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—Aqui tem Borscht, não como isso desde que saí de casa... —Pietro disse com um pesar, e engoliu a seco, odiava pensar em sua antiga casa. Lembrar aquilo era doloroso demais

—Pede—Disse Arina ao dar uma piscadela

Ivan apenas olhou para ela e a viu sorrindo, não gostava da maneira que ela agia com Pietro, era simpática até demais.

Pietro balançou a cabeça negativamente—Nada de sopa! —Disse o moreno ao olhar para a garota

—Posso escolher para todo mundo? —Perguntou Arina, ao pegar o cardápio

Pietro anuiu e Ivan demorou um pouco para fazer o mesmo, estava tentando controlar o ciúme e não tinha espaço para pensar em mais nada.

—Quero duas saladas Olivier e um golubtsi.

O garçom anotou e pediu licença ao se afastar

—O golubtsi é seu,amor! Sei que ama carne! —Disse Arina, sorrindo para Ivan

—Obrigado! —Deu um pequeno gole na taça

—Então Pietro, o que está achando da Rússia?

—Gosto daqui. Mas ainda não sei como classificar—Disse e olhou para as próprias mãos

—Sente falta de casa? —Ivan perguntou, tentando fazer parte do assunto

—Não! —Disse com tanta firmeza que Arina e Ivan trocaram olhares um tanto indiscretos de surpresa

—Jura? —Perguntou Arina —Eu sinto saudade de morar com meus irmãos na Chechênia, nossa casa era grande e eu e meus irmãos ficávamos correndo, brigando, conversando, lembro exatamente da última vez que ficamos assim

Ivan terminou a taça de vinho, olhou para o garçom e apontou para a taça pedindo mais. Não era de beber, mas por algum motivo estava borbulhando de ciúme. Dizia a si mesmo que não tinha com o que se preocupar, Arina contava histórias de sua infância, era algo inocente.

Mas,o fato de saber que Arina era o tipo de mulher que cativava os outros com facilidade e pensar que estava colocando um concorrente em casa o maltratava.

O garçom colocou os pratos sobre a mesa e encheu a taça de todos.

—Pode deixar a garrafa! —Disse Ivan

Arina olhou para o namorado e colocou a mão no ombro dele—Você está animado...

Ivan balançou a cabeça afirmando e Arina deu um beijo singelo nos lábios dele, Pietro apenas olhou a sintonia do casal e voltou a comer.

—Vai trabalhar amanhã? —Arina perguntou a Ivan

—Sim, mas você sabe que não é bem trabalho o que eu faço, vivo andando atrás do meu pai e observando cada ação dele.

Arina deu de ombros —É que eu queria te agradecer por fazer as minhas vontades, mas não quero que seu pai se zangue comigo por te cansar. —Mordeu os lábios -Sabe que sou insaciável! -Sussurrou

Ivan deu um sorriso envergonhado e olhou para Pietro que parecia atento ao que eles falavam.

—Depois conversamos! —Disse Ivan—Preciso ir ao banheiro, com licença—Disse ao levantar e sair

Arina apoiou o antebraço na mesa e inclinou o corpo para frente, a fim de falar com o novo amigo.

—Ele tem vergonha quando eu falo de sexo, mesmo que de forma implícita. É muito certinho!

Pietro engoliu a seco

—Vai me dizer que também é assim. Me poupe, achei que os homens fossem mais desinibidos. —Jogou os cabelos para o lado.

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora