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Arina tentou seguir na direção do rio, que tinha visto pela janela, já que achava que pouco depois dele tinha a tal igreja e provavelmente casas. Precisaria de ajuda para sair dali, pois não reconhecia o local em que estava.

Mas conforme andava pelo campo cheio de vegetação e se afastava do prédio, se assustou ao ouvir tiros. Com medo e sentindo o coração acelerar, passou a fazer algumas suposições, se Kenia tivesse chego e matado Fyodor por causa de sua fuga ou se Dmitry tivesse assassinado a mulher por ela não ter sido capaz de mantê-la em cativeiro, se algo estivesse acontecendo, provavelmente ela era o motivo.

Por isso, decidiu que era o momento de se preocupar com sua própria vida e procurando por um lugar para se esconder, decidiu recuar alguns metros e entrar em uma das enormes manilhas de concreto que havia visto enquanto corria.

Optando por não pensar demais, ela voltou alguns passos e enquanto andava, avaliou que devido sua atual situação, não seria inteligente tentar fugir e forçar a perna, já fraca, por muito tempo. Se esconder era o melhor que podia fazer, além disso, quem imaginaria que ela se manteria tão próxima ao prédio?  As pessoas a achavam inteligente demais para uma atitude como aquelas e ela, iria explorar isso.

--◇◇--

Tudo ocorreu em uma fração de segundo, bastou sair da estrada principal para entrar na trilha, cujo estava questionando se caberia seu carro, para que tiros fossem disparados contra o veículo. 

Ouviu Pietro gritar para que ele se abaixasse, mas só conseguiu pensar que iria morrer, o desespero momentâneo acelerou seu coração e o fez se encolher como uma criança, mas ainda que por sorte ou por um milagre, os barulhos acabaram e ainda que houvesse medo em cada parte de seu corpo, Ivan olhou para Pietro, pois a preocupação com o bem estar dele, superava qualquer outro sentimento

—Pietro?—Gritou ao perceber que um dos tiros tinha atingido o parabrisa de seu carro.

—Continua abaixado, eu estou bem, não fui atingido e você?

A voz dele estava trêmula, o que fez Ivan ficar ainda mais preocupado e com raiva,não tinha como revidar ao ataque—Estou bem!—Falou

Ainda que soubesse que o dia seria perigoso, não esperava ser recebido a tiros.

Vozes e alguns palavrões foram ouvidos, mas eles só deram conta do que acontecia,  quando um homem forte e negro deu um soco na janela do lado de Ivan.  Ele tinha uma arma em mãos e como se não bastasse, lhe lançou um olhar feroz e disse—Abra!

Ivan olhou para Pietro como se pedisse orientação, ainda estava abaixado,  a ideia de morrer ali não o deixava com medo e sim com raiva, era impotente,  por isso todos se sentiam no direto de fazer o que quisessem, mentir ou agir por suas costas, ninguém o temia.

—Ivan, faz o que ele pediu!

Ivan não se mexeu

—Abre! —Disse o homem ao bater o cano da arma na janela

Vendo que Ivan não estava em sua melhor versão, Pietro apertou o botão no painel que destrancava o carro

Assim que o barulho das portas abrindo ecoou, um outro homem apareceu, só que desta vez, do lado de Pietro.

—Cuida desse ai, Valentin! —Pediu o magricelo

O magrelo e bombado abriram as portas e sem delicadeza nenhuma, tiraram os meninos do carro e o jogaram no chão, ao lado de um outro homem que estava com a perna sangrando, pois aparentemente tinha levado um tiro.  Ivan se assustou com a cena e diferente de Pietro que tentava entender o que diabos estava acontecendo por ali, ele foi completamente dominado pelos sentimentos.

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora