O MARIDO DA MINHA IRMÃ

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THAÍS

- Enfim, acabei tendo meu filho, que é quem me dá forças hoje em dia pra continuar lutando. Lucas. Após todos esses acontecimentos não tive notícias sobre Miguel, logo depois que meu filho nasceu eu até que retornei naquela maldita cidade, mas me disseram que toda a família havia se mudado para outro lugar. Não desisti de encontrar notícias sobre o paradeiro do pai do meu filho, até que um belo dia vi a foto de vocês dois em uma revista de fofocas, anunciando o namoro da filha de um renomadíssimo advogado e empresário de São Paulo, com o micro empresário do ramo masculino, Ele. Não via a hora de chegar aqui, poder encontrar e me vingar daquele desgraçado do Rodolfo, responsável por uma boa parte da minha desgraça, fazer as máscaras dele cair e finalmente poder ser feliz com o homem que eu tanto amo, e pai do meu filho.

– Eu sinto muito tudo de ruim que pôde acontecer na sua vida. Mas você precisa entender que já passou, essa sua sede de vingança contra o Rodolfo só irá te fazer mal. Te afundar cada vez mais em um passado ruim que não terá mais volta e concertos. Coisas que já se passaram e deveriam servir de aprendizado. Não é com um sentimento de vingança contra o pai do Miguel que irá conseguir reconquista-lo, muito pelo contrário.

– Rodolfo deve amar o seu relacionamento com o Miguel não é mesmo?! Deve amar saber que tem uma nora podre de rica, e com todos os requisitos que ele procura para ser a pessoa ideal a se casar com o filho dele.

– Eu e o meu marido não estamos juntos por causa do dinheiro um do outro. Até porque ele tem suas próprias conquistas. Estamos juntos porque nos amamos. Entendo a sua situação por ter aceitado fazer aquele acordo, mas eu não tenho absolutamente nada haver com essa história, cheguei na vida do Miguel bem depois de tudo isso e "acabar" comigo, somente pra tentar reconquista-lo como mesmo está dizendo, acredite não seria sua melhor saída.

Miguel narrando
Desperto ouvindo vozes ao meu redor. A minha cabeça estava rodando e doendo muito, a visão ainda um pouco embasada, e me deparo com meus braços amarrados. Não entendi nada do que estava acontecendo, olhei para meu lado e quando vi Thaís apontando uma arma em direção a Clara, minha esposa, meu coração quase sai pela boca. Vendo o perigo que Clara se encontrava, não fiz nenhum barulho e fiquei ali tentando me soltar.

GABI
Seguimos a Clara até um galpão abandonado, afastado e bem deserto. O lugar me deu arrepios só pelo aspecto. Descemos, ligamos pra polícia e sem fazer barulho entramos.

– Sim, talvez seria. Acredite, tirando o fato de você atrapalhar e muito a minha vida, ser a mulher que ele provavelmente ama mais do que tudo, e ser a esposa dele; não tenho mais nenhum motivo pra te odiar.
– Obrigada, eu acho!

– Fiquei satisfeita em saber que não meteu mais ninguém nesse assunto, quanto menos gente envolvida nisso, melhor. (me preparo para poder atirar nela)

– Não, eu... (um barulho muito alto de algo caindo nos assusta revelando Gabi e Matheus, o que faz meu coração disparar).

– Gabi, Mat?! O que vocês...
– Eu te disse pra não envolver mais ninguém nesse assunto, e você acabou não me ouvindo.

Tudo aconteceu em uma fração de segundos. Meu corpo todo gela ao ouvir um estrondo vindo em minha direção e ver Miguel atravessar na minha frente e receber um tiro que deveria ter sido meu, e cair no chão todo ensanguentado.

