CORAÇÃO INDEPENDENTE

Capítulo 53

Capítulo 53 🖤
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—Não tenho a mínima vontade de ser você, uma rodada, que já passou na mão da torcida do Flamengo inteira. — Ísis esbravejou do outro lado da porta.
— Do Corinthians também. — Ironizei.
— Escrota! — Falou mais alto.
— REJEITADA! — Gritei e terminei de me vestir.
— Espero que o Luan abra os olhos e veja o tipo de mulher com quem está se metendo. — Disse assim que abri a porta e saí do box.
— Espero que o Luan veja a sonsa que tem ao lado e te mande pro inferno! — Mandei um beijo em sua direção.
— Eu sou mulher pra casar! Você no máximo serve como uma amante qualquer. — Me olhou com desdém.
— Pode ter certeza que se você e o Luan fossem casados, eu seria amante dele e ele seria loucamente apaixonado por mim!
— Cala a boca, imbecil. — Apontou o dedo na minha direção.
— Sai daqui, Ísis! Vai cuidar dos velhos doentes e me deixa em paz, estou muito ocupada pra discutir com uma sem noção feito você! — Entrei novamente no box e fui guardando minhas coisas.
— Vou, sim. — Respondeu apenas e ficou tudo em silêncio.
Saí do box e ela saiu, fechando a porta do vestiário, mas o meu coração gelou quando percebi que ela havia passado a tranca na porta. Eu tenho fobia a lugares fechados, não acredito que ela esteja fazendo isso comigo.
— ABRE ISSO AGORA, ÍSIS! — Bati na porta e a resposta foi silêncio.
Por azar meu, o vestiário ficava bem afastado do restante do hospital, ninguém iria me escutar ali.
— ÍSIS.ABRE.A.PORTA! — Minha respiração estava pesada.
O vestiário era extremamente fechado. As janelas eram no alto e bem estreitas, olhar tudo ao meu redor, me deixava ainda mais aflita e desesperada. Caminhei devagar na direção da minha bolsa e me sentei no chão.
— Ai que droga. — Comecei a chorar e fui passando a mão por cima da minha bolsa, em uma tentativa falha de achar meu celular. — Isso não pode estar acontecendo, meu Deus. — Passei a mão novamente pela bolsa e senti a tela fria do meu celular. Peguei o mesmo e fui apertando em vários botões ao lado e no meio, mas eu já não enxergava quase nada. Meus ouvidos estavam “tampados” pela pressão, minhas mãos suavam e eu estava gelada, eu iria desmaiar em questão de segundos.
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