MATTEO Uma noite * livro 2

Capítulo 46

Matteo

Dirijo direto para casa assim que me despeço da Gabriella.
O ar ainda parece faltar nos meus pulmões quando lembro dos seus olhos brilhando de tesão, me encarando de um jeito louco e bonito pra caralho.

A tensão sexual entre nós estava tão grande, tão fodida, que mais alguns minutos perto dela e eu a teria tomado ali mesmo.
Teria debruçado seu corpo pequeno sobre o corrimão, enquanto seguraria seus cabelos e enrolaria nos meus punhos.

Teria me enterrado nela com força repetidas vezes e sentido seu gemido vibrando nos meus ouvidos. Sentiria seu corpo se arqueando com o meu toque e inclinando o quadril, querendo me sentir mais duro, mais forte e mais profundo em cada estocada. Observaria seus lábios se entreabrindo para mim, oferecendo um beijo que só ela poderia me dar.

Fui até a casa dela, mas essa coisa maluca que rolou entre nós não estava nos meus planos. Claro que estaria mentindo se dissesse que não penso sobre isso, porque penso muito, mas não era essa a intenção.
Eu quis ajudar. Simples assim. Esse bônus maravilhoso foi só um presente bem vindo da minha garota de fogo.

- Matteo? - giro a cabeça lentamente antes de entrar na cozinha ao ouvir meu pai me chamando.

- Pai. - digo.

- Não te vejo há um tempo, menino. - declara preocupado.

- Isso porque você dorme cedo. -  retruco me divertindo.

- Na verdade, você quem chega tarde demais.

- Pode ser também. - respondo - Está tudo bem? - pergunto.

- Sim. Seu irmão chega amanhã. - diz animado.

Estava tão entretido, que esqueci disso. Passou tão rápido, que nem parece que ele foi embora há apenas alguns meses. Apenas alguns meses que me resgatou daquele tormento, onde eu estava derrotado e perdido. Bem diferente de agora. Obrigado, mano.

- Muito bom. - comento - Já estava com saudade dele e da sua noiva sexy.

- Per Dio. - ele me observa de um jeito mais sério e continua - Uma pergunta, Matteo. Você foi conversar com o novo Capo de Camorra?

Conversei um pouco antes de estourar os miolos dele.

- Não. - minto - Por que? Alguma notícia nova sobre aqueles lixos? - indago com uma curiosidade falsa.

- Algumas. - confirma - Mas vamos falar sobre isso depois que Antony for embora.

Que porra.

- Nada que ameace a cerimônia? - questiono.

- Estou nisso há mais tempo que você, filho. - anuncia confiante e reviro os olhos dramaticamente - Você saberia se houvesse algum risco.

Nem fodendo que vou ficar em paz imaginando o que pode ser e esperando chegar até nós. Não mesmo.

- Prefiro saber agora. - digo.

- Após o casamento. - retruca decidido - Esquece o que eu disse.

Não me faça usar essa carta, pai.

- Agora. - seguro seu braço quando ele ameaça andar. Seus olhos se abaixam até aonde meu aperto leve o pressiona e o sinto enrijecer.

- O que pensa que está fazendo? - diz baixo, como se houvesse um aviso escondido em suas palavras - Segunda-feira, Matteo. - soa firme e me encara estarrecido.

- Não estou pedindo. - digo usando o mesmo tom que ele - Você sempre quis que eu fosse o Capo. Pois, bem, não sou seu filho agora. - solto meus dedos, o deixando livre - Isso é uma ordem.

- Você mudou mesmo. - bufa irritado -  Vamos ao meu escritório.

- Claro, paizinho. - murmuro e vejo um sorriso se insinuando em seu rosto antes de me dar as costas e caminhar na frente.

Vamos descobrir que diabos esses infelizes planejam, porque sendo bem sincero, estou muito tentado a dar uma de Rambo e metralhar todos eles.

Uma grande dor na bunda esses caras.