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O detetive estava morto, e ainda que a secretaria tivesse dito que o encontrou, com a corda envolta do pescoço pendurado ao lustre, Arina não conseguia acreditar. O suicídio de Chaban era estranho e assustador, principalmente se pensasse no que isso resultava. Aquele homem tinha provas e agora, morreu com elas.

Arina precisava de Chaban apenas para comprovar os crimes do pai e do doutor, tinha como plano conversar com ele e se o detetive não colaborasse, não exitaria em tentar roubar as provas.

Dentro de seu carro, paralisada ainda na rua do detetive, Arina voltou a realidade quando ouviu o celular de Pietro tocar. Procurou o telefone na bolsa e recordou-se de tê-lo guardado no porta-luvas.

Tirou o aparelho do local e ao ver o nome de Ivan, atendeu.

—Fala Amor!

—Arina?—Ivan perguntou sem esconder a surpresa na voz

—Calma, é o telefone do Pietro, só atendi porque ficou comigo. Ele esqueceu no meu carro.

Ivan ficou em silêncio e impaciente, Arina respirou fundo—Ele está na faculdade, se não quer falar comigo, vá ao prédio dele!

—N-não, Arina, acha que não quero falar com você? —Disse um pouco desesperado para se explicar

Arina olhou para as próprias mãos, tinha descascado o esmalte marrom por roer a unha no momento de nervosismo—Por que ligou?

—Eu te liguei primeiro, mas você não atendeu. Pode verificar!

Arina revirou os olhos, sua impaciência faria com que ele encarasse tudo como ciúme, mas esse sentimento não a atingia desde o dia em que viu os meninos se beijando e sentiu borbulhas estranhas e bem conhecidas em seu corpo, tinha certeza que Pietro era o que faltava para seu relacionamento,o sexo com ele comprovou isso; Por mais que Pietro não fosse o fã número um dela, Arina gostava de dividi-lo com Ivan.

—Eu não me importo, só quero saber o que quer!

—Minha mãe! —Disse animado, o que fez Arina questionar o que seria dito em seguida—Minha mãe voltará amanhã, meu pai vai buscá-la no aeroporto, ela está bem! Briguei à toa com ele... Temos que parar de bancar a trupe dos detetives!

Arina mal podia acreditar no que estava sendo dito, achava que a sogra estava morta ou sequestrada na melhor das hipóteses. Mas, o fato de Kenia voltar a Moscou no dia seguinte, fez com que outras coisas dominassem sua mente, era bizarro ligar o suspeito suicídio do homem que havia descoberto coisas consideráveis a mando da sogra, a volta dela.

—Fico feliz que ela esteja de volta em tão pouco tempo. —Disse Arina, estava explodindo, queria que Ivan soubesse de tudo para se afastar do pai e ao mesmo tempo, não podia contar, não poderia colocá-lo em perigo—Ivan... Você ainda está no hospital?

—Sim, fiquei conversando com meu pai... Merda!

Arina franziu o cenho com a mudança brusca no tom do namorado —Que foi?

—Vou chegar atrasado para a aula...

Arina deu dois tapinhas no volante,escolhendo o que fazer—Tem aula até às uma?

—Sim. Podíamos almoçar em um lugar legal hoje.

Arina sibilou

—Se não quiser tudo bem!

—Não... Amor, é que...—Pensou no que dizer—Me encontra no Carlisle e leva o Pietro. Depois da sua aula é claro. Não precisamos ir a restaurante algum. E...

—Aconteceu alguma coisa? Você está estranha!

Arina apertou os olhos podia imaginar Ivan, tentando entender suas palavras sem que pudesse ver seu rosto

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora