Matteo
Por que ela não veio até mim?
Eu a teria ajudado facilmente.
Gabriella está no modo automático desde que avisei que destruiria esse lugar.
Seus movimentos são rápidos e assustados, ela expulsa cada cliente e pede silêncio, mas está difícil. Ninguém coopera, ninguém aceita, estão resistentes.Nossos olhares se cruzam e vejo um pedido de ajuda quando movimenta os lábios sem emitir som.
Claro, querida. Qualquer coisa por você.
Sorrio para ela e ando calmamente até a porta de saída, acionando o alarme de incêndio.
O barulho alto e agudo desperta o perigo. Dezenas de pés correm desesperados e se amontoam na única porta que os libertaria.
Volto para a minha antiga posição e assisto de longe, apoiando preguiçosamente o corpo no balcão, enquanto o local se esvazia.
Sua amiga de trabalho se aproxima dela e discutem, me atento a cena, esperando que essa garota não me dê trabalho. Depois de um curto tempo, Gabriella se afasta e a menina vai embora. Boa.
As luzes são acesas e três seguranças se apressam, vindo na minha direção.
- O que você está fazendo?
- Se sabem quem sou, sugiro que saiam daqui. - sorrio abertamente e dou o primeiro passo - Tenho um assunto a tratar com o chefe de vocês.
- E quem é você? - um deles questiona.
- Capo da Cosa Nostra. - meu soldado responde, caminhando até nós e parando ao meu lado, seguido de mais dois.
- Senhor. - ele me cumprimenta e abaixa a cabeça rapidamente - Pensamos haver algo errado. - diz baixo.
- Muito bem. - digo - Não acho que queiram esse tipo de problema com a famiglia. - os brutamontes balançam a cabeça em negação e recuam.
Excelente.Antes de liberar o inferno preso no meu peito, procuro por ela e a encontro com a mochila nas costas, me encarando curiosamente, prestando atenção no desenrolar a minha frente e nos homens ao meu lado.
Merda.Será que Gabriella ouviu nossa conversa?
Ela não demostra nada, apenas põe a mão sobre o coração, me agradecendo a distância e sai.
E esse era o gatilho que eu precisava, sem aviso e sem enrolação, marcho pelo corredor atrás daquele bosta.
Marco está falando no telefone quando me aproximo, não sei se ele vive em outro mundo ou se é tão retardado a ponto de não perceber o que acontece ao seu redor, mas assim que seus olhos se esbarram em mim, ele coloca o celular sobre a mesa e se levanta.
- O que você quer? - seu tom ríspido não me incomoda, até prefiro, para ser sincero.
Não respondo. Fico apenas em silêncio decidindo qual osso seu vou quebrar primeiro.
- O que você quer? É surdo, por acaso? - ele grita e abre a gaveta.
- Se puxar uma arma vai se arrepender. - digo e encosto a porta.
- Não tenho medo de você. - cospe as palavras e vem até mim - Veio aqui por causa da Gabriella?
Ouvir o nome dela saindo dessa boca imunda, faz um fogo louco esquentar meu corpo.
Fecho o punho e impulsiono meu braço para trás, trazendo todo a raiva que estava presa estourar diretamente no seu nariz. Ele grita e cambaleia, não esperava por essa. Outra burrice, ninguém mexe com a minha menina e não recebe nada em troca.
- Seu maldito ... - diz e cospe o sangue. Não espero por seus insultos, chego rápido até ele e desvio quando tenta me acertar com um ataque fraco, destreinado.
Patético.
Fico na sua frente e lanço minha perna para trás, e com a sola, acerto seu joelho com um estalo pesado. Ouço o barulho horrível do osso desencaixando e faço uma careta. Isso deve ter doido como o inferno, o que o faz berrar e se apoiar no armário velho.
- Sabe, cara. - arrasto uma cadeira e me sento - Você só pode ser muito burro mesmo. - declaro atônito - Na última vez, achei que meu soldado tinha sido bem claro com você. - termino de falar e o vejo respirando com dificuldade, ainda escorando na madeira ao seu lado.
- Não recebo ordens de ninguém. - retruca corajoso e eu bufo em resposta. A falta de criatividade dos vilões é tão triste - Você sabe quem eu sou? - questiona e sorri com os dentes vermelhos.
- E nem me interessa. - digo entediado.
- Matteo Carter. - ele sussurra meu nome e continua - Eu sou Marco De Rizzo.
- E daí? - pergunto e fico em pé.
- Sou o sobrinho de Batelli. Camorra é minha agora. - declara orgulhoso.
- Ah, que beleza, mano. Eu estava mesmo querendo conversar com você. - levo as mãos as costas e puxo minha arma, destravo em um segundo e perfuro o meio da sua testa, com um tiro lindo e silencioso - Desculpa, queria falar mais alguma coisa? - gargalho e dou a volta na sua mesa. Com os olhos ainda abertos e o sangue escorrendo pelo rosto, manchando todo o chão, abro sua gaveta atrás da sua pistola e encontro a foto do meu irmão com a sua noiva grávida.
Que porra é essa?
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MATTEO Uma noite * livro 2
Romance📣 IMPORTANTE NÃO é necessário ler o primeiro livro, mas existem algumas referências que talvez você não entenda, mas que não impede o entendimentos desse livro. Livro 1 - Uma Noite https://my.w.tt/qhhC1yJhj5 até 29/04 ou completo na Amazon https:...