– MIGUEEEEEEEEEEEL!
Soltei um grito, assim como meu coração que parecia querer sair a qualquer momento pela boca. Minhas pernas bambearam me fazendo ajoelhar a sua frente, os olhos se encheram e foi como se o mundo tivesse entrado em modo pause. Vendo o que tinha acabado de fazer, e acreditando ter matado ele, alguns segundos depois mais um tiro. Fecho os olhos por um momento, pensando na possibilidade daquela bala ser para mim, mas não sinto nada. Depois que Gabi solta também um grito, me atrevo a abrir os olhos e me deparo com Thaís caída também no chão, com a arma em punho e um tiro na cabeça, por onde saía muito sangue. Pus-me a chorar feito uma criança desesperada pedindo pra que alguém ligasse pra polícia, ambulância o mais rápido possível, e chamar sem parar o nome de Miguel. Que me fazia ficar mais nervosa, não reagindo.

Alguns longos minutos depois a ambulância, polícia, dois repórteres (não sei como souberam) chegam no local. Minha cabeça parecia que iria explodir, fiquei muito abalada com o que aconteceu e não quis sair de perto do Miguel em nenhum momento. Dois policiais vieram  me fazer algumas perguntas mas não estava conseguindo raciocinar direito e respondê-las. O médico que deu os primeiros socorros ao meu marido me disse que ele ainda estava vivo, mas que o quadro era muito grave. E que Thaís infelizmente havia morrido, comecei a chorar novamente e brigar para poder ir acompanhando ele até o hospital, que acaba cedendo.

– Eu quero ir com ele pro hospital. Por favor doutor, me deixa acompanhar ele!

– O que a senhorita é dele?!
– Esposa.
– Tudo bem, nos acompanhe.

Dou a chave do carro pra Gabi poder cuidar. E Saímos de lá às pressas com sirenes ligadas rumo ao hospital. Estava toda suja de sangue, suando, com o rosto sujo, e somente o meu celular em mãos mas não sai nenhum segundo do lado dele.

Chegando no hospital os médicos foram direto para a sala de cirugia depois de analisar o quadro clinico que ele se encontrava. No qual era grave. Até uma determinada área eles não me deixaram entrar e eu fui tentar preencher a ficha médica dele. Ligo também pra Bianca avisando o que tinha acontecido e poucos minutos depois Gabi e Matheus chegam no hospital me dando todo o apoio do mundo.

As horas se passavam e ainda não estava sabendo de nenhuma notícia. Comecei a sentir algumas náuseas mas me mantive forte, tudo que eu queria naquele momento era saber o que estava acontecendo. Meu sogro e minha cunhada também chegam no hospital desesperados, em busca de respostas e tentando entender o que havia acontecido. Explico tudo a eles, e  uma hora depois chega a pessoa que mais me importava naquele momento, Madá, ela me dá um abraço forte e eu volto novamente a chorar, dessa vez no colo mais acolhedor do mundo.

– Vocês que são os parentes do Miguel Albuquerque?
– Sim! (respondo antes de todos)

– Infelizmente ele entrou em coma. A bala acabou atingindo uma área de risco, no que também ocasionou em uma hemorragia interna, que é o sangramento no interior do corpo, especialmente na cavidade torácica, abdominal ou músculos, que pode ser causada por trauma físico grave. Não temos previsões de quando ele irá acordar, e para ser realistas com vocês, familiares, só um milagre.

– Será que eu poderia vê-lo doutor?! Por favor! (choro)

– Sim, porém através do vidro e apenas alguns minutos. O quadro dele é grave e está no CTI.

– Tudo bem. Não tem problemas.

– Eu sinto muito! Com licença! (diz ao demais familiares e eu o acompanho)

Ver ele todo cheio de aparelhos ligados, imóvel naquela cama de hospital foi como se o chão se abrisse por debaixo dos meus pés. Eu conseguia sentir no fundo do coração que aquilo seria o começo de uma enorme jornada. E que não seria nada fácil.

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Feliz Ano Novo meus amores, que papai do céu possa realizar todos os desejos de vocês, dando-lhes também muita paz, saúde, prosperidade, e conquistas maravilhosas. Obrigada por estarem comigo mais uma ano! 💛✨🥂