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—O que o senhor descobriu? —Pietro perguntou quase sem conter a curiosidade

O homem olhou para ele e balançou a cabeça negativamente —Não é profissional dar informações a quem não é meu cliente!

—Por favor, é a mãe dele, falar com o Ivan é quase a mesma coisa! —Disse Arina

—Não funciona assim, ela pagou pelos meus serviços

—Eu pago! —Ivan sugeriu—Quanto o senhor quer para me dizer? Eu não tenho muito em mãos, mas posso sacar...

—Não são meus clientes, fui contratado pela Kenia, temos um contrato

Arina passou a mão pelos cabelos —Como eu tenho aversão a esse tipo de ética trabalhista! —Bufou—Podemos te contratar para investigar a mesma coisa que a Kenia pediu?

O homem não a respondeu, apenas tirou um cartão pequeno do bolso e entregou a Ivan—Quando sua mãe aparecer, diga que precisamos conversar.

—Espera, senhor... —Pietro chamou—Não pode avaliar a proposta da Arina?

—Sinto muito, mas se eu trabalhasse assim, não seria bom no que eu faço!

Arina revirou os olhos observando o homem apertar as mãos dos meninos

—A senhorita é muito perspicaz! —Deu uma piscadela

Arina estendeu a mão e o homem beijou, antes de partir

—Porra, ele me deu mole?

—Ele foi educado! —Disse Pietro

Ivan desviou o olhar e passou a acompanhar o caminhar do homem, talvez a vozinha em sua cabeça que o mandava abrir os olhos com o pai, tinha uma razão maior do que imaginava.

—Tenho aula! —Disse Ivan ao levantar

—Ei, não acha que devíamos relatar o desaparecimento da sua mãe? —Arina questionou

—Ela não sumiu! —Ele respondeu—Minha mãe está num retiro espiritual

—O seu pai pode ter sumido com ela!

—Ele não faria isso! —Disse Ivan ao atravessar a bolsa estilo carteiro no ombro

Pietro olhou para ele—Talvez devesse... Pensar na possibilidade? —Sua afirmação saiu como pergunta

—Tenho que ir! —Disse Ivan, de forma direta ao virar a esquina. 

Arina cruzou os braços—Ele nunca vai admitir! —Um arrepio a percorreu assim que um vento frio atravessou seu corpo

—Acha que o pai dele fez isso?

Arina afirmou—Tenho certeza, eu não confio nele,nem um pouco... Será que meu pai está envolvido nessa também? 

—Kenia não estava o ameaçando!

—Você tem razão... Nossa...  é estranho,muito estranho pensar que meu pai pode fazer algo ruim.

Pietro tocou o ombro dela—Família é uma merda!

Arina assentiu ao pegar o cardápio—Concordo!

Ficaram um silêncio um tempo e Arina notou que Pietro a olhava como se quisesse perguntar alguma coisa, mas aparentemente, lhe faltava coragem. Por isso, ela largou o cardápio e olhou para ele diretamente —Diga.

Pietro deu de ombros —O quê?

—Quando você quer dizer algo, o canto da sua boca enruga, porque você junta os lábios de forma estranha,enquanto bate os dedos em alguma coisa, durante suas crises existenciais!

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora