Matteo
Gabriella aperta minha mão firmemente e preciso me segurar para não deslizar meus dedos pelo seu pescoço exposto, trazer para mais perto e descobrir o gosto que teria seus lábios.
Ela ainda sorri e mal sabe o tipo de pensamento que rodeia minha cabeça agora.
Tão linda.
Tão ingênua.Posso ver o quanto ela está atraída por mim, o quanto seus olhos sempre se fixam na minha boca e ela supira, mesmo não percebendo que estou observando cada reação dela, sei que seu corpo me quer, mesmo ela tentando ignorar isso. Não se esconda de mim, baby.
Quando puxa o ar devagar, antes de dizer alguma coisa, enquanto pensa em outra, posso sentir a batalha dentro dela. Gabriella é uma delícia, mas por alguma razão, que não sei qual, mas vou descobrir, ela acha que sou um erro. Não está errada, convenhamos, mas sermos amigos foi a melhor idéia que surgiu na minha mente para conseguir me aproximar, ela estava escapando e nem fodendo que eu poderia deixar isso acontecer.
- Terra chamando. - ela estala os dedos na minha frente e me encara curiosa.
- Estava perdido na sua beleza. - comento.
- Você é ridículo. Amizade desfeita. - ela gargalha e vai até a geladeira. Fico tão surpreso pelo som que saiu da sua garganta e ainda mais por ser a primeira vez que ela não se segura ao meu redor, que sorrio, mas a minha felicidade vem de um outro motivo.
Isso, querida. Me deixe entrar.
Após longos minutos, ela retorna um pouco suada e vejo a exaustão começar a pesar nos seus ombros, ela respira profundamente, puxando o ar com força.
- Por que as pessoas são tão idiotas? - questiona enfurecida.
- Só me mostre quem é e eu resolvo para você, foguinho. - pisco e fico em pé. Arregaço as mangas da camiseta e um pano acerta meu rosto - Ei. - grito em uma raiva fingida.
- Não seja ridículo. Senta logo. - ordena e devolvo o pedaço velho que ela chama de pano e volto para o meu lugar.
- O que aconteceu? - questiono.
- Nada. - ela bufa e se cala.
- Você sabe que isso não explica porra nenhuma, certo, querida? - vejo quando seus olhos acompanham o movimento dos meus lábios e touché. Ela realmente nem se dá conta do efeito que causo nela.
Meu ceular vibra e o nome do Pedro pisca na tela.
Preciso falar com você, chefe. Estou próximo do banheiro masculino.
Ele trabalha na Cosa Nostra há anos, meu pai o indicou para que seja um dos meus soldados pessoais, não questionei, ele é bem discreto e isso é útil pra caralho.
- Vou ao banheiro. - digo a Gabriella e pisco ao me levantar - Tente não sentir minha falta. - comento e ouço sua risada alta conforme me afasto.
Você ainda vai sentir saudade, foguinho.
O encontro em um canto escuro perto de um corredor e assim que me vê, acena com a cabeça para o lado esquerdo.
- Quem são eles? - questiono, mas apenas para confirmar. Sei quem são.
- Homens de Camorra. - o soldado responde e vejo quando sua mão vai até a cintura, enquanto encara a mesa cheia.
- O que estão fazendo aqui? - pergunto.
- Drogas. A faculdade é a duas quadras.
Certo. Tráfico.
- Fique de olho. - Pedro assente e caminho de volta para o bar.
Os desgraçados já sabem quem sou. Um deles levantou o polegar esquerdo quando passei, sinal da máfia de lá, daqueles porcos.
Preciso descobrir quem está no comando agora, Batelli está fora da lista. Obviamente.
Haverá retaliação, isso é fato. Preciso saber se tem relação com a aparição deles aqui hoje, se faz parte de algum plano, porque para vender drogas, não seriam colocados soldados desse nível, no mínimo, alguns moleques inexperientes. Estranho. Uma problema que vou correr atrás mais tarde.
Sento novamente no banco e a observo. Seu avental cobre parte do corpo, mas não o suficiente. Abaixo os olhos, percorrendo cada curva e a ouço pigarrear.
- Sério, Matteo? - diz séria, mas sei que não está chateada.
- Desculpa. - peço cinicamente e sorrio - É mais difícil desviar do que parece. - finalizo e ela leva aos mãos ao quadril.
- Pelo amor de Deus. - resmunga e se afasta para atender algum cliente, mas após alguns passos, se vira lentamente e sorri, e uma coisa estranha acontece dentro de mim. Um calor diferente esquenta meu peito e espero, de verdade, que seja o efeito do álcool me queimando.
Meu coração já não pulsa há muito tempo e que Deus me livre, que essa merda seja algum sentimento idiota, porque eu nunca poderia sentir qualquer coisa pela Gabriella, simplesmente porque odeio o sangue que corre em suas veias.
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MATTEO Uma noite * livro 2
Romance📣 IMPORTANTE NÃO é necessário ler o primeiro livro, mas existem algumas referências que talvez você não entenda, mas que não impede o entendimentos desse livro. Livro 1 - Uma Noite https://my.w.tt/qhhC1yJhj5 até 29/04 ou completo na Amazon https:...