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Ivan acordou mais cedo do que pretendia, olhou para o relógio e respirou fundo, tinha tempo de sobra para admirar sua amada dormindo. Abraçou Arina e ela nem se mexeu.

Observando a menina adormecida em seus braços, não pôde deixar de pensar no quanto a amava, o amor que sentia por ela era o principal motivo de seu ciúme, não podia perder aquela mulher. Lembrou da maneira que Arina falava de Pietro e a abraçou com mais força, o moreno parecia mais relaxado, era mais alto e comunicativo que ele, tais qualidades traziam sua insegurança à tona... Arina não pode me trocar

Pensando em Pietro, Ivan levantou-se devagar com uma curiosidade latente, queria saber se o moreno tinha ido embora. Já que tinha pedido para ele ficar...Talvez devesse ter sido mais claro, não queria que ele fosse embora!

Alcançou a maçaneta e ouviu a voz de Arina

—Bom dia!—Disse Ivan,contendo a curiosidade e desistindo de sair

—Já está de pé?—Suspirou cansada

—Meu pai quer que eu passe no hospital.

—Está cedo! —Disse ela ao olhar para o relógio —Cedo demais...

—Estou faminto e talvez, saia antes do meu horário—Disse rapidamente

Arina sentou-se na cama e soltou os cabelos—Seu pai só pode ser louco,você não tem permissão para encostar em nenhum paciente, fica perdendo tempo.

Ivan entrou no closet—Ele quer que eu observe o trabalho,pela primeira vez em muito tempo, meu pai me quer por perto!—Sorriu ao cruzar os braços e escolher uma camisa para usar

—Eu...—Bocejou—Não sei porque você ainda se esforça, herdará aquilo tudo quando ele morrer—Deu de ombros como se fosse algo banal

Ivan olhou para a mulher sentada na cama, com os olhos cansados e bufou—Não fale assim, sabe que não gosto quando age desse jeito.

Arina se descobriu e sorriu—Não fique bravo comigo! —levantou—Seu pai não vale uma briga! —Abraçou o namorado beijando ocasionalmente seu pescoço

—Eu sei. Mas, quando você fala assim, parece que só estamos juntos porque herdarei algo. —Disse Ivan sem abraçá-la —Sou mais do que as posses de minha família!

Arina revirou os olhos—Você sabe que te amo! —Beijou a bochecha dele—Mas, não disse nada de mais, é só a verdade, aquele hospital será seu, e sabe quantas pessoas no planeta herdam um hospital? ...Pois é, pouquíssimas

—Arina, chega! —Pediu de maneira rude. Odiava aquelas palavras, por vezes, via em Arina a mesma ambição das pessoas que estudavam com ele no ensino médio

—Amor, não faz isso, estamos só conversando! —Beijou o rosto dele—Sabe que seu pai não é imortal e que eu não estou dizendo nada absurdo!

—Já disse que não gosto quando fala assim!—Ivan virou o rosto impedindo que ela o beijasse

—Quer saber? Vou tomar um banho! —Disse ela ao se afastar e tirar a camisola preta, ficando só de sutiã e calcinha, uma de suas artimanhas para fugir de qualquer possível discussão. —Você vem comigo?

—Não! —Disse Ivan, ainda bravo

Arina arqueou a sobrancelha e por notar que o loiro a recusou, voltou a se aproximar do namorado e quando ia beijá-lo, Ivan se afastou.

—Começaremos o dia com você me ignorando? —Disse ela cruzando os braços

Ivan não disse absolutamente nada, irritada pela falta de atenção, Arina abriu o sutiã e o jogou no chão —Última chance, vem comigo no banheiro aqui do quarto?

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora