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Depois daquele dia, estava diariamente indo no hospital, nem que fosse por somente uma horinha ou trinta minutos para saber notícias, e pra minha grande alegria e o aumento das nossas esperanças os médicos que estavam cuidando do caso disseram que ele (Miguel) começou a reagir positivamente aos medicamentos, dando sinais de melhora a cada dia, e se ele continuasse assim logo logo sairia definitivamente do coma. Meu coração parecia que estava prestes a explodir de tanta felicidade. Optei em não ficar levando o Lucas no hospital. Aquilo não era ambiente para uma criança, e ver o pai naquela situação também não era nada saudável pra cabecinha dele. Então o deixava em casa sendo paparicado pelas tias e Madá.

Uma semana depois e tudo começou a ficar mais perfeito do que nunca. Eles já haviam retirado metade dos aparelhos que estavam ligados à Miguel e me disseram que ele havia tido uma melhora de 50% no seu quadro clínico.
As obras no nosso apartamento já haviam sido concluídas e eu finalmente poderia me mudar pra lá. No sábado, acordo às 8:30 da manhã com uma dor nas costas terrível, a minha médica me disse que ao longo da gravidez essas dores aumentariam em consequência do crescimento do bebê. Me levanto, vou até o banheiro faço minha higiene matinal e depois retorno indo recolher minhas coisas e organizar tudo dentro de uma mala. Começo a recolher até alguém bater na porta, era Felippo.

– Bom dia! (diz ele com um sorriso no rosto)

– Bom dia Felippo, aconteceu alguma coisa?

– Não, só vim saber se está tudo bem com você e seu bebê.

– Sim, só estou com um pouco de dor nas costas, mas a minha médica me disse que isso é normal.

– Quer que eu faça alguma coisa pra essa sua dor passar?

– Não precisa se preocupar, tá tudo bem comigo e com o meu bebê. (gargalho achando fofo ele se preocupando comigo)

– O que você está fazendo?

– Estou arrumando minhas coisas, as obras no meu apartamento já terminaram e eu devo ir pra lá ainda hoje. (volto a recolher)

– Ir morar lá? Não, você não pode ir embora daqui.

– E porque não? (o encaro e arqueio a sobrancelha esperando uma resposta)

– Porque.. porque não, como vou cuidar de você e... do seu bebê.

– Felippo, eu já sou bem grandinha, vou cuidar bem desse bebê se é isso que te preocupa.

– Posso?! (aponta pra minha barriga e eu consinto)

Ele caminha até mim, me olha no fundo dos olhos e eu consigo ver que ele estava com um olhar triste. Se ajoelhou dando um beijo na minha barriga e me fazendo arrepiar. Aquele sem dúvidas era o momento mais lindo que eu estava vivendo, e que ao mesmo tempo me causava uma dor no coração por saber que eu estava fazendo uma coisa tão horrível, escondendo a verdade dele, e ele não merecia aquilo. Poxa, eu só queria que tudo fosse mais fácil, e que eu finalmente conseguisse ser feliz sem ter que colocar a felicidade de ninguém em jogo.
Decidi contar somente pra poucas pessoas ao meu redor que estava grávida, afinal em pouco tempo minha barriga vai começar a aparecer.  E desde então, Felippo vem se mostrando muito cuidadoso, preocupado, e amoroso comigo.

– Você está mais linda do que nunca grávida. (diz sorrindo, antes de sair do quarto)

Respiro fundo, e volto com o que estava fazendo.

Ao final da tarde já estava com tudo pronto, desci as malas colocando no meu carro, peguei minha bolsa, nos despedimos da minha irmã e Felippo e enfim fomos embora.

***

– Coloco esse quadro aqui e.. perfeito! (sorrio)

– Amiga você não acha que ficou adulta cedo demais não? (diz devorando os biscoitos que estavam no pote)

– Gabi eu já tenho 21 anos e ter uma casa própria não significa ficar adulta rápido. Significa ser independente e é isso que eu sempre quis.

– Não estou falando disso, e sim, sobre os seus filhos. Você em menos de um ano realizou todos metade de todos os sonhos e propósitos que sonhávamos acontecer depois que terminasse a faculdade.

– A minha vida realmente se tornou muito emocionante depois que o Miguel cruzou meu caminho. Às vezes eu paro, e penso em tudo que está me acontecendo, mas vejo que algumas coisas não são tão más. E eu até que fico feliz, porque cada dia eu aprendo uma coisa nova que eu com certeza vou levar pro resto da vida.

(somos interrompidas por Lucca atacando um bolo de chocolate que Madá havia feito e estava encima da mesa)

– Essa criança realmente é meu filho. (nos levantamos e fomos até lá ajudá-lo gargalhando)

(...)

– Como eu queria que seu pai estivesse aqui com a gente agora meu filho. Ele iria amar estar fazendo isso. (digo colocando Lucca pra dormir)

– Ma.. Ma..mãe!

– (fico em silêncio por alguns segundos tentando raciocinar o que ele acaba de dizer) Você... Você me chamou de mamãe?!

– Mamãe, mamãe... (repete novamente e sorri)

– Ai meu amor, desse jeito você acaba me matando. (choro)

– Mamãe..mamãe...

Aquele sem dúvidas seria um momento que ficaria marcado em mim pra sempre.

***

Acordo com uma fresta aberta da janela iluminando todo o quarto com um dia lindo. Algo dentro de mim me dizia que mais coisas boas estavam prestes a acontecer. Eu não conseguia encontrar mais motivos pra ficar feliz, mais do que já estava. Pois pela primeira vez ouço Lucca me chamou de mãe.

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continua? 💝

O MARIDO DA MINHA IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora