Capítulo 70

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Capítulo 70 🖤

— Deixa ela aqui. — Luan pediu e Emíllia continuou negando.
Eu não insisti mais, saí da sala e bati a porta com força. Tenho certeza que ela me mudou de coordenador só pra poder dar em cima do Luan, então que se dane. Não vou ficar insistindo, muito menos me rebaixando pra uma mulherzinha fútil como ela.
Caminhei apressada na direção da sala da tal Ângela e ela já estava começando seus atendimentos. Por sorte, ela era simpática e me explicou tudo que eu precisava fazer.
— Você tem muita paciência com crianças e elas gostam de você. — Ângela disse assim que uma mãe saiu com duas crianças da sala.
— Sim, eu gosto de crianças, desde que não sejam minhas. — Falei e ela riu, negando com a cabeça.
— Eu pensava a mesma coisa, mas aí me casei e fiquei grávida por “acaso”, sabe? — Fez aspas no ar. — No começo foi estranho, eu chorava muito, mas depois me acostumei, comecei a comprar as coisinhas de bebê, vi a ultrassom, escutei o coraçãozinho batendo e aí mudei de ideia. — Suspirou fundo. — Hoje tenho três filhos!
— Nossa! — Arregalei os olhos e ela riu.
— Um menino de treze, outro de oito anos e uma menina de cinco. — Sorriu de lado. — Eles são minha vida todinha!
— Que lindos. — Falei e ela sorriu, concordando com a cabeça.
Passei a tarde inteira ajudando Ângela e escutando sobre seus filhos. Ela era gente boa, simpática, compreensiva, mas eu quero fazer estágio com o Luan!
Terminamos os atendimentos e eu finalmente pude sair daquela sala. Eu estava fervendo de raiva ainda, aquela loira esquisita ainda me paga!
— Maria Júlia. — Escutei a voz de Luan e parei no meio do corredor, virei e ele caminhou na minha direção. — Conversei com Emíllia e Ângela, você vai continuar o estágio comigo.
— Quero que essa Emíllia queime no inferno. — Sorri, cínica e ele riu. — Não tem graça, seu idiota! Tomei nojo da cara daquela sonsa, sem noção que vive escorada no pai.
— Isso é ciúmes? — Se aproximou e eu revirei os olhos.
— Se for ciúmes, qual o problema? A vida é minha e eu...
Não tive tempo de terminar e ele me beijou... ali mesmo, no meio do corredor do hospital.
— É ciúmes, sim e daí? — Admiti e ele sorriu, me dando mais um beijo.

...

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