Capítulo 47

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Capítulo 47 🖤

|Luan narrando|

Segunda feira chegou de uma vez e junto veio uma centena de pacientes marcados na minha agenda durante a semana. Eu não tinha nenhum dia de folga, iria praticamente viver dentro do hospital.
— Sua secretária arrumou sua agenda e organizou seus atendimentos, haja paciente, hein?! — Ísis me entregou a agenda e eu passei a mão na nuca.
— É tanta gente qur eu sinto que não vou dar conta de atender todo mundo. — Suspirei e ela riu.
— Você disse que podia atender no máximo cem pessoas por semana, e essa semana chegou no limite, vai precisar atender as cem pessoas, vinte por dia.
— Pelo menos estou fazendo o que eu gosto e ganho dinheiro com isso. — Ironizei e ela assentiu, rindo.
Ísis me passou mais algumas informações e me deixou sozinho pra que eu pudesse dar início aos atendimentos. Eu fazia o possível pra não me atrasar, tanto é que comecei a atender às sete horas da manhã. Tive um horário de almoço de uma hora e voltei para os atendimentos, só que agora eu tinha a ajuda de Maria Júlia.
— Não me atrasei e cheguei mais cedo como você pediu. — Arrumou seu jaleco e eu concordei com a cabeça.
— Tenho meia hora ainda já que um paciente desistiu. — Fui passando à limpo uma receita médica.
— Ainda está chateado comigo? — Maria Júlia se sentou em uma das cadeiras na frente da minha escrivaninha.
— Não, esquece isso! — Murmurei.
— Então você não está mais...
— Não estou chateado, esquece o dia ontem, está bem? — A olhei e ela apenas concordou com a cabeça.
Ficamos em silêncio e ela estava quieta, mexendo na ponta do cabelo, cabisbaixa, sem dizer uma só palavra.
— Aconteceu alguma coisa? — Guardei minha caneta e ela suspirou.
— Nada, estou emotiva só isso. — Deu de ombros. — Estou naqueles dias, entende? Tudo me faz chorar, me estressa, me desanima. — Voltou a me olhar.
— Ah, entendi! — Respondi, rindo. — Chocolate resolve isso aí.
— Qualquer doce resolve! — Abriu o pote de pirulitos e tirou um dali. — Acontece que nada está me agradando e eu queria socar a cara de alguém hoje! — Esbravejou.
— Acho que alguém já te estressou hoje, hein?! — Cruzei os braços.
— Já briguei com a Ivana, com meu irmão e pra fechar com chave de ouro, eu chego aqui e preciso aguentar aquela enfermeira nojenta, sua amiguinha insuportável. — Sua voz saiu embargada e ela começou a chorar.
Hormônios e mulheres...!
— Maju, não precisa chorar! — Me levantei e me sentei ao seu lado. — Não precisa socar a cara de ninguém, um abraço já resolve. — Falei e ela me abraçou apertado, sem parar de chorar. — Não tem porquê chorar, viu?! Prometo que te compro um chocolate quando terminarmos o turno aqui.

...

CORAÇÃO INDEPENDENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora