Prólogo

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MOSCOW 2014


Moscou estava especialmente fria naquela belíssima noite,mas as peles de Arina e Ivan escorriam de suor,pelo fervor que transmitiam apenas por estarem juntos.

Ivan cheirou o pescoço de sua amada e enquanto alcançava a maçaneta da porta. Estavam comemorando o fim do semestre em uma festa animada com os amigos, e após a bebedeira, decidiram transar ali, na cama dos pais de Мaxim, um de seus amigos que provavelmente estava bêbado no andar de baixo.

Ivan contava com a música alta para esconder os gemidos, provavelmente escandalosos que, Arina emitiria assim que ele a jogasse na cama daquele quarto e a penetrasse.

—Eu transaria com você na frente de todos eles. Estão todos bêbados—Disse Arina mordendo os lábios assim que ele abriu a porta.

Ivan encostou sua testa a dela e a beijou novamente,um beijo que evidenciava a malícia que era enfatizada por suas mãos ágeis que apertavam os seios da garota

—Ninguém precisa ver o que fazemos—Disse Ivan.

Arina deu dois passos para trás, tirando os dois primeiros botões de sua blusa branca,Ivan mordeu os lábios,estava tão bêbado e excitado que mal pôde entender quando antes de chegar ao terceiro botão,a garota caiu.

Arina gritou e Ivan riu,antes de olhar para o chão e notar que havia um corpo ali.

Voltando a órbita,ele tateou a parede para achar o interruptor e acender a luz.

Arina olhava para o garoto de cabelos pretos no chão de forma amedrontada.

Ivan aproximou-se deles e ao notar que seus lábios estavam roxos, ajoelhou-se ao lado do corpo. Fez o número"dois" com os dedos e ao sentir o pulso fraco do garoto,constatou que ele ainda estava vivo.

Arina levantou-se e olhou para a cama,que tinha duas seringas e uma ampola.

—Ele deve está drogado...—Disse ela

Aquelas palavras deram o clique que o cérebro de Ivan,antes adormecido pelo álcool, necessitava.

—Pede ajuda,ele está tendo uma overdose!—Disse ele,e quase imediatamente,a garota tirou o celular do bolso, suas mãos tremiam, estava nervosa com a situação.

Ivan balançou o garoto e tentou acordá-lo,mas o corpo completamente mole o mostrou que isso seria praticamente impossível.

—Ele está respirando? —Perguntou a garota ao ver o namorado tirar a blusa do outro.

Ivan olhou para a barriga do garoto e por não ver movimentos, aproximou seu rosto do nariz dele e notou que ele não respirava. Sabendo o que deveria fazer, ele entrelaçou os dedos e posicionou as mãos no peito do moreno, ainda desacordado. Passou a empurrar a mão, mantendo o braço esticado, contando os empurrões em voz alta.

—Eu preciso de uma ambulância...—Disse Arina ao telefone—Estamos em uma festa, encontramos um cara no quarto, acho que ele está tendo uma overdose... Eu não sei... Ele não respira, meu namorado está fazendo massagem cardíaca nele—Disse andando de um lado a outro

Ivan estava dedicado e concentrado, toda embriaguez parecia ter desaparecido, estava usando tudo que vinha aprendendo na faculdade de medicina, mas ainda assim estava nervoso, já que nunca havia tido uma vida em suas mãos e muito menos estado sozinho com um paciente anteriormente.

—Eles estão a caminho! —Disse Arina

—Vai ficar tudo bem, eu não vou te deixar morrer! —Disse Ivan, olhando diretamente para o garoto—Vamos lá, acorde...

Ivan dizia coisas ao garoto e mesmo que tentasse se manter calmo, não conseguia evitar a responsabilidade, se aquele garoto morresse, se sentiria culpado.

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora