Capítulo 24

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Capítulo 24 🖤

|Maria Júlia narrando|

Ísis saiu furiosa de perto de mim e eu me dei por vencida.
— Ela vai ficar o dia todo me enchendo a paciência. — Luan entrou no carro e eu dei de ombros.
— Problema seu, quem mandou arrumar amizade com uma sonsa? — Coloquei meu cinto.
— Para de falar assim dela! — Me olhou e eu revirei os olhos.
Luan e eu fomos o caminho todo conversando. Conheci bastante sobre o doutor Santana e acredito que ele tenha me conhecido bastante também.
— Qual foi seu relacionamento mais longo? — O olhei e ele suspirou.
— Cinco anos. — Murmurou e eu arregalei os olhos.
— Tudo isso??? Meu Deus! — Neguei com a cabeça.
— Tudo isso?!?! É pouco tempo! — Franziu o cenho e eu ri. — E o seu? Quanto tempo foi? — Voltou sua atenção para o volante.
— Digamos que... cinco longos meses. — Fiz careta e ele me olhou confuso.
— Longos??? — Riu e eu assenti, dando de ombros. — Tá bom então, Maria Júlia!
— Eu não aguento ficar tanto tempo presa a uma pessoa, decidi terminar. — Gesticulei com as mãos. — Ele não queria terminar, então menti que havia traído ele e aí terminamos.
— Você é louca. — Negou com a cabeça e eu ri alto.
— Você tem muita coragem de querer ficar com uma pessoa pro resto da vida. — Falei assim que paramos em frente ao prédio.
— Você diz que não gosta de compromissos, que não tem coragem de ficar tanto tempo com alguém, mas não tem momentos em que a solidão bate e você queria alguém ao seu lado? — Me olhou e eu desviei o olhar para o celular.
— Não! Eu gosto de ficar sozinha. — Respondi, cabisbaixa.
— Mentirosa. — Riu e eu revirei os olhos.
— Todos nós temos momentos depressivos em que nos sentimos solitários, principalmente nós mulheres quando entramos na TPM.
— Entendi. — Arqueou uma sobrancelha.
Não terminei essa conversa com Luan, me despedi rapidamente e peguei minhas coisas no banco de trás. Digamos que ele tinha razão, mas por outro lado eu achava isso nada a ver. Sou feliz assim, solteira, livre, desimpedida.
Subi para o apartamento e entrei em silêncio, não tinha ninguém em casa. Fui para o meu quarto e suspirei, “escutando o silêncio”. Me sentei na cama e encarei o nada. Realmente, às vezes eu me sentia sozinha... muito sozinha!

...

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