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Arina prendeu o cabelo e tirou a camisola, antes de pegar a legging no armário e vesti-la. A televisão da sala estava alta e isso geralmente a incomodava, mas não reclamaria não naquele dia em que Ivan estava magoado e totalmente interessado nos noticiários.

Suspirou ao pegar o vestido branco de mangas longas com tule e o vestiu, queria se sentir bonita, ao menos por fora, já que por dentro sentia-se confusa. Tinha entregue seus pais e o sogro e agora, seu namorado estava desesperado na sala e provavelmente, seus irmãos estariam em pânico.

"Você fez a coisa certa! "-pensou ao pegar as meias na gaveta.

—Arina.

A voz de Pietro foi recebida com uma surpresa que aumentou gradativamente quando ele andou até ela e a segurou pelo braço, a guiando até o banheiro.

Arina olhou para aqueles olhos bravos e verdes e esperou um grito ou qualquer atitude, menos a que se sucedeu; Pietro a beijou e ela não sabia como reagir, mas retribuiu inicialmente, antes de afastá-lo.

—Que porra você está fazendo? —Ela questionou, era difícil decifrar o que aquele garoto sentia. E por mais que beijá-lo fosse sempre um evento, viu que assim como ela, ele parecia confuso

—Como você está? Sei que vai visitar a sua família agora e não quis ser como eles, ignorar a forma a qual você se sente só por não te achar sensível

Arina sorriu e passou a mão na ponta do nariz dele—Se preocupou comigo?

Pietro juntou os lábios e respirou fundo
—Sim, o Ivan ainda está focado na televisão, mas não sabia como chegar em você, então achei um meio.

—Entrar no quarto como um psicopata e me jogar no banheiro, fechar a porta e depois me dar um beijo é uma maneira estranha e assustadora de chegar.

Pietro sorriu—Acordamos com aquela notícia horrível, e só queria falar com você. E acho que um carinho bruto combina com sua personalidade

Arina riu e levou as mãos aos cabelos dele, Pietro estava sendo fofo e parecia envergonhado —Eu estou bem! —Disse antes de dar um beijo singelo nos lábios dele, não esperava aquilo, na verdade, não tinha cogitado que Pietro não a relacionaria a notícia que chegou a imprensa.

—Preciso ir, segundo a repórter Tânia Abramova, meus pais se ofereceram a prestar depoimento e o Lev me ligou milhares de vezes! —Revirou os olhos cor de mel e Pietro beijou a bochecha dela

—Só se mantenha longe de perigo, seus pais não sabem das informações que você tem e se souberem, podem achar que foi você quem falou com a imprensa!

—Como eu faria isso? Minha saída era o Chaban e ele morreu. —Afirmou, tendo certeza de que Pietro não sabia de seu envolvimento —Cuida do Ivan, por favor, ele já ficou bravo antes, mas nunca quebrou as coisas.

Pietro anuiu e aproveitando o entrosamento raro que tiveram,Arina pôs-se nas pontas dos pés e o beijou, antes de sair do banheiro e pegar a bota cano longo que quase nunca usava.

Foi a sala com Pietro logo atrás e parou em frente a Ivan

—Onde você vai? —Ivan perguntou tirando o celular da orelha

—Meus irmãos, eles estão precisando... Ta ligando para quem?

—Minha mãe! —Suspirou ao responder desatento—Constantin? —Perguntou antes de afastar o celular do rosto e jogá-lo no sofá.

Arina revirou os olhos, aquela atitude não combinava com Ivan, ele não tinha acessos de raiva—Era seu pai?

—Onde está a minha chave? —Ivan perguntou apontando para ela

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora