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Arina esperou por Ivan sozinha na sala, a tarde inteira, Pietro nem ao menos saiu do quarto, o que deixava o fato de tê-lo beijado-Se é que aquele encostar de lábios pode ser chamado de beijo- em segundo plano.

Ouviu o barulho alto das chaves, antes de Ivan abrir a porta e entrar puxando seu suéter branco como a mais pura das lãs e passando a mão por seus cabelos loiros perfeitamente penteados.

—Boa noite! —Disse ele, ao se aproximar da poltrona e tentar beijar a testa de Arina, que não permitiu o ato—Quem deveria estar bravo sou eu, você sabe disso, não é?

Arina encarou o namorado sem entender

—Você saiu nua do quarto hoje cedo, sabendo que não moramos mais sozinhos!—Disse abaixando o tom de voz gradualmente

—Calado! —Falou ao cruzar as pernas e arrumando a postura —O meu pai me ligou hoje,sabia?—Ivan a olhou sem entender—Ele disse que o seu pai pretende mandar Dária para outra unidade.

Ivan ficou mais pálido do que era, pretendia fazer com que o pai mudasse de ideia e não queria, em hipótese alguma que a namorada soubesse que o doutor tinha cogitado tal ideia para não aumentar a raiva que Ari já sentia dele.

—Meu pai não fará isso.Confia em mim!

Arina arrastou ambas as mãos no rosto, estava nervosa e decepcionada.

—Não finja surpresa!—Disse irada—Falei com ele hoje,doutor Górki confirmou que você sabia e aceitou as medidas! Precisam cortar gastos,não é?

Ivan deu as costas a ela, mantendo o controle. Seu pai estava envenenando seu relacionamento, e ele apenas esperava que não fosse proposital.

—Meu amor,eu não deixarei que ele faça isso!

Arina levantou-se—Mentiroso! Quando se trata do seu pai você coloca o rabo entre as pernas!—E aproximou-se dele— Ivan, eu confiei quando disse que ajudaria minha família, eu briguei com minha mãe para vir morar com você e agora? Não consegue gritar com seu pai,para fazê-lo cair na real?

Ivan olhou para os olhos castanhos que tinham um tom marcante de vermelho e sem saber o que fazer,passou a buscar uma justificativa e antes de se defender, fechou os olhos —A culpa não é minha,eu não comando nada,o hospital é dele, sou apenas mais um subordinado!

—Me diz que ao menos tentou fazê-lo pensar melhor...

Ivan tocou a própria testa—Eu disse a ele que tal atitude prejudicaria sua família, falei que isso era antiético e que não aceitaria aquilo...Ele...Ele não gosta de me ouvir.Mas eu não desisti, eu juro!

Arina revirou os olhos, passou o dedo indicador nos lábios finos de Ivan e suspirou—Achei que fosse mais do que isso,um bebezão que aceita tudo que seu pai faz. A porra daquele hospital te pertence. Você é fraco!—O empurrou aos gritos—Não serve nem para discutir com seu pai!

Ivan estava vermelho de tão irritado que seus olhos queimavam —Amor, para. Vou falar de novo com meu pai!-Disse se controlando, odiava quando ela o menosprezava, pois lembrava de sua infância e de como seu pai o comparava com os outros, fazendo ele se sentir menos que nada!

Arina mordeu o polegar dando as costas a Ivan—O seu pai é um merda...Mas,eu não posso dizer o quão decepcionada estou com você.

—O que quer de mim? O homem que você diz que está lhe fazendo mal é meu pai! Não sou eu.

Arina urrou—Você não entende. Seu pai não presta... Deixe de ser burro!

Ivan tocou o ombro da namorada—Meu pai não faz por maldade, só está pensando nos negócios,mas ele vai mudar de ideia, eu garanto!

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora