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Pietro passou boa parte do dia sozinho, Ivan tinha ido resolver as pendências com o seguro e pegar novos carros, já Arina, tinha uma grande decisão a respeito da guarda dos irmãos mais novos que aparentemente ficariam com os Golubevs, caso ela aceitasse o pedido deles.

E por não ter nada ocupando a mente além do encontro da noite passada, Pietro pensou em Dmitry por algum tempo, queria arrumar um jeito de se desculpar por não ir junto a ele para Xangai e nas inúmeras suposições que fez,para entregar a notícia,a mais lógica foi utilizada.

Usou o contato que vinha o ligando desde o início do mês e passou a digitar uma mensagem para Dmitry.

"Oi, Dmitry!
Eu tentei te explicar os motivos que me impedem de te seguir, mas não sei se você foi capaz de entender. Não quero te magoar, você foi a primeira pessoa a me estender a mão e me tirar das ruas de Moscou e disso eu lembrarei para sempre, assim como não conseguirei esquecer que a Kenia só não morreu por minha causa!

Poupar aqueles que gostamos do sofrimento é uma qualidade, que você tem! Obrigado por cuidar de mim e por querer estar ao meu lado, mas escolho ficar em Moscou, seguindo meu coração e saiba que conseguir optar e decidir o que quero é uma grande novidade para mim! Fui privado disso por anos,por isso obrigado novamente,dessa vez,por respeitar a minha decisão!

Espero de verdade que você seja feliz, e que você encontre alguém que mereça sua proteção e te siga sem precisar pensar duas vezes! E de quebra,que sua segurança deixe de ser altura e pólvora e se torne os braços de alguém! 

Fica bem...  Se voltar algum dia, espero que entre em contato, mas se nunca voltarmos a nos ver, sabia que pensarei em você como um "Anjo da guarda" dos tempos modernos!! "

Satisfeito com o que tinha digitado e acreditando em cada palavra que disse, Pietro sorriu ao clicar no botão de enviar e ainda que não esperasse uma resposta de Dmitry, ele sabia que tinha feito o certo.

--◇◇--

—Ele não vem! —Disse Dmitry ao olhar o pequeno telefone

—Senhor, eu disse para destruir o aparelho!

—Eu sabia que ele me mandaria uma rejeição educada e amigável! —Bufou —Não vejo a hora de sair de Moscou! —Disse ao respirar fundo e se jogar no sofá

—Me dê o telefone! —Pediu o capanga

Dmitry revirou os olhos e entregou o aparelho a ele—Eu sabia que ele não viria! —Suspirou—Nikolai?

—Sim, senhor?—Disse o homem ao se aproximar

—Feche as cortinas!

O homem o fez

—Ainda tem Vodka? —O capanga negou —Vinho?—Nikolai continuou a negar—Qualquer porra com álcool?

—Não, senhor! —Respondeu e por Nikolai não ter sugerido que mandaria alguém buscar o que ele precisava, Dmitry continuou a encará-lo em silêncio —Quer alguma coisa, senhor?

—Só me deixa em paz, fique com os outros do lado de fora da casa!

Nikolai bateu o telefone pequeno em sua mão e balançou a cabeça negativamente

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora