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MIGUEL ALBUQUERQUE;

Acordei feliz, havia sonhado com o meu anjo... Melhor dizendo a Clara! Me levantei pela manhã com um sorriso bobo no rosto e fui ao banheiro. Escovei os dentes e desço só de bermuda para tomar café. Deixando minhas tattoos a mostra, coisa que meu pai odeia ver.

– Que milagre! Você em casa pela manhã depois de ter comparecido a uma festa!

– Bom dia para você também papai. (dou um beijo na cabeça dele e me sento)

– Chegou bem tarde. E só deve ter passado a noite aqui porque talvez nenhuma mulher caiu nos teus encantos. (diz minha irmã mais nova, Bianca)

– Não se mete Bianca. (mostro a língua sendo retribuído da mesma forma)

– Silêncio vocês dois! Fico muito preocupado quando você não dorme em casa Miguel, e você sabe que eu odeio você sair e não dar notícias.

— Pois não precisa ficar preocupado comigo papai, já sou bem grandinho.

— Mas quando você some e não dá notícias, sinto até o coração palpitar.

– Eu sei papai, e me perdoe por não dar notícias quando saio nos fins de semana e resolvo durmir fora. A partir de agora eu vou mudar muito em relação a isso.

— Acredito mais em papai noel.

— Cala boca, e não se mete pirralha eu já disse.

– Pare de brigar com sua irmã! Espero que mude seu jeito mesmo filho, e que se lembre de avisar todas as vezes quando e onde vai dormir fora. Vida de pai não é fácil e você vai me dar total razão quando tiver seus filhos.

– Deus me livre papai! Não quero ser pai por agora. Estou muito novo e quero me divertir ao máximo antes de formar uma família e com isso várias responsabilidades!

— Nem tudo na vida sai como planejamos.

...

Termino de tomar meu café e depois subo para me trocar. Em a seguida vou para a loja. Ter lembranças do rosto e aquele sorriso dela eram motivos de sorrisos bobos e apaixonados pela manhã sim. Resolvi então mandar uma mensagem para ela dando-lhe bom dia, não podendo esquecer o meu lado "cafajeste" como ela mesmo diz, e que nega, mas, sei que gosta. Ela pode até não querer nada sério comigo agora, mas alguma coisa me faz sentir que ficaremos juntos em um futuro próximo.

"Bom dia minha princesa gostosa, topa sair comigo hoje para almoçarmos? Ou quem sabe transar novamente, você que escolhe."

...

CLARA BORGHETTI

Um paramédico que estava na ambulância comigo, foi realizando seu trabalho e só me fazia desesperar ela não acordar de forma alguma. Liguei algumas vezes pra avisar minha mãe o que tinha acontecido, mas ela não me atendeu.

O que mais me deixava aflita em toda aquela situação, era o bebê, ela já estava com seus devidos cinco meses, justamente o período em que as outras gestações deram errado.

Meu Deus ajude que nada aconteça com minha irmã, e muito menos com meu sobrinho! (penso positiva)

Poucos minutos depois chegamos no hospital e a partir de um momento não pude mais acompanhar ela. Fiquei na sala de espera preenchendo sua ficha, e tentando contato com alguém. Minhas mãos tremiam e a cena desse filme que já vi antes passava na minha cabeça de novo.

Chegando lá, por sorte o médico era o Dr. Luiz Silva, um amigo da família e também ginecologista.

Quinze minutos e varias chamadas não atendidas depois Felippo me liga.

— Oi Clara, aconteceu alguma coisa?! Tem trinta e cinco chamadas não atendidas suas aqui.

— Sim, e você não me atendia.

— Estava em uma audiência importante me desculpa.

— Tudo bem, é a Sofia! Estamos no hospital.

— Porque aconteceu alguma coisa com vocês, ou o bebê?!

— Vem correndo pra cá que eu te explico direito. (passo o endereço do hospital que estávamos pra ele e desligo)

...

Depois de conversar com Felippo, ligo também lá para casa, já que minha mãe não queria me atender a Madá me atenderia com certeza. Logo depois de três toques ela atende.

— Alô!!

— Madá é a Sofia, estamos no hospital.

— Meu Deus como assim? O que aconteceu com ela? E o bebê? (se desespera)

— Eu ainda não sei, entraram com ela e não me deixaram acompanhar mais a partir de um momento. Avisa a mamãe ou o papai, porque liguei varias vezes para ela e só caiu na caixa postal.

— Tabom! Vou avisa-los e provavelmente estamos indo para aí agora.

Alguns minutos depois Felippo chega e me abraça em um ato desesperado, pelo que pude perceber, e quando se solta me pergunta informações.

— O que aconteceu com ela?!

— Não sei te explicar o que aconteceu, depois que você saiu para trabalhar fui no supermercado comprar algumas coisas, e quando já estava voltando, ela me liga desesperada pedindo por ajuda. Parece que usando suas últimas forças até desmaiar. Porque quando cheguei na casa de vocês encontrei ela caída no chão, com as mãos e roupas sujas de sangue.

— Clara você acha que...
(ele fica em silêncio com os olhos marejados e eu consigo entender o que quis dizer)

— Claro que não, está tudo bem com o filho de vocês, vamos ter fé que não aconteceu absolutamente nada.

Ele me abraça forte novamente e eu consigo sentir seu coração batendo rápido, e o aroma do seu perfume bom. Não demorou muito para mamãe e Madá chegarem lá também.

— Eu exijo saber notícias sobre Sofia Gómes Borghetti. (diz a moça da recepção com seu tom debochado)

— Madá! (dou um abraço nela)

— O que aconteceu com a Sofia? (vem minha mãe como um tanque de guerra para a minha direção)

— Eu não sei direito, ela me ligou e quando eu cheguei no apartamento a encontrei desmaiada no chão da sala.

— E eu posso saber o porque ela estava sozinha nesse momento?! (arquea a sobrancelha)

— Eu havia saído para ir no supermercado ao lado, comprar algumas coisas. Voltei assim que ela me ligou. Não tinha como eu prever que ela iria passar mal.

— Por favor gente, não é hora e nem local para discutirem isso. (Felippo tenta intervir e colocar panos quentes)

— Se a Sofia perder essa criança a culpa é toda sua. (eleva seu tom de voz para mim)

— O QUE? COMO ASSIM "CULPA MINHA?" PORQUÊ SERIA? Ah claro, você como sempre tentando jogar as consequências de alguma desgraça familiar encima de mim não é mesmo mamãe.

— Eu te odeio garota! Infelizmente tenho o desprazer de ser sua mãe, mas pensando bem...

— Vem filha! (Madá me arrasta para outro lugar antes dela destilar mais veneno e eu começo a chorar)

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O MARIDO DA MINHA IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora