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Felippo Pontes
O médico me leva para uma sala e começam com os procedimentos pra doação.

Sala de espera
— Eu não sei o que vai ser de mim se acontecer mais uma desgraça com a minha menina. (diz Madá chorando)

— Calma Madá, a Clara é uma mulher forte e vai conseguir sair bem dessa. (diz Miguel a abraçando tentando acalmar)

— Obrigada por estar aqui Miguel, eu sei o que a Clara fez com você não foi correto, não tem perdão e eu nunca iria apoia-lá nessa decisão impensável. Mas você aqui ainda se preocupando com ela mostra o quanto você é uma pessoa especial.

— Por mais que meu sentimento de raiva por ela agora fale mais alto do que o amor, eu não poderia deixar de me preocupar, afinal ela fez isso para salvar meu filho, de uma maneira ou outra tenho uma gratidão enorme pelo amor que ela sente por ele. ( diz dando mais um abraço em Madá)

— Vim assim que soube, como está a Clara?! (diz Gabi chegando lá toda preocupada com o irmão Matheus)

— Infelizmente ela não está nada bem, perdeu muito sangue e precisa de uma transfusão o mais rápido possível senão poderá ser fatal para ela e o bebê.

— Meu Deus! (começa a chorar colocando as mãos no rosto)

— Como eu acabei de dizer pra Madalena, vai ficar tudo bem. A Clara é muito forte vai sair dessa, e o Felippo já está doando sangue pra salvá-la. (dá um abraço em Gabi e os dois ficam se encarando por alguns segundos)

***

— Bom eu já estou indo, tenho que organizar algumas coisas e cuidar do meu filho agora, qualquer coisa não deixa de me dar notícias por favor! (diz Miguel se despedindo de todos que estavam lá)

— Pode deixar, eu te dou notícias Miguel. (diz Gabi)

— Tabom, obrigada!

Miguel vai embora e dez minutos depois o médico chega pra dar notícias a minha família depois da cirurgia feita.

— E como está a Clara doutor? (pergunta Felippo preocupado)

— A operação foi um sucesso, conseguimos retirar a bala que estava alojada em um espaço bem delicado perto de alguns órgãos importantes, mas felizmente correu tudo muito bem e assim foi conseguido realizar a transfusão de sangue. Ela precisará ficar mais dois dias aqui para recuperação e alguns cuidados especiais, mas o quadro dela é estável e logo logo poderá voltar para casa.

— Graças a Deus! (diz Madá)

— E podemos vê-la?! (pergunta ele novamente)

— Sim, mais um de cada vez por favor!

— Ok!

— Eu juro que preferia morrer a ter que ver você desse jeito, não sabe o que eu daria pra estar no seu lugar. Eu sei que vai sair bem dessa, dessa prova que a vida está lhe impondo, em breve irá voltar a ser a Clara de sempre, trabalhar, estudar, cuidar da nossa filha e lutar pelos seus sonhos. Você é única e por isso eu te admiro tanto e te amo e juntos vamos superar isso.
Tudo isso é por minha culpa, é só minha, me perdoa meu amor, por tudo. (beija minha mão chorando)

(...)

— Ontem eu não vim te visitar pra evitar problemas com o Felippo, mas eu estive pensando muito em você Clara, aliás em tudo que aconteceu nos últimos dias...

— O que está fazendo aqui Miguel? (diz Felippo entrando no quarto)

— Eu só vim ver como a Clara está, mas não acho que isso seja da sua conta.

— Olha cara, eu sei que você nunca foi meu fã, e não que eu faça questão disso, mas existe uma coisa que nos liga de alguma forma, que é o amor que ambos sentimos pela Clara. E em nome desse amor, eu prometo que não vou deixar você machucá-la mais uma vez com suas atitudes ou palavras, de maneira alguma.

— Mas é muito cara de pau né Felippo.  Então quer dizer que você entra na vida da minha mulher, se aproveita de um momento em que o nosso casamento estava abalado, acaba dormindo com ela, a irmã da sua então esposa, destrói uma família feliz, realizada e que se amavam muito, e depois sou eu que a machuco?! Faça-me o favor! (sorri irônico)

— Eu acho que isso não é hora e nem local apropriado para falarmos sobre isso. A vida ainda vai se encarregar de fazer a gente se encontrar em outro lugar, outro momento, para resolvermos nossos problemas, mas agora não. A Clara agora está entre a vida e a morte, lutando para salvar nossa filha, deveríamos pelo menos respeitá-la.

Miguel vai embora do quarto sem dizer mais nada depois disso, evidentemente irritado e com lágrimas nos olhos.

— Eiiiii, está tudo bem? O que houve?! (diz Gabi quando ele passa por ela feito um furacão)

— Está tudo ótimo, não aconteceu nada!

— Não é o que parece. Miguel, quer conversar? Eu sei que você não deve ir muito com a minha cara por tudo que aconteceu (sorri) mas eu prometo ser uma boa ouvinte.

— Tudo bem! Vamos tomar um café??

— Claro! (retribui o convite com um sorriso)

Eu e Miguel fomos para uma lanchonete em frente o hospital e eu pude ver no seu semblante uma tristeza, e nos seus olhos segredos que pareciam ser indecifráveis. Sentamos em uma mesa mais afastada, fizemos nossos pedidos e começamos a conversar.

— Agora me conta porque você saiu evidentemente irritado daquele quarto.

— Eu não suporto a ideia de que a Clara está grávida daquele cara, aquele desgraçado, idiota e que no fim das contas por mais que ela fuja, eles irão ficar juntos. Ele tem o prazer de tacar na minha cara e tocar na minha ferida dizendo que a filha é dele.

— Eu posso imaginar o quanto isso te incomoda e faz sofrer, saber que foi traído pela pessoa que ama e da pior maneira, mas não dá pra voltar atrás, é melhor tentar superar, deixar tudo isso passar e seguir a vida. Tenho certeza de que ele também está machucado e sofrendo ao ver a mulher que ele diz amar e mãe de sua filha entre a vida e a morte, então os sentimentos ficam alterados.

— Também não é nada fácil pra mim ver isso acontecendo e não poder estar lá ao lado dela, ajudando de alguma maneira a salvá-las. Está doendo muito, não nego, mesmo com a traição ainda amo muito a Clara, não se joga uma convivência de aproximados um ano de inúmeros acontecimentos intensos no lixo da noite pro dia, mas eu vou conseguir superar.

— Espero que consiga sim, ser realmente feliz algum dia com alguém que te faça perceber o quanto você é especial.

— Obrigado por me ouvir Gabriela! A Clara tem muita sorte de ter você como uma grande amiga e eu não tenho nada contra você, muito pelo contrário.

— Fico feliz por saber disso!

— Bom eu sinto muito não poder ficar mais tempo aqui conversando com você, tenho que ir trabalhar.

— Não se preocupe, eu que não quero tomar seu tempo, pode ir!

Trocamos WhatsApp e redes sociais e ele vai embora.

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Continuo?! ✨🤭

O MARIDO DA MINHA IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora