86*

448 60 12
                                    

Kenia estava sem cartão,mas graças a tecnologia,pode ir a um caixa eletrônico e sacou a quantidade limite de dinheiro que aquela máquina permitia por saque e ainda no mercado, colocou um óculos escuro e um boné em sua cesta, acessórios úteis para tentar esconder seu rosto,  ainda que estivesse no final da tarde.

Não podia dar bobeira por aí,mas estava com fome e presa naquela casa com o velho Oleg, que era o caseiro mais preguiçoso que ela já havia conhecido, e como se isso não fosse motivo suficiente para sair, o homem a surpreendeu com um bife a cavalo,  e por não compactuar com a ingestão de carne ,foi obrigada a comprar a própria comida. Chegou a acreditar na sorte quando soube daquele mercado há menos de dois quilômetros da casa que a pertencia.

Por não saber cozinhar, pegou duas embalagens uma de "Salada pronta" e um congelado que dizia  "Curry vegano" esperava que o velho microondas daquela casa desse jeito naquilo,caso o contrário,a salada resolveria.

Antes de se dirigir ao caixa e passar por uma mulher encarando a prateleira com tintas de cabelo, uma ideia a passou pela cabeça, se Górki não queria ajudar,ela teria que se virar e talvez,conseguisse passar despercebida sem muito esforço. Se aproximou da prateleira e suspirou ao perceber que não haviam tintas veganas ali,mas por estar sem escolha, pegou uma qualquer de tom preto e para não perder tempo,foi pagar por tudo.

--◇◇--

Ivan acordou no momento em que rolou pela cama e percebeu que estava sozinho. Ainda sonolento chamou por Arina, mas o silêncio naquele quarto de hotel, foi resposta suficiente.

Ivan passou a mão pelos cabelos e sentou-se na cama,  Arina não tinha como ter ido a delegacia, estava sem carro e sem dinheiro. Tentando impedir que o nervosismo o consumisse, ele usou o telefone que estava ao lado da cama e ligou para recepção

—Boa noite! —Disse a recepcionista

Ivan só se deu conta do horário naquele instante, eram quase oito da noite, a quanto tempo estava dormindo sem Arina?

—Eu gostaria de saber se a minha namorada saiu...  Ela é baixinha, cabelos castanhos escuros, quase preto... estava com uma muleta! —Disse e aguardou pela resposta

—Em qual quarto o senhor está hospedado?

—No quarto andar, quarto quatrocentos e doze! —Disse sem saber o motivo daquela informação ser tão necessária

—Ela deixou a chave conosco! Acredito que tenha saído, perguntarei a outra funcionaria, ela estava na recepção há algumas horas... Só um instante. —Ivan largou o telefone, levantou e andou até a porta, mexeu na maçaneta e percebeu que a mesma estava trancada e diferente do que viu antes de dormir a chave não estava na fechadura.

Voltou a cama e levou o fone do aparelho telefônico ao ouvido

—...Senhor? Perguntei aqui e a senhorita Medvedeva saiu do hotel com o hóspede do outro quarto que está no seu nome e...

Ivan não a deixou continuar—Eu preciso que alguém abra a porta para mim... —Disse e respirou fundo

—Tudo bem, mandarei alguém imediatamente.

Ivan colocou o telefone no gancho e correu ao banheiro, onde se praguejou ao pegar sua calça que estava um pouco úmido, nas partes que ele insistiu em limpar quando a tirou.  Até pensou em usá-la, mas notando que haviam lugares mais molhados que outros, se contentou em pegar uma calça de Pietro na mochila.

Vestiu aquela calça skinny preta, que parecia um pouco larga em sua cintura e pegou o celular sobre a cômoda.

Ligou para Junkie e o primo demorou um pouco até que finalmente atendeu

—Onde você está?

—Em busca da sua mãe!

—Sozinho? —Ivan perguntou

—Sim!

—Onde deixou a Arina? —Questionou

—Ivan...

—Você a largou na delegacia?  Por que fez isso?  Ela é inconsequente, mas você, além de policial é adulto, ela não deveria ter te convencido de uma coisa tão insana!—Falou ao se aproximar da porta com ansiedade

—Ela iria de qualquer jeito,com ou sem minha ajuda!

Ivan bufou, conhecendo Arina, aquilo era verdade. Mas, Junkie ter ajudado era inadmissível.

—Fica tranquilo, ela não fez nada de errado e...  De qualquer forma, cedo ou tarde iriam atrás dela!

—Engraçado...Você mesmo disse que era melhor não prestarmos nenhuma declaração até conseguirmos um advogado ou sermos intimados!

—Porque você atropelou a porra de um policial!

—Não deveria tê-la levado! —Foi o que disse ao desligar e ver a porta ser aberta

—A chave senhor! —Disse o homem uniformizado ao esticar a mão.  Ivan pegou e anuiu em agradecimento, antes de procurar o número do advogado de seu pai,  o homem era amigo de sua família e ainda que não pudesse ajudar no caso de Arina, saberia indicar alguém qualificado.

--◇◇--

—Senhor?

Dmitry olhou para Nikolai pouco interessado,  mal conseguia dar ordens naquele momento e nada que o outro dissesse poderia animá-lo, então nem ao menos se mexeu.

—Descobrimos onde a Kenia está! —Disse Nikolai

Aquela informação foi suficiente para que ele levantasse do sofá —Onde? Como?

—A família dela tinha uma casa aqui, que ainda está no nome do pai dela Ivan Sharapov.  Por isso perguntei se tinha conhecimento do nome de solteira dela!

Dmitry olhou para ele e quase sorriu—Mandem averiguarem o local,  agora!

—Pedi que fizessem isso hoje cedo, a viram sair da casa! —O homem tirou o celular do bolso e mostrou uma foto,   Kenia andava de cabeça baixa, mas ainda usava a mesma roupa do dia anterior

—Te pegamos vagabunda! —Disse Dmitry —Iremos até lá,  agora!  Mande os homens arrumarem tudo!

--◇◇--

Eu tinha intenção de postar 2 caps hoje, mas tive um probleminha,  o próximo sai amanhã!!! 

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora