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— O que houve amiga? Não disse uma só palavra desde que saímos da sua casa.

— É a Madá. Ela está muito estranha esses últimos dias, tentei conversar e ela negou tudo dizendo que não estava acontecendo nada e que era apenas coisas da minha cabeça.

— Acha que ela está mentindo pra você?

— A conheço desde que me entendo por gente, pelo menos acho que conheço né, mas sei quando ela está mentindo ou escondendo alguma coisa. E ainda tem a foto...

— Que foto?!

— Eu sei que pode parecer loucura, mas acho que a Madá já se casou e teve um filho (a) sim, e não é como ela sempre negou.

— Como assim? Será que a senhorita poderia me explicar bem essa história porque eu não estou entendendo nada?

— Hoje, logo após sair do meu trabalho fui até a cobertura na intenção de me encontrar com ela e assim podermos conversar, chegando lá não havia ninguém. Pensei em ir embora, mas estava com um instinto muito forte que me impulsionou a entrar lá, encontrei minha antiga chave e segui indo até seu quarto.
Chegando lá encontrei uma caixa com minhas antigas coisas dentro, e nela também havia guardado um álbum de fotografias. Encontrei nele essa foto (entrego a foto pra Gabi) e por favor, me diz que eu não estou ficando louca ao achar que essa mulher da foto é a Madá.

— O pior que você não está errada. Eu também notei uma semelhança assustadora. Pois se lembra daquela noite em que dormi na sua casa e ela começou a nos mostrar algumas fotos antigas da sua família?! E entre essas fotos, também nos mostrou uma em que era jovem.

— Sim... mas porque ela iria mentir, dizendo que nunca foi casada ou que teve um filho.

— Não sei, mas se não disse nada em todo esses anos é porque tem algum motivo muito forte envolvendo esse segredo.

— Quero investigar essa história. Agora mais do que nunca eu quero saber sobre o passado da mulher mais importante da minha vida.

***

Hoje minha querida irmã resolveu convocar um jantar na sua casa só para os casais onde eu e meu marido éramos presenças indispensáveis. Fecho a biblioteca no horário de sempre e vou pra casa poder me arrumar.
Não estava nem um pouco animada para ir, ver o Felippo era a última coisa que eu precisava naquele momento, mas também não poderia fazer essa desfeita.  Outro também que não estava gostando nem um pouco do convite era Miguel, que ficou com uma tromba enorme desde a manhã, em que ela ligou avisando.

— Será que da pra você pelo menos disfarçar sua cara de animação? (digo acabando de colocar um vestido)

— Eu não quero ir nesse jantar. Não suporto a cara do marido da sua irmã.

— Posso saber o motivo? (engulo seco)

— Não sei, aquela carinha de bom moço, amigo de todo mundo, homem ideal, não me engana.

— Não sabia que você carrega dentro de si um certo sentimento de desprezo pelo meu cunhado.

— Apenas não gosto de estar no mesmo ambiente que ele. Mas ainda não encontrei motivos para odia-lo.

— Credo amor... (dou um selinho nele e sorrio) — Só se lembra que ele é o marido da minha irmã, e que se não formos nesse jantar ela nunca vai me perdoar.

— Eu sou capaz de enfrentar todos os sacrifícios do mundo por você meu amor. Até mesmo, jantar com esse tal de Felippo.

— Te amo. Agora vamos, porque já estamos atrasados.

***

Chegando lá tocamos a campainha e Miguel logo quis marcar seu território pegando na minha mão e eu sorri. Alguns segundos depois Felippo vem atender à porta, todo trabalhado na obra do pecado com aquele corpo avantajado e o sorriso que com o conjunto fizeram minhas pernas bambearem. Logo soltei um "boa noite" para quebrar o clima de olhares e entramos.

— Clara!

— Oi irmã! (dou um beijo e um braço nela... é, pelo visto o jantar era apenas para os quatro)

— Que bom que vocês vieram. (cumprimenta Miguel dando dois beijos na bochecha)

— Obrigada pelo convite Sofia, é um prazer! (sorrimos)

— Bom, eu vou te ajudar lá na cozinha irmã. (arrumo uma desculpa para deixar os dois sozinhos e também afugentar do meu campo de visão os dois homens que eu mais amo, logo a frente, e quem sabe fazer eles trocarem algumas palavras entre si)

— E aí, você bebe alguma coisa? (diz Felippo com uma taça de whiskey na mão)

— Um whiskey seria bom! (diz seco)

— E então, como está sua vida de casado?! (sorri forçado evidentemente entrando em um assunto que lhe incomodava)

— A mil maravilhas, sou sem sombra de dúvidas o homem mais feliz do mundo ao lado da mulher que amo e que também me ama.

— Que Bom!

— Mas e você? Como está a relação entre você e a Sofia?

Dez minutos depois eu e Sofia voltamos, terminando de colocar o jantar na mesa e para minha surpresa encontro meu marido e Felippo bebendo, conversando e rindo de algo que parecia bastante engraçado.

— Pelo visto o papo fluiu entre vocês dois né. (digo interrompendo eles)

— Oi meu amor! (me dá um beijo)
— Vem, o jantar já está servido.

— E então Clara, já descobriu o sexo do seu bebê?! (indaga Felippo)

— Sim, é uma menina. (o encaro)

Ele se engasga começando a tossir muito, parecendo não acreditar no que eu disse.

— M E N I N A? (diz Felippo e Sofia juntos)

— Sim! (sorrimos)

– E... Eu... eu preciso ir... até o banheiro, com licença. (sai rapidamente enquanto minha irmã se levanta vindo me abraçar, e vai correndo para o banheiro com os olhos cheios de lágrimas e meu coração partindo aos poucos ao vê-lo daquele jeito)

———

O MARIDO DA MINHA IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora