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—Passarinha? —Kenia sorriu ao entrar no quarto em que Arina estava—Acho que você já pensou bastante, me diga, onde está o meu dinheiro?

Arina levantou da cama e andou até a mulher, tinha pensado bastante em como deveria agir.

Fyodor, o capanga de Kenia não lhe pareceu tão ruim e isso a deu confiança para tentar pedir algo —Eu... Eu preciso falar com meus irmãos primeiro!

—Nada feito!

—Por favor! —Pediu, abordando a mulher com respeito, mas confiança, por não querer mostrar o quão abalada estava por estar naquela situação.

—Eles estão bem, por enquanto e... Você não pode exigir nada, é procurada por assassinato e tentativa de assassinato, grampearam o celular dos seus pirralhos com toda certeza.

Arina suspirou—Kenia,eu já aceitei a quantia em dinheiro para sumir

—E eu te garanti que todos ficarão seguros quando você se for!

—Eu não estou pedindo nada demais, apenas me deixe ligar para alguém que eu amo, para me.despedir. Por favor!—Suplicou, seu maior interesse era saber se Olga estava segura em Moscou, porque se isso acontecesse, ela poderia respirar aliviada e dizer onde o dinheiro estava. Ainda que um leve medo de haver alguém na casa do tio Dom a deixasse receosa. Se Olga estivesse certa o tio pirata estava vivo e mandar o capanga não tão rude,até lá, poderia encurtar a vida dele.

Kenia riu—Você não pode fazer exigências, passarinha, eu sou capaz de mandar o...

—Para com isso, eu conversei com ele. Fyodor não é tão ruim! —Ela disse como se tentasse provar algo e cruzou os braços —Seu capanga ou amante, não me parece assassino de crianças!

Kenia mordeu o lábio inferior e riu —Não acha que ele mataria seus irmãos? Mesmo se eu pedisse?

Arina engoliu seco, o olhar da mulher a sua frente falava muito

Kenia riu—Você não conhece o Fyodor!

Arina riu—Eu conversei com ele ontem, jogamos damas e...

—Ele não domina nosso idioma!

—Mas conversamos! —Arina afirmou, fazendo a mulher a olhar com ódio

—Vamos fazer um teste?

Arina não respondeu, logo, Kenia foi até a porta e deu três socos fortes, fazendo um barulho alto e chamando Fyodor que entrou imediatamente.

Arina não sabia o que ela queria ou o que pretendia fazer, mas a observou dizer algo em alguma na língua do homem, fazendo com que Fyodor ajoelhasse na hora.

Aquele homem enorme ajoelhado fez Arina dar uma risada nasal—O que quer provar?

—Eu disse ajoelha e ele ajoelhou! —Disse Kenia

—Ele é seu cachorrinho, entendi!

Kenia voltou a falar em polonês, o homem levantou subitamente e tirou uma arma de trás das costas, Kenia apontou para Arina e o homem sem remorso algum andou até ela e a pegou pelo pescoço, a imprensou na parede com a arma encostada na testa dela.

Fyodor olhou para Kenia como se esperasse uma próxima ordem, os olhos fixos e a mão forte em seu pescoço, deixavam claras as intenções de Kenia. Arina queria gritar que tinha entendido, mas ficou quieta.

—O que quero agora? —Kenia Disse rindo e Arina arregalou os olhos, seu coração martelava o peito e ela sabia que ninguém além de Kenia, tinha o controle da situação. —Ele é muito mais que um amante ou que um capanga, ele é meu, eu o tirei da cadeia, o ajudei a sair da Polônia, dei uma casa para a mãe dele na Georgia. Ele deve e atende a mim! —Tocou o ombro dele—Então, acho que você entendeu que ele mataria quem eu pedisse, na hora que eu pedisse!

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora