– Espero que vocês sejam muito felizes, agora se você me dá licença, não estou me sentindo muito bem e quero me deitar. Boa noite! (digo abrindo a porta)
– Eu sei que está mentindo.
Ele engole seco, respira fundo, me olha no fundo dos olhos mais uma vez e vai embora sem olhar para trás. Pude perceber que o que falei tocou profundo seu coração e reconheço que as minhas palavras foram um pouco duras demais com ambos, mas foi preciso, era a única maneira de me afastar de uma vez por todas desse amor tão arriscado. Ele também se segura pra não chorar, e eu fiquei me fazendo de forte para não desmoronar na frente dele e colocar tudo por água a baixo. Mas quando ele sai do meu quarto não consegui segurar e uma ânsia imensa de choro tomou conta do meu coração, não entendi o porque daquilo mas me sentei no chão mesmo e comecei a chorar colocando pra fora o que estava sentindo. Será que de alguma maneira a volta no relacionamento deles me afetou?! Não, loucura!
Mas devido aquele turbilhão de sentimentos pude entender que aquele choro era sim pela notícia da volta deles, mesmo eu já sabendo. Precisava do meu colo de mãe como nunca e a minha sintonia com a Madá era tão intensa que ...
Toc ... Toc...
– Pode entrar!
Limpo minhas lágrimas por um instante e a porta se abre revelando Madá com um copo de suco pra mim.– Posso entrar filha?!
– Claro que sim!
– Vim saber como você está!
– Um pouco melhor, obrigada mãe pela preocupação como sempre.
- Mas o que você está sentindo?!
– Um misto de coisas. Enjoos, minha cabeça tá doendo e pesada, e uma vontade imensa de chorar.
– Essa vontade de chorar é por causa da volta de sua irmã e o Felippo, não é filha?!
– Sim! Nos últimos dias ando muito sensível, e hoje não sei o que houve, me importei demais com isso, por mais que já soubesse que eles haviam voltado. Aí mãe, me ajuda a entender o porque meu coração está assim. Eu não entendo. Amo o Miguel com todo meu coração.. quer dizer, acredito amar ele com todo meu coração. Ele é o homem que eu escolhi pra me casar, construir uma família e etc...Mas não vou negar que fiquei muito mexida com essa notícia.
– Você está com ciúmes! Ama o Felippo, e eu acredito que ele também te ama. Mas nenhum dos dois não tem coragem de assumir esse amor. E ver que ele e sua irmã reataram o casamento te deixou com esse sentimento. E a única maneira que encontrou de colocar pra fora foi chorar.
– Não! Eu que não quis assumir essa loucura pra todo mundo. Estou muito dividida, e não sei pra que lado corro. Em um fim de semana antes de me casar com o Miguel, fui em uma festa na qual ele também estava lá. Bebemos muito e no final da festa a gente acabou ficando. Desde o começo do relacionamento dele com a Sofia eu sempre tive uma paixonite pelo meu cunhado, e naquele dia, o desejo falou mais alto do que tudo em ambos e acabou rolando.
– Uma das maneiras de reconhecer que está apaixonada e morrendo de ciúmes é a negação. Não precisa de muito esforço para entender isso, pois está nos teus olhos. Tem que pensar, que agora é casada, o Miguel te ama e você não pode machucá-lo. Você já o traiu, e esse foi o pior ato que você poderia ter se submetido.
E o Felippo está casado, com a sua irmã.– Eu sei Madá, não faz eu me sentir pior do que já estou.
– Mais uma vez eu me encontro aqui te dizendo para pensar bem em qual decisão correta deve tomar. Sabe que qualquer passo em falso poderá machucar e ter o ódio de muita gente ao seu redor.
– E mais uma vez eu me encontro aqui debaixo das suas asas, me sentindo protegida e despejando em você meus problemas e loucuras. Eu te amo!
– Eu que te amo filha! E sim, pode chorar o quanto achar que é necessário, estou aqui para isso, para enxugar suas lágrimas e oferecer meu colo de mãe sempre que precisar.
Ficamos conversando sobre tudo um pouco, assistindo tv deitadas na cama e fazendo compainha uma para a outra até minha irmã e o marido dela irem embora. O que já era de madrugada. Madá se despede de mim dando um beijo e vai embora. E eu visto minha camisola e me deito novamente para dormir. Vejo meu celular vibrar e era uma mensagem de Miguel. "Boa noite razão da minha vida. Não vejo a hora de chegar e matar toda essa saudade que está sendo um fardo enorme que eu estou tendo que carregar. Te amo mais que tudo!"
Dou um sorriso bobo e acabo dormindo.Dormi muito mal a noite. Tive dois pesadelos horríveis e mais enjoos durante a madrugada. E quando acordei às 7:00 da manhã vou ao banheiro escovar os dentes e depois desço, não conseguindo dormir mais. A casa estava totalmente silenciosa, pois ninguém havia acordado ainda, e no fundo eu amava ficar daquele jeito. Sozinha. Me fazia pensar melhor na vida e tomar decisões. Preparo um chá e me sento na poltrona, ouvindo minha playlist de músicas bem calmas.
Termino meu chá e subo pro quarto para poder tirar a camisola e vestir outra roupa.
Chego na cozinha e lá estava a melhor pessoa do mundo a quem devo todo o meu amor e gratidão, fazendo o café.
– Bom dia!
– Bom dia, conseguiu dormir bem?!
– Não! Tive dois pesadelos horríveis durante a noite.
– Pesadelos?!
– Sim, o primeiro pelo pouco que me recordo estava em um hospital, o pai e a irmã do Miguel chorando, uma criança de mais ou menos uns 2 ou 3 anos nos meus braços chamando Papai e o Miguel imóvel, com um monte de tubos e aparelhos ligados à ele. Foi horrível!
E o segundo, já aconteceu algumas vezes, mas é um sonho muito estranho, cheio de enigmas. A única coisa que eu consigo ver é eu quando criança deitada na minha cama pronta para dormir e uma mulher, linda, que não é a Sara se dizendo minha mãe e cantando uma música de ninar pra mim "Meu anjinho, meu anjinho, feche os olhos de mansinho deixa o sono pousar. Pra sonhar, com borboletas amarelas violetas..."
– Sonhos são bastantes confusos pesadelos então. Agora senta aí, pra eu servir seu café. (fica nervosa e desconversa)
– Já te disse que não gosto que me trate como sua patroa e me sirva. Se senta vc que eu te sirvo.
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C o n t i n u a?! 💗
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O MARIDO DA MINHA IRMÃ
RomanceE você? Seria capaz de perdoar uma traição como essa?! Clara é uma mulher de 20 anos, de uma família tradicional de SP, filha de Cláudio e Sara, sempre foi odiada pela mãe e considerada total a "ovelha negra" da família, pois todo o amor sempre foi...