CORAÇÃO INDEPENDENTE

Capítulo 126

Capítulo 126 🖤
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Maria Júlia dormiu abraçada a mim. Só ela conseguiu dormir, porque eu passei a noite inteira preocupado e com minha cabeça à mil. Tenho tanto medo da Emíllia tentar alguma coisa contra Maria Júlia. Não sei do que eu seria capaz se ela machucasse minha Maria.
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— Me liga se alguma coisa de estranho acontecer! — Peguei as chaves.
— Não vai acontecer nada! — Maria Júlia envolveu os braços no meu pescoço. — Pode ir tranquilo, conversar com a maluca, viu? Eu vou cuidar do seu apartamento e quando você chegar eu já vou estar com nosso almoço pronto! — Me deu um selinho e eu sorri de lado.
— Mas mesmo assim, qualquer coisa me liga. — Beijei sua testa e soltei sua cintura.
Me despedi de Maria Júlia e saí, fechando a porta da sala.
Eu iria até o hospital conversar com Emíllia. Sei que ela vai me demitir, sei que vou ouvir alguns absurdos, mas preciso colocar um fim nessa confusão.
Cheguei no hospital bem cedo. Cumprimentei algumas pessoas e fui caminhando direto para a sala da presidência do hospital, lugar onde Emíllia passava o dia inteiro fechada.
— Bom dia. — Murmurei assim que abri a porta e ela suspirou, concentrada nos papéis em sua mesa. — Vim aqui acertar tudo de uma vez. — Me aproximei de sua mesa e ela me olhou.
— Senta aí. — Apontou para a cadeira e eu me sentei, colocando minha maleta na outra cadeira. — Pode falar! — Cruzou os braços, se encostando na cadeira.
— Eu quero te pedir pra se afastar de Maria Júlia, ela não tem nada a ver com nossa situação. — Falei e ela continuou séria. — Peço, por favor, esquece ela e... e me esquece também!
— É tão fácil pra você chegar aqui e falar pra mim te esquecer. — Colocou as mãos sobre a mesa e eu suspirei fundo. — Você mais que ninguém sabe que é difícil esquecer alguém que ama. — Seus olhos marejaram e eu abaixei um pouco a cabeça. — Tudo veio à tona agora, sabe? Você me deixando, me trocando por aquela menininha, meu pai doente e dando seus últimos suspiros, tudo caiu nas minhas costas. — Soluçou e seu rosto já estava coberto pelas lágrimas. — E tem mais... — Puxou um papel da mesa e colocou na minha frente.
— O que é isso? — Peguei o papel e ela foi limpando o rosto.
— Abre. — Gesticulou com uma mão.
Era um exame feito aqui no hospital. Um exame de gravidez afirmando “positivo”.
— É-é seu? — Arregalei os olhos.
— Sim, estou esperando um filho seu! E o que você faz?? Isso mesmo, me troca por uma qualquer. — Falou mais alto.
— A gente... a gente se protegeu de todas as maneiras, Emíllia! — Esbravejei.
— Mas aconteceu. — Levantou os ombros.
— Meu Deus do céu. — Pisquei os olhos várias vezes, encarando o papel nas minhas mãos.
— E saiba de uma coisa. — Ela se inclinou sobre a mesa e apoiou as mãos. — Se você não ficar comigo, saiba que não vai ver seu filho nunca na sua vida!
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