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Preciso falar com você!

Era essa a mensagem que Pietro recebeu, enviada por Arina em seu celular, ele não teria ido ao encontro dela, se não tivesse cruzado com ela na saída do campus.

—Não recebeu minha mensagem? —Disse ela, tentando acompanhar os passos dele

—Recebi

—E ignorou?

—Sobre o que quer falar? —Perguntou Pietro ao parar e encará-la, estava com um pouco de pressa, pois tinha que sair do hotel onde estava.

—Tem tempo?

—Na verdade,não! —Disse ele—Tenho que chegar em Nemchinovka.

—O que faz por lá?

—Estou em um pequeno hotel! —Disse apertando a alça de sua bolsa estilo "carteiro"(que por sinal tinha sido um presente dela) não queria está junto de Arina em um quarto

—Eu te levo, estou de carro! —Disse ela ao dar de ombros—Não vou te agarrar se é disso que tem medo! —Riu e o viu arregalar os olhos—Então?

Pietro iria recusar, mas Arina lhe pareceu séria a ponto dele querer saber o que tinham para conversar.

A acompanhou até o carro dela, um Hyundai solaris branco, Pietro sempre gostou de carros e na última vez que tinha pego carona com Arina,tinha certeza que o veículo não era aquele.

Mas, decidiu não fazer perguntas, entrou no Hyundai, absolutamente em silêncio.

—Eu sei, esse carro é lindo!—ligou o carro e olhou para Pietro, ao jogar a bolsa preta no banco de trás e tirar o sobretudo vermelho com grandes botões pretos que,teve o mesmo percurso da bolsa. —Ivan me deu de presente ontem!—Sorriu ao ligar o aquecedor

Pietro conteve-se para não revirar os olhos, a garota era dissimulada,humilhava Ivan e ganhava um carro.

"Ivan precisa abrir os olhos!"

—Não pode adiantar a conversa?—Perguntou Pietro

Arina pegou o celular e deu play em uma música que Pietro já estava acostumado,pois a garota sempre colocava o mesmo som quando entrava no banheiro para tomar banho.

—Não, quero falar com calma, mas não pretendo ficar quieta por meia hora!—Aumentou a música

—Por que não escuta artistas locais ou americanos mais famosos?

—Não sei... Eu só... Gosto de inglês mas nem tudo me agrada —Deu de ombros, estava um pouco desatenta

—Ao menos entende o que é dito?

—Não muito! —Riu—Mas, em minha defesa, essas músicas me alegram!

Ficaram em silêncio por algum tempo

—Minha irmã não precisará mudar de hospital!

Pietro sorriu—Fico feliz por isso!

—Estamos perto?

Pietro apontou para o final da rua—É só virar a esquerda, é um prédio pequeno e verde

Arina seguiu as instruções e parou em frente ao tal prédio, que tinha uma bela arquitetura, a fachada era verde, composta por tijolos brancos, as janelas eram vidro, e mostravam as cortinas coloridas, a porta de madeira tinha um tom claro de azul... O lugar e as árvores em volta faziam tudo soar como um livro infantil.

Por mais simples que fosse o hotel, tanto por fora, quanto por dentro, onde eram vistos objetos de ferro, móveis de madeira, piso em losangos azuis e brancos e paredes de mesmo tom, combinando com o chão, Arina sentiu-se acolhida. Tamanha simplicidade e beleza, a lembrou de sua antiga casa, lugar que guardava os melhores anos de sua vida.

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora