Os Traidores - Série Crianças de Moscou

73*

—Que porra está acontecendo com você? Eu estou tentando manter a cabeça no lugar, mas você está me estressando!

Ivan ligou a seta e entrou na rua de seu apartamento —Não é nada!

—Você estava diferente quando cheguei do hospital, com mais garra!

Ivan continuou quieto, entrou na garagem e estacionou o carro

—Eu preciso saber o que está rolando! —Pietro insistiu —Não dá, não pode dizer que está lutando junto comigo e ao mesmo tempo, fazer parecer que estou sozinho.

Notando que o loiro não estava afim de falar, Pietro tirou o cinto e quando ia abrir a porta, Ivan passou a bater no volante.  Desistindo de sair do veículo Pietro o olhou

—Para com isso, Ivan... —Disse tocando as costas dele —Conversa comigo!

—Eu já disse como me sinto, exausto e confuso!  A minha mãe...  Eu estive com ela essa manhã e...  Ela nunca foi tão gentil comigo igual está sendo agora,  é difícil de acreditar, eu sei, mas ela melhorou tanto depois que meu pai foi preso. Finalmente parece que ela me ama e que se preocupa comigo.  —Ele esfregou os olhos—O primo Junkie me disse tantas coisas, você me disse tantas coisas, mas agora, que a Arina ligou para você e disse que iria embora, eu não sei mais no que acreditar! Ela sempre mentiu tanto...

—Ela reconheceu que errou com você!

—É o suficiente?  E se for mais um truque?

Pietro tentou esconder o quão incrédulo estava, não sabia mais o que deveria fazer para que Ivan aceitasse que a mãe dele não era uma santa.  Com certeza era difícil para ele, mas naquela altura do campeonato ele acreditou que Ivan já tinha absorvido as informações.

—Não me olha assim!

—Desculpa, eu só... Eu não sei nem o que dizer!

Ivan suspirou —Você acha que eu sou um playboyzinho mimado não é?  Um negacionista!

—Não, não é isso...

—Eu queria ser como o Lev, mas na verdade, se alguém entrasse no meu apartamento do nada e me mandasse sair porque estou correndo perigo, eu não sei se acreditaria! 

Pietro juntou os lábios,  internamente ele estava socando o painel do carro aos berros, mas por fora, limitou-se em fazer uma pergunta a Ivan "Você ama a Arina? "

—Claro! Desde a primeira vez que a vi!—Ele respondeu rapidamente

—Você me ama?

—Óbvio, que perguntas são essas?

—Então você não precisa de desconfiança, se a ama e a conhece, sabe que ela não seria capaz de fazer nada fora da lei! Arina pode ser tudo, mas é justa, e se me ama, deveria me conhecer o bastante, para saber que eu não costumo me enganar na questão : Pais ruins!—Ele suspirou — Tenho a infeliz experiência nesse âmbito!

Ivan esfregou os olhos—E minha mãe?  Como posso desconfiar dela!

—Você acabou de dizer que não sabia que ela te amava tanto, que ela nunca foi tão afetuosa, como confiar em alguém que você não sabia se te amava!

Ivan fechou os olhos momentaneamente,  Pietro colocou a mão na coxa do loiro e o puxou levemente pela nuca, para beijá-lo.  Assim que seus lábios se encostaram, Ivan sorriu

—Sem você ao meu lado eu não suportaria isso! —Disse Ivan, dando os últimos três selinhos antes de se afastar de Pietro

—Vamos subir, vou encher a banheira para você e a gente deita e tenta dormir,  não dá para ficar ligado direto, caso o contrário nem conseguiremos pensar!