Arina tinha perdido as forças, literalmente, sentia o corpo pesado na cama, a respiração estava estranha e suas costas pareciam suar, mas, ainda que seu cérebro estivesse em alerta, seus comandos não eram transmitidos claramente ao seu corpo.
Olhava para o teto com um desanimo que era maior que a dor que irradiava por seu corpo, nada a importava, nada era tão importante quanto a prisão utópica criada por sua mente, onde se via deitada olhando para o céu, com Pietro e Ivan ao seu lado, rindo e falando bobagens típicas do mundinho particular que eles criavam quando estavam juntos.
A ilusão era tanta, que só voltou a si, quando Fyodor a tirou da cama, a pegou no colo e a jogou embaixo do chuveiro, de roupa e tudo. Seus dentes batiam uns contra os outros e seu corpo parecia receber aquela fria corrente d'água como uma agressora.
-Para! -Pediu o homem, para que ela parasse de se mexer. -Calma!-Ele insistiu enquanto a segurava nos braços, mantendo-a em baixo do chuveiro sem se importar com as próprias vestimentas.
Arina segurou na camisa dele e ainda assim não conseguia controlar os espasmos que seu corpo tinha involuntariamente.
-Febre... -Ele disse olhando para ela, com um sotaque forte e a cara amarrada-Pavel aqui quando sol nascer! -Ele afirmou-Ele vem! -Disse como se quisesse passar segurança a ela, mas Arina mal se importava. Só queria que seu corpo parece de doer e tremer
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Assim que amanheceu Pietro esperou que o relógio marcasse oito horas, para que pudesse deixar Junkie e o silêncio preocupado e sair do apartamento para ir ao prédio de Dmitry. Ao chegar, teve o mesmo tratamento de sempre, subiu sem precisar ser anunciado e Nikolai o recebeu
-O senhor disse que você voltaria, parece que estava certo! - Nikolai falou ao fechar a porta
Pietro o olhou com surpresa -Então vocês conversaram sobre mim? -Questionou, mas antes que Nikolai pudesse responder, Dmitry entrou na sala, com um terno cinza e xadrez.
-Meu Favorito! -Disse Dmitry -Eu sabia que em algum momento você voltaria, todos sempre voltam! -Ele bateu una palma, antes de abrir um botão do paletó e sentar na poltrona- Me diga, vai levar o que? MD? heroína? O que quer vender? Você já conhece o menu-Ele riu e tocou o queixo-Basta escolher e pagar é claro!
Pietro suspirou-Não, eu não vim para isso!
-Ele disse que não veio pegar mercadoria, Nikolai? Eu ouvi bem?
-Sim senhor!
Dmitry cruzou as pernas e olhou para o teto-Veio até aqui para me ver então?
Pietro sentou-se no sofá -Na verdade, vim para tratar de um assunto bem sério!
-Pegue vodka para a gente, Nikolai, por favor! -Dmitry pediu
-Sim senhor! -Disse Nikolai ao se dirigir a cozinha
-Dmitry eu não quero nada, não quero beber!
-Tarde demais! -Disse o homem o olhando diretamente-Vamos beber!
Nikolai colocou dois copos pequenos e transparentes na mesa de centro e os encheu, antes de distribuí-los
Pietro suspirou-Eu posso falar com você, a sós?
Dmitry anuiu ao beber -Nikolai, saia!
O capanga o olhou-Tem certeza senhor?
-Sim, eu dou conta e ele não é ameaçador! -Dmitry respondeu
Pietro deu um leve gole no copo e esperou Nikolai para finalmente começar a falar-Eu sei que não gosta de ser importunado, mas...
-Você não me importuna! -Dmitry falou ao encher seu copinho novamente
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Os Traidores - Série Crianças de Moscou
Teen FictionPietro, Ivan e Arina tinham problemas e magoas que não seriam resolvidos com facilidade. Ivan era carente Arina só queria ajudar sua família Pietro sofria ao lembrar dos abusos do passado Por isso, assim que passam a conviver juntos, todo...