O MARIDO DA MINHA IRMÃ

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Depois de dizer que o meu bebê era uma menina, Felippo não ficou com a mesma animação de antes. Dava pra se notar de longe a tristeza nos seus olhos, ele ficou cabisbaixo, não disse uma palavra durante o jantar e não foi mais capaz de me encarar.  Depois de um tempo, ele foi para o quarto nos deixando lá na sala conversando e bebendo. Como estou grávida, não posso beber bebidas alcóolicas, então só fiquei no suco natural mesmo. E meu marido, pra quem tava odiando a ideia do jantar, no começo da madrugada já estavam totalmente bebados, ele e minha irmã também.  Deixo os dois  conversando e rindo bastante do assunto nem percebendo que eu havia saído e vou até o banheiro.
Passo pelo corredor de onde da até o banheiro e vejo a porta do quarto deles entre aberta, resolvo entrar pra ver se está tudo bem com ele.

— Oi! (digo tímida entrando)

— Oi, o que você quer?

— Calma né, só queria ver como você está, não deu uma palavra durante o jantar. Tá tudo bem?

— Sim, tá tudo ótimo.

— Que bom então, também queria me despedir, já estou indo embora pra minha casa, boa noite! (digo saindo)

— Você não parece se importar tanto comigo. Me diz a verdade de uma vez, para com esse seu joguinho.

— Que joguinho? Do que está falando?

— Deixa pra lá...

— Não, se já começou a dizer, termine. Que joguinho acha que estou fazendo?

— Tudo bem, já que é pra colocar todas as cartas na mesa vamos lá. Estou falando desse seu joguinho de ficar encima do muro. Eu sei/sinto que dentro do seu peito pulsa um sentimento forte por mim assim como eu por você, mas não aceita abrir mão de tudo pra viver esse amor ao meu lado. Eu sei também que assim como você vou sofrer todas as consequências quando toda verdade vier a tona, mas eu estou aqui, de peito aberto pra enfrentar tudo por você e com você.

— Não é tão simples assim...

— Claro que não será, se somente uma das partes correr atrás para fazer dar certo. E as vezes acho que você não é todo esse poço de preocupação comigo como se diz. Sabe muito bem que a cada dia que passa eu fico pior por causa da sua mentira.

— Co...como assim? (as palavras travam ao sair já imaginando o que seria)

— Acha mesmo que eu já não sei toda verdade, que o pai desse bebe que está dentro da sua barriga não é seu marido, e sim eu, que essa menininha será minha filha?!

— Co... como.... você sabe, quem te disse isso? (minhas pernas estremecem, meu coração para e as palavras saem atropelando umas nas outras)

— Ninguém me disse nada, aliás quem deveria ter tido o bom senso e me dito a verdade desde o início não teve coragem o suficiente e tentando fugir dessa situação resolveu dar vida a uma mentira horrível que acaba comigo todos os dias.

— Você está ficando louco, essa criança é do meu marido.  Não há nenhuma possibilidade de ser sua filha.

— Não? Eu não teria tanta certeza assim, afinal eu sei que fui o único homem da sua vida com quem você dormiu sem nenhuma proteção. Não se lembra daquela noite maravilhosa em que saímos juntos da festa e fomos direto para sua casa, estávamos tão bebados que nenhum dos dois se lembrou de usar camisinha.

— Foi um erro, mas na manhã seguinte tomei meu contraceptivo.

— É, pelo visto ele não funcionou... (olha pra minha barriga e sorri) – Mas fica tranquila, não vou revelar esse segredo pra ninguém, vou continuar guardando ele aqui dentro do meu coração. A minha vontade de descer e ir até a sala e dizer toda a verdade, gritar pro mundo todo ouvir que eu vou ser pai agora é enorme, mas eu respeito sua decisão, mesmo achando que é a pior coisa que você pode fazer com alguém.    Só ouve o que estou te dizendo, aconteça o que acontecer, eu não vou desistir de ter as duas mulheres que eu mais amo ao meu lado, somente para mim. E não pense que vou permitir que o seu marido cuide da minha filha.

— Não pense e diga loucuras Felippo! Eu não vou deixar meu marido, pai da minha filha pra ficar com você...

— PARA DE DIZER QUE É ELE O PAI DA MINHA FILHA! (fica alterado e vem em minha direção me encouchando na parede) ... – Me... me... desculpa... não foi minha intenção fazer isso, eu só não suporto ouvir você dizer que ele é o pai, continuar tentando mentir pra mim, sabendo que eu já descobri toda a verdade.

— Eu preciso ir embora agora. (tento fugir e ele me puxa pelo braço colando nossos corpos)

—  Eu te amo, e obrigada por me dar o melhor presente do mundo.

Ainda segurando meu braço ele se abaixa rapidamente e beija minha barriga, em seguida sobe e sem me dar chances de dizer uma só palavra me dá um beijão que me fez arrepiar totalmente.    Me solto e saio de lá correndo e volto para a sala onde estava meu marido e minha irmã ainda bebendo.

— Amor, vamos embora?!

— Não amor, ainda é bem cedo e sua irmã está me contando uma história hilária.

— É Clara, senta aí pra gente conversar um pouco, já que meu marido me abandonou e foi pro quarto.

— Onde você foi que demorou muito para voltar? (indaga Miguel)

— No banheiro. Não estou me sentindo muito bem e só queria ir pra casa descansar. Coisas da gravidez.

— Se ela está dizendo que não está bem, é porque não está, olha só a carinha da minha irmã.   E eu digo por experiência própria, quando uma mulher fica grávida, quase tudo faz mal a ela. (diz com voz de bebada)

— Realmente!

— Tudo bem amor, se você não está se sentindo bem vamos embora.  Sofia, precisamos continuar esse papo depois hein.

— Claro cunhado, só marcar.(gargalham juntos e eu só queria sumir dali)

Fomos embora, e Miguel estava tão bebado que não tinha condições nenhuma de dirigir. Então coloquei ele no banco do carona, e eu fui dirigindo até em casa.

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