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—Onde ele pode estar?

Arina tinha seus truques para achar o namorado, um deles era o aplicativo "rastreador" que tinha posto no telefone dele, talvez fosse um pouco controladora, mas Ivan nunca tinha se importado e agora, o app tinha uma função válida.

—Rua Varvarka! —Disse Arina, olhando no celular antes de ligar o carro

Pietro puxou o cinto de segurança e a encarou—Como sabe?

—Tenho um localizador! —Falou sem dar muita importância ao tirar o carro da vaga e sair do estacionamento do prédio —Como não pensei nisso antes? —Balançou a cabeça

—Tem algo nessa rua?

Arina assentiu—É próxima da praça vermelha! —Afirmou —O Ivan adora aquele lugar.

—O lugar cheio de turistas?

Arina ligou a seta ao fazer uma curva e virou-se pra Pietro ao parar no sinal—É, ele tem um sentimento especial por aquele lugar. Tem haver com os avôs dele—Passou a marcha —Não dei muita atenção, quando ele contou para ser sincera.

Arina não era mesmo de focar nas histórias da infância de Ivan, eram sempre longas e sentimentais, demandavam de uma área de seu cérebro que não era muito empatica, mas achou melhor não dizer isso a Pietro, pois assim que assumiu sua falta de atenção,recebeu um olhar nada compreensivo do outro.

—De Tverskoy para Varvarka... são uns 19 minutos! —Disse Arina olhando no telefone novamente—Tente ligar para ele enquanto não chegamos!

Arina ligou o rádio e enquanto dirigia, passou a supor o que poderia ter acontecido para irritar Ivan a ponto dele ter decidido não ir para casa de imediato, mas não conseguia pensar em nada. O que seria tão chocante para fazê-lo revisitar o passado para sentir-se melhor? 

— Estamos em Milyutinsky pereulok, os avôs dele moravam por aqui! —Disse Arina—Não sei ao certo em qual prédio! —Apontou para o condomínio

—O que houve com eles?

—Morreram há bastante tempo, bem antes do Ivan se mudar para o apartamento! —Disse ela.

As ruas estavam vazias, não havia trânsito, o horário facilitava a circulação. Não demorou muito para chegarem. A rua era bonita, com prédios altos e brancos e várias igrejas diferentes e iluminadas. Estacionou o carro em uma das vagas disponíveis por uma igreja e desligou o veículo.

—Deixa eu ver... —Disse ela olhando no celular—O carro dele está nesta rua! —Pegou a touca branca que estava jogada no banco de trás e a colocou na cabeça

Desceram do veículo e passaram a olhar em volta, Pietro logo localizou o Audi prata de Ivan, foram até o carro e para frustração de ambos, o loiro não estava lá.

—Merda! —Disse Pietro—Ele deixou o telefone aqui! —Falou juntando o rosto a janela do carro para olhar dentro

—Ele deve estar para lá! —Apontou para a Catedral de São Basílio, que podia ser vista do local a qual estavam.

—O lugar é muito grande!—Disse Pietro—Tem certeza?

—É um chute... O que será que deu nele? —Ela cruzou os braços—Escolheu um dia frio para surtar! —Revirou os olhos

—A gente nem sabe o que aconteceu!

—Por que ele não foi para casa? —Arina bufou ao fechar o casaco, estava irritada, dizia a si mesma que seria melhor ter ficado em casa e aguardado,mas a preocupação não deixaria ela dormir —Ele deve estar perto da catedral, deixou o carro aqui e... É o lugar que ele mais gosta

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora