu em nossas vidas. No que eu fui capaz de fazer, na bola de neve que foi se formando com todas as mentiras, no caminho em que a raiva e o ódio pôde me levar, enfim, e eu consegui perceber que agir daquela maneira não foi o correto. Acabei me rebaixando ao pior estado, tentando me vingar de você por ter perdido uma coisa que eu mesma já havia destruído, que era o meu casamento; quis esconder a minha dor de mim mesma e fazer você sofrer da mesma maneira ou pior do que eu, achando que dessa maneira me vingaria. Eu estava com muita raiva, e quis te atingir pegando no seu ponto fraco, onde mais te doía, e quem melhor do que o Lucas. Fiquei cega de inveja e ódio quando descobri que você iria ser mãe, logo você que nunca planejou ou sonhou em ter um filho. Insisti na ideia de que você não merecia ser agraciada com duas crianças na sua vida, enquanto eu não pude nem concluir nenhuma gestação...