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Me levanto da cama e vou até o bercinho de Lucca que ainda dormia feito um anjinho. Em seguida vou ao banheiro e faço minhas necessidades seguidas de um banho relaxante. Visto uma blusa grande, leve e confortável com um shorts jeans curto. E desço para fazer o café, antes que Lucas acordasse.

10 minutos depois a campainha toca, era Gabi. Que em seguida com seu jeito "meigo" de ser, acaba acordando Lucas e assim tomamos café juntos. Precisava ir no hospital saber mais notícias sobre Miguel, e também ir em uma consulta com minha médica.

Deixo Gabi cuidando de Lucca enquanto subo no quarto e troco de roupa. Alguns minutos depois, desço já pronta e então saímos.

Como Miguel já estava bem melhor comparado a antes, decidi levá-lo comigo para ver o pai. Não via a hora dele acordar e ir para o quarto. Poder abraçá-lo, dizer o quanto o amava e ver ele dando o primeiro beijo no filho emocionado ao saber que já é pai.

Como já estava morando naquele apartamento não demoramos muito para chegar ao hospital. Ao estacionar meu carro, desço e vou pegar Lucca que estava na cadeirinha no banco de trás. E bem ao lado do hospital tem uma loja de jóias onde minha mãe sempre ia se satisfazer gastando em uma ou varias joias.  E para a minha infelicidade, acabo dando de cara com ela quando saio do carro.

– Olha só, quem eu tenho o desprazer de encontrar, minha filhinha querida. (diz irônica)

– Oi mamãe, tudo bem?!

– Tudo ótimo! Bem diferente de você posso presumir!

– Não, eu ando ótima. Mais realizada e feliz do que nunca.

– A é mesmo eu me esqueci que você sempre teve essa mania irritante de ter compaixão com os necessitados. A começar pegando esse fardinho de problemas... quer dizer, essa criança que nem sua é para cuidar.

– Ele não é um fardinho de problemas, muito pelo contrário é a coisa mais especial que aconteceu na minha vida. Sabe mamãe, que em tão pouco tempo ele me ensinou como é o amor de uma mãe, como é o ato de se preocupar e se dedicar a uma vida além da sua e saber que tudo que está ao seu redor não é mais importante do que cuidar e dar amor ao seu filho. Ah, eu me esqueci que você não sabe o que é isso significa não é mamãe, nunca teve amor pra dar suas filhas. Quer dizer, a mim, nunca teve amor pra dar a mim. Porque a Sofia sempre foi a sua bonequinha de porcelana, o seu motivo para nunca ter tempo de me amar.

– Eu nunca tive motivos para te amar, você sempre foi um fardo na minha vida e eu te odeio. O meu ódio por você se iguala ao que eu tenho da sua.... É... Eu vou embora que eu ganho mais do que ficar debatendo um assunto que me causa náuseas com você no meio da rua. Não vou perder minha classe.

– Eu espero que você seja amada de verdade por alguém algum dia. Porque o restinho do meu amor de filha você destruiu nesse momento.

Dou de ombros, deixando ela sozinha e entro no hospital com Lucas nos meus braços. Estava me fazendo de forte na frente dela para não chorar e ser motivo de ironias. Mas quando entro no hospital encontro com Bianca e meu sogro, entrego Lucca a eles. E vou correndo até o banheiro. Um nó na garganta estava me sufocando, e então começo a chorar.
Porque ela era tão fria comigo? Porque me odiava tanto? E o que eu fiz a ela para ser um fardo e o seu ódio se igualar a...

Espera aí.. Quem ela poderia odiar na mesma intensidade que odeia a mim?! Quem é essa pessoa que ela não quis dizer o nome, não quis concluir a frase.

E mudou de assunto fugindo? Ah é melhor eu deixar isso para lá, o amor dela nunca me fez tanta falta assim, sempre tive a Madá que sempre foi uma verdadeira mãe para mim e vai continuar sendo até o fim de nossas vidas. Nada irá mudar em relação a mim e ela, o meu amor a cada dia só cresce entre nós e hoje mesmo eu iria naquela cobertura cumprir com o que sempre prometi a ela, levá-la para morar comigo e o pandinha. Não vou deixar minha mãe junto daquela serpente. Não mesmo.

Jogo um pouco de água no rosto e depois saio indo em direção a Bianca e meu sogro como se nada tivesse acontecido. Eles ficaram preocupados com o jeito em que eu cheguei, mas os acalmei alegando não ser nada e depois o médico vem nos dar a melhor notícia do mundo. Miguel havia acordado e eles já estavam levando ele pro quarto. Meu coração quase explodiu de felicidade. Peguei Lucca no colo e assim fomos para o quarto vê-lo. Ele ainda estava fraco e no soro mas já conseguia conversar claramente.

– Como é bom te ver bem meu filho. Você não sabe como eu estou feliz.

– É muito bom te ver também pai.

– Que susto você nos deu hein maninho. Nunca mais faz isso comigo seu ridículo. (gargalha e o abraça)

– Pode deixar! Mas... cadê a Clara? Onde está minha mulher?!

– Eu estou aqui. (digo emocionada)

– Clara... meu amor, como é bom te ver de novo e... Quem é essa criança?!

– Eu digo o mesmo, você não sabe o quanto eu sofri vendo você tão mal daquela maneira. Estou tão feliz em te ter novamente comigo. Achei que iria te perder... (dou um beijo nele e noto que Bianca e meu sogro saem do quarto nos deixando a sós, só os três) E... Essa criança? Lucas Assunção Albuquerque.

– Al.. Albuquerque? Como assim, não estou entendendo nada. Porque ele tem o mesmo sobrenome que o meu?!

– Essa criança tem o mesmo sobrenome que você porque ele é o seu filho. Eu imagino que você não se lembra de nada que aconteceu aquele dia, mas a Thaís antes de morrer me revelou que havia tido um filho seu.

– Meu filho?!

– Sim meu amor. Eu sei que é muita informação pra você em um momento que você está tão frágil, mas o Lucas, é o seu filho com a Thaís. O que importa é que estamos juntos Eu, você e o nosso filho. Como eu desejei desde o primeiro momento que o vi se sentindo tão sozinho sem a mãe.

– Meu filho... (pausa) Eu estou em choque com essa informação, tenho um filho.. (pausa) Que loucura.. (diz emocionado admirando e depois dando um beijo em Lucas)

Eu estava tão emocionada contudo aquilo que me faltou palavras. As pernas tremiam e o coração parecia que a qualquer momento iria sair pela boca.

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c o n t i n u a ...

O MARIDO DA MINHA IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora