Depois que eu e Miguel nos casamos no civil, eu praticamente, fui morar por alguns dias no apartamento dele. Combinamos de morar juntos definitivamente, somente quando nos casássemos na igreja. Então eu ficava alguns dias lá e alguns dias na minha casa. Até porque, não poderia deixar a minha Madázinha convivendo sozinha com a cobra da dona Sara.
Hoje eu estava em casa, porque meu marido foi viajar para a supervisão de obras das novas lojas dele em cidades de Minas Gerais. E só iria voltar depois do fim de semana.
Minha mãe, com toda sua arrogância disse que queria fazer um jantar a noite somente para a família. Prontamente me pus a ajudar Madá e fomos até o supermercado comprar algumas coisas que faltava em casa. Quando retornamos novamente, prendi meu cabelo com um coque, lavei minhas mãos e fui ajudar Madá com o que precisava para preparar o jantar.
Foi uma diversão só a preparação daquele jantar, brincamos, gargalhamos, e quando terminamos tudo eu fui me arrumar. Tomo um banho de dez minutos e quando saio vestida com meu roupão, vou secar o cabelo. Fiz alguns cachos nele com o modelador e ao terminar também faço uma make leve, nada demais, afinal estaria em casa. E por fim, coloco um vestido vermelho rendado (mídia ao fim) com um tênis vans.
Desci e logo dou de cara com Felippo, que havia chegado naquele momento com a minha irmã. Os dois estavam de mãos dadas e aquilo já me causava náuseas.
Ele me cumprimenta com um beijo no rosto, e um sorriso. E eu vou pra cozinha com a mão suando frio....
– Com licença! Já posso servir o jantar?
– Sim!
– Eu te ajudo Madá! (me levanto do sofá onde estava mexendo no celular e vou ajudá-la)
– Não é necessário querida.
– É sim. (pego o recipiente de sua mão e deposito um beijo em seu rosto)
– Você não ouviu o que ela disse?! Não é necessário Clara, esse é o trabalho dela e...
– Releve bombonzinho! (diz meu pai meio que cochichando no ouvido dela)
Ela nunca aceitou esse carinho e aproximação que tenho com Madá. Mas como poderia ser diferente? Os meus pais nunca me deram atenção, sempre estavam focados em trabalho, ostentação ou na Sofia ao contrário de Madalena que sempre me tratou e ainda continua, sendo como uma verdadeira mãe pra mim. Sempre digo que sai da barriga errada. Mas...
Estava presente os de costumes: Sofia, mamãe e papai, e Felippo. Não entendi o porque daquela cena toda que minha mãe acabará de fazer. Mas dei de ombros, e continuei ajudando a quem realmente valia a pena e me amava naquele ambiente. Ao terminar de ajudar Madá me sento ao lado de papai que estava do lado direito. Minha mãe se levanta e começa a falar. Lá vem!
– Convoquei esse "jantar simples" não por algum motivo especial em si, só porque queria matar as saudades da minha filha e meu genro querido, e também para comemorar a volta de vocês. Estou muito feliz por saber que vocês resolveram se dar uma nova chance e ...
Olho para minha mãe que estava com um leve sorriso de vitória no rosto, e aos "pombinhos apaixonados" a minha frente e me vem uma ânsia de vômito horrível, que depois de alguns segundos e um pouco de água se passa. As palavras travaram e quanto mais minha mãe falava mais meu coração sangrava por dentro, e uma vontade enorme de chorar vem a tona
– Sim! Conversamos muito e resolvemos dar mais uma chance a gente, ao nosso amor. (lhe dá um selinho e sorri)
Mais uma vez a ânsia de vômito vem me fazendo sair correndo subindo as escadas para o banheiro do meu quarto com a mão na boca. Chego e me debruço no vaso, vomitando e passando mal com algumas tonturas.
Sara:
– Ela como sempre para estragar!– Eu vou ver se ela está bem! (diz Felippo indo averiguar como eu estava)
toc, toc...
Ouço muito vagamente alguém batendo duas vezes na porta do banheiro.– Está tudo bem?
– Sim!
O enjoo e as tonturas se passam, e eu me levanto dou descarga e vou até a pia lavar o rosto.
– Só vim ver como você está! E se precisa de alguma coisa, ajuda.
– Não, obrigada. Eu não quero nada e nenhuma ajuda que venha de você. (digo seca)
– Porque você está agindo assim comigo, será que eu poderia entender?
– Eu não estou agindo de nenhuma maneira diferente com você.
– Claro que está. Isso é porque eu e sua irmã reatamos?!
– E o que te faz pensar que seria isso?
– O seu ciúmes.
– Ciúmes? (gargalho) me poupe!
– Então qual outra explicação?! Está evidente, estampado no seu rosto que você está morrendo de ciúmes por eu ter reatado o meu casamento.
– Você está maluco!
– Estamos quites. A cada dia que passa sinto mais ódio e ciúmes do seu casamento com aquele sujeito. Você nunca irá ser dele. Sempre foi e sempre será minha, assim como sempre serei seu. (me encoucha na parede)
– Você não tem que sentir isso. Não somos nada mais do que cunhados. Eu me relaciono e me caso com quem eu quiser. Decidimos que cada um iria seguir sua vida não é?! Então, é o que cada um está fazendo. Agora sai do meu quarto por favor?!
– Tudo bem! Se é isso que você quer não posso fazer nada, mas você sabe muito bem que esse sentimento sempre estará presente entre nós. Não importa o que faça, diga, o quanto negue. Ele sempre estará vivo, pelo menos para mim.
- Vai embora por favor Felippo. A minha mãe tem planos para seu casamento com a minha irmã. Nunca poderemos viver esse amor, ele é proibido e eu não quero destruir a minha vida pra ficar com você. Retire seu cavalinho da chuva. EU NÃO TE AMO MAIS. (digo da boca para fora e ele fica sem reação por alguns segundos, apenas me olhando).
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Continuo?? 💗
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O MARIDO DA MINHA IRMÃ
RomanceE você? Seria capaz de perdoar uma traição como essa?! Clara é uma mulher de 20 anos, de uma família tradicional de SP, filha de Cláudio e Sara, sempre foi odiada pela mãe e considerada total a "ovelha negra" da família, pois todo o amor sempre foi...