— Miguel, será que podemos conversar um instante a sós?! (diz Madá)
— Claro que sim Madalena! Com licença!
— Obrigada por ter trago o Lucas aqui para visitar a Clara, eu sei que não deve ser nada fácil pra você, mas tenha certeza de que foi a melhor atitude possível e posso afirmar de que isso trouxe uma paz enorme pro coração da minha filha poder ver essa criança, a quem ela ama tanto.
— Ele também a ama. E também como não traria, ele estava insistindo muito para vê-la... (sorri abaixando a cabeça em seguida) ... A real é que eu gostaria/preferia ficar afastado dela, não quero problemas com o Felippo. Ele não sai daqui um só minuto, e não nos damos muito bem, mas é de se compreender ele também está muito preocupado com ela.
— E como não estaria se ele a ama. Sei que sofre porque sabe que a Clara também o ama.
— Sinceramente dona Madalena eu não acredito que a Clara o ame. A menos de um mês atrás ela gritava aos quatro cantos que me amava.
— Eu também já tive dúvidas e cheguei a pensar como você, que não existia amor, apenas um sentimento passageiro de desejo sem nenhum interesse. Mas só que eu pude confirmar que existe sim um forte amor entre os dois Miguel e que vem se arrastando há muitos anos. E não é um sentimento criado após eles terem dormido juntos, pelo que sei, a Clara carrega isso guardado a sete chaves desde quando o Felippo surgiu na família como namorado da irmã. É só não revelou nada por medo de exatamente tudo isso que está acontecendo agora.
— Porque diz isso?! (diz com os olhos cheios de lágrimas)
— Eu conheço a Clara como a palma da minha mão, mas até do que ela mesma possa se conhecer, e sei que ela não abriria mão de uma vida construída ao seu lado e enfrentaria tudo isso se não o amasse, ela já não aguentava mais a angústia de esconder esse segredo, estava sofrendo tentando evitar o sofrimento de outras pessoas, e eu sou prova viva de que ela queria sim te contar toda a verdade, mas as coisas acabaram saindo do controle e tomou essa proporção toda. E acredito que o Felippo também a ama muito, percebemos pelo seu olhar, seus carinhos, e o gesto nobre de doar sangue para salvar a vida da filha dele, e a da minha menina. Miguel, eu sei que isso é muito doloroso para você, mas finalmente a Clara conseguiu te libertar de um casamento fictício, se deixasse essa mentira se estender por mais tempo, iria ser pior. Ela te deu uma dor profunda, horrível, e eu não estou passando a mão na cabeça dela dizendo que isso é o correto, claro que não, mas se formos olhar por outro lado ela te libertou de uma dor mil vezes pior. Imagina se essa criança nasce e você acreditando ser o pai cria um sentimento maior ainda. Com certeza não é o que queira ouvir, mas é a verdade, e se eu digo é porque é melhor que isso fique claro e porque eu te amo como se fosse meu filho, não quero ver nenhum de vocês dois presos em um sofrimento sem volta. Pelo contrário, quero que coloquem as ideias no lugar, conversem civilizadamente e finalmente tentem viver com uma relação agradável.
— Eu ainda amo muito a Clara, mais do que eu gostaria de amar, mas renunciei a ela desde o dia em que fiquei sabendo de toda a verdade da pior maneira possível. Aquele dia, foi como se tivessem jogado água em brasa.
— Uma coisa é desistir/renunciar dela, e outra bem diferente, é continuar apaixonado. Ver como você ficou, a sua preocupação durante a operação, seus olhares, enfim, só me dá mais certeza de que isso que você disse de renunciar é mentira. E eu não quero que sofra caso ela venha, a não conseguir mais corresponder a esse seu sentimento.
— Tá doendo muito Madá, eu não vou negar, até porque está estampado no meu rosto, mais quero tentar superar mais esse baque amoroso, e seguir minha vida.
— Só estou dizendo isso, pra você se conformar, se acostumar com a ideia, pra que você não sofra, e também, para que não haja problemas com o Felippo, agora que ela está no hospital se recuperando, por favor.
— Não se preocupe, da minha parte não haverá!
— Obrigada filho!
Ela me abraça e voltando para o quarto em seguida, e eu com uma imensa vontade de chorar, vou para o lado de fora do hospital e me sento em um banco distante da entrada, onde não havia ninguém.
— Como eu posso? Como posso esquecê-la, porque não consigo tirá-la do coração. (me ponho a chorar)
— Eu posso te ajudar... ?! (exclama uma voz doce e suave um pouco longe de onde eu estava, limpo rapidamente meus olhos quando percebo que era Gabi)
— Está tudo bem!
— Percebi que você não voltou para o quarto, e vim ver se está tudo bem...
— Tive uma conversa com a Madalena e não me senti bem depois do que conversamos, então resolvi vir aqui respirar um pouco.
— Vendo você nesse estado imagino que a conversa tenha haver com a Clara não é mesmo?!
— Sim!
— Eu entendo sua dor....
— Não, não Gabriela, ninguém entende a minha dor, e não acho que você possa entender.
— Eu entendo sim, eu sei que nunca vai deixar de amá-la e que está sofrendo muito com essa ferida aberta recentemente no seu coração.
— Sinto que posso confiar em você, e não vou negar que pensava e desejava que todo o meu amor pela Clara se transformasse em ódio, mas, só de saber tudo que aconteceu, não sabe a dor que eu estou sentindo, não sabe como tudo isso está mexendo comigo.
— Eu sempre soube e percebi o quanto você a ama, e o seu sentimento é tão nobre, que eu aposto que varias dariam tudo para receber um pouco dele. E um conselho de uma recém amiga?? Não deixa esse amor que um dia foi tão lindo entre vocês dois, se transformar em ódio, isso irá afetar apenas você lhe deixando amargurado pro resto da vida.
Começo a chorar novamente e ela me abraça.
***
Depois que todos foram embora. Esperei Felippo chegar no hospital e aproveitei o restante do tempo em que tive que ficar de observação, pra dar uma olhada na minha filhota, e ver se estava tudo bem com ela.
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Hello babys, quem é vivo sempre aparece não é mesmo?! Como vocês estão? Cheguei trazendo novidades hein ✌🏼 procurando uma forma de ficar ainda mais próxima de vocês eu criei uma conta no Instagram para tirar dúvidas sobre meus livros, postar novidades, enfim, tudo que vocês quiserem saber um pouco mais sobre mim e minhas atuais e futuras obras é só seguir lá "@ livrosdacca" ou
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O MARIDO DA MINHA IRMÃ
RomanceE você? Seria capaz de perdoar uma traição como essa?! Clara é uma mulher de 20 anos, de uma família tradicional de SP, filha de Cláudio e Sara, sempre foi odiada pela mãe e considerada total a "ovelha negra" da família, pois todo o amor sempre foi...